Dodge encerra produção de Charger e Challenger à espera da eletrificação
Os muscles, sedã e cupê, saem de linha após mais de 18 anos e colocam fim à plataforma L, que também dava origem aos Chrysler 300 e Magnum
Chegou ao fim, após pouco mais de 18 anos, a produção dos icônicos Dodge Charger e Challenger como conhecemos até então. Os esportivos deixam de ser produzidos na fábrica da Stellantis em Ontário, no Canadá, para darem lugar aos seus respectivos sucessores eletrificados. Eles poderão ser substituídos pelo primeiro muscle car elétrico do mundo.
De acordo com o site Carscoops, os modelos tiveram suas últimas unidades produzidas no dia 22 de dezembro. Ainda não há imagens ou confirmação sobre a configuração dos últimos exemplares, mas o site aponta que o Charger final foi um Destroyer Grey Scat Pack Widebody.
Ou seja, uma das séries finais do sedã, equipada com motor V8 6.4 de 492 cv de potência, câmbio automático de oito marchas e tração traseira, além do kit Widebody, que alarga a carroceria em quase 9 centímetros. Destroyer Grey diz respeito à cor da carroceria, o famoso tom de cinza sólido popularizado nos últimos anos.
No caso do Challenger, a publicação diz que a unidade derradeira é da edição SRT Demon 170, na cor preta Pitch Black. Este, equipado com um V8 6.2 supercharger com assustadores 1.039 cv de potência e 130,5 kgfm de torque, quanto abastecido com E85.
É o V8 mais potente da história em um carro de produção em série e a Dodge diz que o modelo vai de 0 a 96 km/h em 1,66 segundo. É um carro tão insano que exige, no ato da compra, que seu proprietário assine um termo de responsabilidade.
Em produção desde 2005, os modelos foram baseados na plataforma L, assim como o sedã Chrysler 300, também descontinuado recentemente. A perua Magnum, feita a partir do 300, também entra na conta. Desde então, foram mais de 4,3 milhões de unidades vendidas considerando os quatro modelos. Mais do que isso, a longa vida dos modelos surpreende até os trabalhadores que os produziam.
Vito Beato, presidente de uma associação que representa os trabalhadores da fábrica de Brampton, que produzia os modelos, disse ao Autonews Canada que, mesmo depois de tanto tempo, vendo os modelos ao menos seis dias por semana, ainda se divertiam ao ouvir os esportivos saindo das linhas de montagem.
Dentro de pouco tempo, no entanto, eles terão que se acostumar com uma nova realidade. A fábrica passará a produzir modelos eletrificados que substituirão os furiosos V8. Assim, as linhas de produção passarão a ser mais silenciosas e ter novas práticas de construção.
Há também a possibilidade de que o ronco dos V8 seja substituído por roncos virtuais, como é o caso do Daytona SRT, um conceito apresentado em 2022 pela Dodge. Previsto para ser o primeiro muscle car elétrico do mundo, ele adota uma aparência retrô com duas portas e promete um ronco virtual tão alto quanto ao de um Challenger Hellcat.
Ainda não há tantos detalhes técnicos sobre o Daytona SRT elétrico. O que se sabe é que ele terá um sistema elétrico de 800 volts, poderá ser recarregado em estações de até 350 kW e emitirá um ruído de até 126 decibéis. Ele também terá diversos modos de condução, como para fazer curvas de lado e dar “zerinhos”, mesmo com tração integral.