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Firefly para sempre? Stellantis não vai projetar novos motores a combustão

Segundo presidente do conglomerado, futuro elétrico é irreversível — e demora em aceitá-lo só causará mais prejuízos

Por Eduardo Passos
Atualizado em 1 Maio 2021, 00h46 - Publicado em 10 mar 2021, 09h08
FiatArgoDrive13motor
(Divulgação/Fiat)

A recém-criada Stellantis, que uniu as marcas do grupo FCA (Fiat, Jeep, Maserati, entre outras) e a PSA Peugeot Citroën), tem pressa em abandonar motores a combustão. Ao menos segundo o português Carlos Tavares, que vem comandando a fusão entre as empresas.

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Em pronunciamento a investidores, o diretor-executivo reforçou que a adesão aos carros elétricos será rápida, com empresas resistentes à mudança fadadas a ficarem para trás.

Na conversa, Tavares reforçou que o conglomerado não pretende fazer uma transição suave às baterias. “Estamos indo com tudo rumo aos elétricos, pois acreditamos que a parcela de vendas dos carros eletrificados tenderá rapidamente aos EVs puros”, afirmou. 

O fim dos modelos híbridos também está próximo e, segundo o executivo, “não há previsão de tê-los por muito tempo” no mercado. Por isso, a Stellantis está comprometida a oferecer, em todas suas 14 marcas, modelos híbridos ou elétricos até 2025 nos mercados europeu e norte-americano.

Grade tem elementos na cor da carroceria
Peugeot 208 e-GT foi anunciado mas ficou por isso mesmo (Fernando Pires/Quatro Rodas)

“Estou desafiando bastante meus engenheiros a melhorarem a capacidade de armazenamento [das baterias] e também as razões de eficiência dos motores elétricos, transmissão e aerodinâmica”, disse Tavares aos acionistas.

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Um dos pilares da meta é a plataforma e-VMP, que equipará os mais diversos modelos do conglomerado e estreará em 2023, no Peugeot 3008. Ainda em testes, o SUV deverá oferecer até 600 km de autonomia com suas baterias de 100 kWh, prometeu.

Isso quer dizer, também, que uma maravilha da engenharia como o novo motor V6 Nettuno da Maserati pode não ter um sucessor. Nem motores menores usados pelo grupo, como o GSE/Firefly nacional.

Principais mudanças do SUV estão concentradas na dianteira
Peugeot 3008 ganhará nova geração em 2023, estreando a versátil e-VMP (Divulgação/Peugeot)

Enquanto faz os ajustes finos de sua fusão, a Stellantis aproveita para firmar parcerias exclusivas aos EVs, como a feita com a fabricante de motores japonesa Nidec. Simultaneamente, há acordos junto à Punch Powertrain para o fornecimento de conjunto de dupla embreagem e uma joint venture com a Total para a produção de células de bateria, a Automotive Cells Company (ACC). 

PROGETTO 363
Frente alta e cheia de elementos estéticos disfarça a base de Argo no Fiat 363 (Renato Aspromonte/Quatro Rodas)

Todos esses planos vão, a curto prazo, na contramão do mercado brasileiro, onde a Fiat prepara o lançamento dos seus dois motores a combustão mais recentes. O primeiro deles, 1.0 12V GSE Turbo, da família Firefly, estreará nos próximos meses no Progetto 363. Já o novo 1.3 turbo equipa a reestilizada Toro 2022 e o Jeep Compass 2022.

Fiat Toro Endurance 2022
(Divulgação/Fiat)

De quase 30 modelos elétricos em seu portfólio global, nenhum deles é vendido pela Stellantis no Brasil. O mais adiantado é o compacto Peugeot 208 e-GT, que já teve sua avant premiere mas segue indisponível para o consumidor.

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Ao mesmo tempo, o Fiat 500e vem sendo testado nas ruas de Belo Horizonte e seu processo de homologação junto às autoridades governamentais foi iniciado.

Renegade tem opções com 1.3 turbo gerando 130 e 180 cv
Renegade tem opções com 1.3 turbo gerando 130 e 180 cv, mas só lá fora (Nelson dos Santos/Quatro Rodas)

A frustração, entretanto, prevalece, já que o popular Jeep Renegade teve sua versão híbrida adiada por conta da pandemia, ainda sem nova data definida.

Jeep Compass
As mudanças foram discretas por fora, mas profundas por dentro (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O mesmo aconteceu com o rei dos SUVs médios Compass, cujo modelo eletrificado só deve ser produzido em Pernambuco a partir de 2023. Em curto prazo nem importações são consideradas, e até a reestilização do utilitário receberá somente motores diesel ou flex.

Família crescente

Em seu discurso, Carlos Tavares cravou dez novos modelos elétricos da Stellantis em 2021, incluindo híbridos e full-EVs. 

Nos planos, há o desenvolvimento de veículos comerciais leves e de um compacto da Citroen vendido no Brasil, usando a plataforma e-CMP.

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Compacto, tem expressão mais séria que o anterior

Tempo é, mais do que nunca, dinheiro, já que a FCA, por exemplo, segue pagando caríssimos créditos de carbono para se adequar às normas ambientais da União Europeia, cada vez mais rígidas.

Só em 2020, a montadora gastou cerca de R$ 2 bilhões para compensar suas emissões, adquirindo o “excedente” da Tesla, principalmente. Enquanto a eletrificação não vem, a previsão é de custo semelhante ao longo de 2021, informou o diretor financeiro Richard Palmer.

  • Leia também – Novo SUV da Fiat, Progetto 363 terá motor 1.0 turbo mais potente do Brasil.

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