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Teste: nova VW Amarok V6 é a picape média mais rápida que um Polo GTS

Modelo retoma o título de picape média mais potente do Brasil, mas abre mão de mudança no visual e novos itens de série

Por Gabriel Aguiar
25 nov 2020, 10h35
Visual continua igual ao apresentado há pelo menos quatro anos (Fernando Pires/Quatro Rodas)

É difícil notar qualquer diferença na nova VW Amarok: o visual está exatamente igual há quatro anos, quando estreou a última (e única) reestilização.

Por isso, não espere identificar a atual picape média mais potente do país (título que pertencia à Toyota Hilux GR-S a gasolina desde março), com o V6 3.0 turbodiesel atualizado para entregar até 272 cv com overboost, nas ruas.

Essa novidade, no motor, é uma mudança tímida, ainda mais considerando as atualizações de rivais, como Chevrolet S10 e Mitsubishi L200 Triton Sport.

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Como opção, dá para incluir detalhes escurecidos na carroceria, pagando R$ 1.880 pelo pacote Black Style, disponível só na topo de linha Extreme, de R$ 256.390 (além dessa, será trazida da Argentina a Highline, de R$ 243.290).

Pacote Black Style inclui detalhes escurecidos à versão Extreme (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Só não espere por itens já disponíveis nas concorrentes, como sensor de pontos cegos e assistência de permanência em faixa, ou até o piloto automático adaptativo da Ford Ranger.

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Com os mesmos itens de antes, a picape não tem condução semiautônoma, o que deixa explícito o tempo de mercado. Entre os opcionais, há apenas capota marítima e rodas maiores, dependendo da versão.

(Fernando Pires/Quatro Rodas)

E não estranhe que as poucas novidades tenham ficado restritas às opções mais caras, já que a própria VW diz que boa parte dos emplacamentos são justamente com motorização maior – 65% do total –, enquanto as versões 2.0 turbodiesel (que continuam iguais) são minoria nas ruas e destinadas, principalmente, a empresas.

Neste ano, a Amarok ocupa a quarta posição no segmento.

Por isso mesmo, o desempenho continuará como principal argumento em favor da picape, que, normalmente, oferece 258 cv a 3.250 rpm e 59,1 kgfm a 1.400 rpm – contra 225 cv a 4.000 rpm e 56,1 kgfm a 1.500 rpm da anterior.

Tampa traseira tem sistema de amortecimento (Fernando Pires/Quatro Rodas)

E, para liberar mais fôlego (14 cv) por 10 segundos, é necessário cravar o pé no acelerador entre 50 km/h e 120 km/h, com intervalos de 5 segundos.

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Pena que o resultado na nossa pista de testes não tenha sido tão promissor quanto o título de “mais potente” sugere. Afinal, o tempo de 0 a 100 km/h baixou só 0,1 s em relação à anterior, com 8,1 s.

Mas que fique claro: esse tempo é suficiente para superar até mesmo veículos declaradamente esportivos, como é o caso do Polo GTS, que tem motor 1.4 turbo de 150 cv e cumpre prova em 8,9 s.

Rodas aro 20 são calçadas com pneus que privilegiam o asfalto (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Outro ponto que se manteve como antes é o consumo, com média igual para a cidade (9,4 km/l) e ligeiramente melhor para a estrada (11,8 km/l).

São praticamente os mesmos números da líder Hilux, com motorização menor – enquanto a reestilização, prometida para os próximos meses, não chega às lojas. Por outro lado, é superior quando comparada às versões 2.0 de 180 cv e 42,8 kgfm, que fazem 8,8 km/l e 10,8 km/l.

Para quem conhece a picape da marca alemã, não há muito a ser falado, já que a dinâmica permanece igual, o que é admirável.

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Afinal, o acerto está mais próximo de um SUV que de um utilitário que ultrapassa as duas toneladas: a suspensão é suficientemente firme para controlar as rolagens nas curvas (também ajudam os pneus dedicados ao asfalto) e, mesmo sem peso na caçamba, a traseira não fica “solta”.

Painel já mostra sinais da idade e central multimídia não é VW Play (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Não é à toa que alguns proprietários orgulhosos se exibam nas redes sociais, comparando a Amarok aos sedãs da marca. Ainda que o acabamento continue simples, com plásticos rígidos por todos os lados da cabine, há pouco ruído ou vibração que lembrem o motor a diesel sob o capô.

E, para honrar a preocupação com conforto, os bancos dianteiros têm certificação de ergonomia da alemã AGR – além de ajustes elétricos.

Neste contexto, a direção com assistência hidráulica parece ainda mais incoerente, pois alivia pouco peso nas manobras do dia a dia e até mesmo a velocidades elevadas.

Pode parecer besteira neste segmento, mas as rivais Chevrolet S10 e Ford Ranger, por exemplo, aposentaram o sistema em favor da assistência elétrica (e fizeram isso sem comprometer a robustez). Pelo menos as respostas aos movimentos são rápidas e o sistema oferece bom retorno da via.

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Bancos dianteiros têm certificação alemã de ergonomia (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Por outro lado, não há nada de conservadorismo no sistema de tração integral, que libera o motorista de qualquer gerenciamento e envia força às quatro rodas conforme a demanda – até mesmo circulando no asfalto.

Para situações fora de estrada, há bloqueio do diferencial traseiro e modo “off-road”, que muda parâmetros de frenagem e aciona controle automático de descida. Mas não há opção de bloqueio do diferencial central, que é feito automaticamente.

Só que, de todas as características consideradas revolucionárias para o segmento (isso pode ser bom ou ruim, dependendo do comprador), talvez a principal delas tenha sido abandonar a caixa reduzida em favor do câmbio automático de oito marchas – neste caso, é a primeira que assume a função.

Ainda assim, há borboletas atrás do volante para trocas manuais.

Túnel central rouba espaço na segunda fileira (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Pelo menos cabe à Amarok V6 o título de maior capacidade de carga do segmento, com 1.105 kg, além de ostentar uma das maiores caçambas entre as picapes médias.

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Claro que nem tudo são flores, já que ela também tem o maior custo de revisões (são R$ 8.172 pelas seis visitas previstas até os 60.000 km) entre as rivais. Se bem que nada disso é novidade para os clientes de longa data, que a VW quer manter.

Veredicto

Para quem sempre gostou da Amarok, ela continua sendo a mesma picape de antes. É a melhor opção para quem procura desempenho, mas não é referência quando se trata de equipamentos.

Bloqueio central tem atuação automática com o modo off-road (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Teste

Aceleração
0 a 100 km/h: 8,1 s
0 a 1.000 m: 29 s – 180,2 km/h

Retomada
D 40 a 80 km/h: 3,5 s
D 60 a 100 km/h: 4,5 s
D 80 a 120 km/h: 5,4 s

Frenagens
60/80/120 km/h – 0 m: 14,2/24,3/56,6 m

Consumo
Urbano: 9,4 km/l
Rodoviário: 11,8 km/l

Motor pode chegar aos 272 cv de potência com o overboost ativado (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Ficha técnica

Motor: diesel, diant., long., 6 cil. em V, 2.967 cm3, 24V, 83,0 x 91,4 mm, 17,0:1, 258 cv a 3.250 rpm, 59,1 mkgf a 1.400 rpm
Câmbio: automático, 8 marchas, tração integral com reduzida e bloqueio no diferencial central e traseiro
Suspensão: braço sobreposto (dianteiro) e eixo rígido com molas semielípticas (traseiro)
Freios: disco ventilado (dianteiro e traseiro)
Direção: hidráulica, 12,9 m (diâmetro de giro)
Rodas e pneus: liga-leve, 255/50 R20
Dimensões: comprimento, 525,4 cm; largura, 194,4 cm; altura, 183,2 cm; entre-eixos, 309,7 cm; altura livre do solo, 24 cm; peso, 2.185 kg; tanque, 80 l; caçamba, 1.280 l; capacidade de carga, 1.105 kg

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