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VW Amarok 2.0 usada anda como automóvel, mas tem histórico de problemas

Primeira picape média projetada pela VW é conhecida por conforto e boa dirigibilidade, mas também por vários problemas mecânicos

Por Redação
Atualizado em 21 Maio 2023, 21h45 - Publicado em 21 Maio 2023, 12h50
Volkswagen Amarok 2.0 prata vista 3/4 de frente
Todas as versões da Amarok têm motor a diesel (Marco de Bari/Quatro Rodas)

A Volkswagen sempre foi conhecida pela dirigibilidade de seus modelos: direção precisa, freios comunicativos e respostas imediatas dos comandos sempre estiveram entre suas virtudes. E não foi diferente com a picape Amarok desde a sua primeira fase, lançada em 2010.

Esqueça o rodar saltitante e barulhento dos utilitários: o conforto e a dirigibilidade da picape feita na Argentina são compatíveis com um bom automóvel de passeio.

Projetada e produzida pela VW, ela se destacou pela suavidade e silêncio do motor diesel 2.0 biturbo, com 163 cv e torque de 40,8 mkgf – que mais tarde seria um dos protagonistas do escândalo de manipulação de resultados de emissões de poluentes no mundo inteiro. O câmbio era sempre manual de seis marchas.

Outro destaque é a tração 4×4 permanente 4Motion, que trabalha de acordo com as condições de aderência – o motorista nunca precisa acionar a tração 4×4.

VW Amarok Painel
Interior tem acabamento de qualidade apenas regular e peças vindas de modelos mais baratos da VW (Volkswagen/Divulgação)

Estreou só na versão Highline, trazia airbag duplo, freios ABS com EBD (distribuição eletrônica de frenagem), BAS (sistema de assistência dos freios), RBS (controle de filme de água nos discos) e um ajuste específico para off-road. Havia ainda controle de tração, rodas aro 18 polegadas, bancos de couro e ar digital bizona.

As versões mais simples vieram logo depois: a Trendline perdeu o ar digital e o couro e recebeu rodas aro 17, mas manteve trio elétrico, piloto automático e som com CD/MP3, Bluetooth e USB.

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VW Amarok 2.0 TDI 2
As primeiras unidades tinham só câmbio manual (Marco de Bari/Quatro Rodas)

A maior crítica era a falta do câmbio automático, que veio em 2012 na versão mais cara, Highline: a caixa de oito marchas veio com o motor retrabalhado para entregar 180 cv e 42,8 mkgf.

Restrita a frotistas, a Amarok SE é identificada pelas rodas de 16 polegadas e ausência de cromados. Abaixo, está a versão S, com rodas de aço, para–choques pretos e motor com apenas um turbo, de 122 cv (140 cv a partir de 2013). Fuja da rara versão 4×2, que tem baixíssima procura.

Todas as versões voltadas para frotistas também são extremamente desvalorizadas. As Amarok Trendline dos primeiros anos, porém, chegam a valer mais que as Highline.

Além da leve reestilização na linha 2017, a Amarok ganhou uma nova versão topo de linha chamada Extreme.

Mesmo assim, a picape ainda tem muito a evoluir na opinião dos donos: todos os entrevistados mencionaram problemas mecânicos que minaram sua confiabilidade.

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Volkswagen Amarok 2017
Versão Highline Extreme é a mais cara da gama (Ulisses Cavalcante/Quatro Rodas)

Por isso, não é raro ver a Amarok anunciada por valores abaixo da tabela: a maioria se cansou de brigar com a rede autorizada VW, quase sempre incapaz de solucionar as avarias. Isso, inclusive, abriu espaço para mecânicos que se especializaram na picape.

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O motor 2.0 biturbo deixou de ser oferecido no Brasil no início de 2022. Mas sua participação nas vendas já havia ficado muito limitada desde o lançamento das versões com motor V6 3.0 turbodiesel de 225 cv, em 2018. Hoje este motor entrega até 257 cv.

Principais defeitos da Volkswagen Amarok

Motor 2.0 TDI sofre com problemas crônicos
Motor 2.0 TDI sofre com problemas crônicos (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Correia dentada – Não é raro a correia romper por excesso de poeira, o que levou a VW a criar o EDK (Engine Dust Kit) para evitar a contaminação da peça. Na dúvida, peça a um mecânico que cheque a peça.

Válvula EGR – Responsável por recircular os gases de escapamento, essa válvula apresenta vazamento da água do radiador. O problema foi abordado pela seção Autodefesa e só costuma ser solucionado com a troca ou supressão do componente.

Filtro de partículas – O filtro DPF retém partículas de fuligem resultantes da queima do diesel. Com o passar do tempo, ele fica saturado, impedindo o bom funcionamento do motor. A regeneração do filtro de partículas deve ser feita na rede autorizada ou em oficinas com maquinário apropriado.

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Freio ABS – Luz acesa no painel em geral indica falhas nos sensores de rotação das rodas, o que tambem afeta o ESP. É preciso substituir os sensores, reprogramar o sistema e apagar os códigos de avarias.

Recalls – Há três deles: um para reparar possível fissura na linha de combustível, outro para problemas de fixação das pinças de freio dianteiras e um terceiro, que envolve o deflagrador do airbag e o pré-tensionador do cinto – que aumentam o risco de lesões em caso de acidente.

VW Amarok

A voz do dono

Nome: José Guilherme Valente Bohns Filho
Idade: 39 anos
Profissão: comerciante
Cidade: Pelotas (RS)

O que eu adoro

“De todas as picapes médias, é a melhor em tecnologia, conforto e dirigibilidade: a impressão é a de estarmos em um Jetta, tamanha a suavidade do motor e da transmissão automática.”

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O que eu odeio

“A confiabilidade mecânica não existe: nem parece VW. É impossível viajar por 1.000 km em boas estradas sem receio de falha mecânica. Uma picape cara, mas que só transmite segurança para ir ao shopping.”

Nós dissemos

Matéria QR Dezembro/2012
Compartivo de 2012 colocou Amarok diante de S10 e Ranger (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Dezembro de 2012 – “Morro abaixo, é a que transmite a maior sensação de segurança, graças ao HDC, um assistente eletrônico que evita que o carro embale e dispensa o uso do freio, situação que quase sempre leva à perda de controle. Na hora de subir, no entanto, a situação se inverte e a Amarok foi a que mais sofreu para cumprir a prova.”

Preço médio das VW Amarok 2.0 usadas (KBB)

Modelo 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
S 4×2 89.550 89.500 84.330 108.330  –
S 4×4 93.220 84.330 83.220 102.000 112.000 119.330 128.330 133.220
SE 4×4 95.000 103.020 92.330 122.000 126.000 130.220 134.300 137.339 151.200 169.920
Trendline 4×4 101.000 112.330 114.330 121.000 123.000
Trendline 4×4 aut.  – 127.220 133.220 143.000 153.220 155.000
Comfortline 4×4 AT 175.000 196.200 235.000 251.000
Highline 4×4 97.000 105.000 104.000 116.355 126.000 135.780
Highline 4×4 aut.  – 108.339 125.000 132.000 141.272 165.000 183.000 197.600 219.200 268.900 275.000

Preço das peças

Original Paralelo
Para-choque (dianteiro) 4.391 1.300
Farol (cada um) 1.024 700
Pastilhas de freio (par diant.) 591 195
Discos de freio (par diant.) 620 580
Amortecedores 2.258 1.500
Embreagem 1.962 1.200

Pense também em uma…

Toyota Hilux (7ª geração):

Toyota Hilux
Sétima geração da Hilux tinha conforto digno de automóvel de passeio (Marco de Bari/Quatro Rodas)

De 2005 a 2015, foi a primeira picape de vocação urbana. Quem faz questão do diesel deve levar a versão SR (3.0 de 163 cv). Câmbio automático de quatro marchas só na SRV, com 4×4 de série. Ainda há a gasolina (2009) e a flex (2012). Seu forte é robustez, baixa manutenção e o pós-venda da Toyota.

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