Confirmado para o Brasil, Chevrolet Bolt EV quer a liderança
Elétrico deve ser lançado em 2019 e custará menos que um Camaro
Carros elétricos ainda soam como veículos experimentais no Brasil. De fato, os poucos que existem ou pertencem aos próprios fabricantes ou foram comprados por empresas para testes. Mas a Chevrolet está empenhada em mostrar que os carros elétricos já são uma realidade.
Em entrevista com jornalistas brasileiros no Salão de Detroit, o presidente da GM Mercosul, Carlos Zarlenga, confirmou o interesse de vender o elétrico Bolt EV no Brasil – o que deverá acontecer já em 2019.
O objetivo da Chevrolet é liderar o mercado de elétricos não apenas no Brasil, mas no Mercosul. “Eu diria que a possibilidade está aí e o Bolt EV é o melhor veículo a gente tem para isso”, conta.
O Bolt EV é um hatch com o mesmo porte de um Kia Soul. Seu motor elétrico gera 200 cv (150 kW) e 36,8 mkgf de torque. Ele é alimentado por baterias de íons de lítio de 60 kWh, suficiente para percorrer 383 km com uma carga completa.
Mais interessante é que, mesmo olhando de perto, o Bolt parece ser um carro normal. “É uma prova bem clara de que a eletrificação chegou e que você pode ter um carro elétrico que cumpre com sua necessidade diária. É um carro que satisfaz suas necessidades, mas é elétrico”, diz Zarlenga.
O executivo passou um mês andando com o Bolt em São Paulo. “O carro elétrico chegou e ele não é inalcançável. Não será mais caro que um Camaro, não estará fora da lógica”.
Um Camaro parte hoje dos R$ 310 mil no Brasil. Também é mais caro que o Bolt nos Estados Unidos: a mesma versão disponível no Brasil custa 48.995 dólares, enquanto um Bolt, sem incentivos fiscais, parte dos US$ 37.495 dólares sem qualquer incentivo fiscal (que, nos EUA, podem baixar seu preço para cerca de 29.995 dólares, dependendo do estado).
Este valor de quase 30 mil dólares ainda é maior que o preço do Chevrolet Cruze topo de linha (US$ 24.350). Ou seja: barato ele ainda não é, nem nos EUA.
Outro modelo da marca que poderia vir para cá é o Chevrolet Volt, híbrido que já está em sua segunda geração. Parte dos 38.000 dólares nos EUA e tem motor 1.5 de quatro cilindros e 101 cv, além de um elétrico de 48 cv, totalizando 149 cv e 40,6 mkgf de torque. Zarlenga diz que o Volt não está descartado, mas que o foco da marca será o Bolt.
“O Bolt vai fortalecer ainda mais essa visão que nós estamos construindo no Brasil, de inovação, de conectividade e que agora vai ser na eletrificação. Eu acho que ele cumpre um monte de objetivos para nós”.
O Bolt já tem uma versão autônoma em fase final de desenvolvimento. Trata-se do Cruise AV, que tem lançamento nos EUA previsto para 2019. Para Zarlenga, “se os testes estão indo bem nas ruas de São Francisco, não seria impossível pensar que nós conseguiríamos fazer o mesmo no Brasil”.