Renault dispensa híbridos plug-in para focar em híbridos convencionais e elétricos
Executivo da marca diz que a montadora não pensa em introduzir mais carros PHEV em seu portifólio, mantendo-se firme na estratégia de eletrificação atual

Para a Renault está valendo o ditado: “em time que está ganhando, não se mexe”. A montadora cresceu em vendas no primeiro semestre, ultrapassando a Toyota, e ficando em segundo lugar na Europa, atrás apenas da Volkswagen. Por isso, não há planos para diversificar mais sua oferta de carros eletrificados, mantendo foco nos híbridos plenos e elétricos.
“A estratégia [da Renault] é boa. Híbrido pleno de um lado e elétrico do outro. Não sabemos a velocidade com que eles crescerão, mas sabemos que é assim que crescerão”, afirmou o diretor global de vendas e operações da Renault, Ivan Segal, em entrevista ao site Auto Express.

De fato, a ideia de manter nesse rumo, com uma oferta menor de híbridos plug-in (PHEV), faz sentido. Segundo informações do ACEA (Associação Europeia das Montadoras Automotivas), os veículos híbridos plenos (HEV) foram a maioria no mercado europeu em 2025, com 34,8% das vendas. Já os PHEV, somaram apenas 8,4%, menos até que os carros a diesel (9,4%).
“Vemos que esse mercado [PHEV] não está crescendo na mesma proporção que o mercado de HEV, na Europa. Por isso, continuamos acreditando que a tecnologia híbrida plena é a solução ideal para clientes que vêm do diesel e não querem ir direto para o elétrico, mas buscam o equilíbrio perfeito entre os dois mundos. Acreditamos que a tecnologia HEV é simples para nossos clientes em geral.”, explicou Segal.
Isso se reflete na linha da Renault. Apenas o SUV cupê Rafale é vendido com motorização híbrida plug-in. Ele também é vendido com motorização HEV, junto de Clio, Captur, Symbioz e Austral.

Juntos, o time de híbridos da Renault foi responsável por 41% dos 395.000 carros que a marca vendeu na Europa no primeiro semestre. Já os elétricos corresponderam a 16%, um aumento de 57% em relação a 2024. E muito disso deve-se ao lançamento do Renault 5.
Respaldada pelos números, a Renault seguirá firme com a sua estratégia, que não se restringe somente à Europa, sendo também global. “Para algumas necessidades específicas com alta quilometragem, acreditamos que o PHEV pode ser uma boa solução em termos de consumo. Mas, globalmente, estamos seguindo nosso plano. Dois pilares: híbrido pleno por um lado, elétrico por outro”, conclui Ivan Segal.

No Brasil, a marca ainda não começou a vender híbridos, mas isso mudará em breve. O SUV Boreal tem uma versão MHEV (híbrida-leve) esperada para meados de 2026. Além dele, a picape Niagara também adotará o sistema quando for lançada, possivelmente a partir de 2026.
Esse sistema MHEV não apenas introduzirá os híbridos da Renault do Brasil, como também trará de volta a tração 4X4 para a marca. Desenvolvido pela Valeo, o sistema dispensa o cardã, ao introduzir um pequeno motor elétrico de 48V no eixo traseiro. Ele será responsável por auxiliar o carro em algumas manobras, além de reduzir o consumo.