“Os mais jovens talvez não gostem tanto de motores a combustão. É uma pena”. Em visita ao Brasil, o CEO da Lamborghini, Stephan Wilkelman, reconheceu que os tempos estão mudando, e a sua marca não pretende ficar parada.
Em time que está ganhando se mexe sim, pois, mesmo após um 2023 de recordes, a Lamborghini está apostando no off-road com o Lamborghini Huracán Sterrato. É o carro-chefe dos italianos com adaptações para torná-lo mais versátil.
Já há três unidades do Huracán Sterrato em solo brasileiro — todas vendidas a cerca de R$ 4,4 milhões cada. Por esse preço, há motor V10 5.2 com 610 cv, 57,1 kgfm, tração integral e câmbio de dupla embreagem com sete velocidades. Seja no asfalto ou em estradas de terra, dá para ir de 0 a 100 km/h em tão pouco quanto 3,4 s.
Comparado à versão convencional, o Sterrato é 4,4 cm mais alto e tem bitolas cerca de 3 cm mais largas. As soleiras são reforçadas e há placas de alumínio na parte de baixo do carro. Caixas de rodas e alguns painéis ganharam aspecto musculoso, enquanto as rodas de aro 19 trazem pneus exclusivos feitos pela Bridgestone.
A cabine é decorada com inspiração total no automobilismo, e um aplicativo permite sincronizar o carro com um Apple Watch que mede as funções vitais do condutor e unir isso a dados de telemetria, tempos de volta e até filmagens dos passeios.
Brasil furando fila
O CEO da Lamborghini para as Américas, Andrea Baldi, explicou que os brasileiros que comprarem o Huracán Sterrato receberão o superesportivo mais rápido do que a média global. “Se o cliente daqui ouve que levará dois a três anos para receber a encomenda, acaba desanimando”.
Desse modo, estima-se cerca de um ano entre o negócio ser fechado e o Lambo chegar ao novo dono. Outros modelos, porém, chegam ainda mais rápido.
Essa pressa não se aplica à eletrificação da marca: neste ano chega o Urus híbrido plug-in e o Revuelto, mas Stephen Wilkelman, quando questionado por QUATRO RODAS sobre a chegada de concorrentes tão diversos quanto o YangWang U9, é respeitoso com o adversário.
“A Lamborghini sempre se destacou por design e performance. Nesse segundo caso, há a preocupação com números frios mas também com a sensação do carro. (…) Nesse sentido, ainda temos cinco ou seis anos para conceber como um Lamborghini elétrico deve ser.”
O CEO completa dizendo que, mesmo assim, há desejo de apostar em combustíveis sintéticos e outras soluções que permitam aos V10 e V12 roncarem por muito tempo.