Jeep Compass 4xe é SUV híbrido plug-in de R$ 349.990, mas não faz 50 km/l?
Jeep Compass mais caro do Brasil também é o mais potente, rápido e econômico. Entenda porque seu consumo é quase o dobro do Europeu
A Jeep está lançando seu primeiro carro híbrido no Brasil. É o Jeep Compass 4xe (lê-se “four by E”), híbrido plug-in com tração 4×4 e que chega importado da Itália. Tudo isso ajuda a justificar o preço: R$ 349.990 para a configuração única Série S, equivalente à versão topo de linha com o motor 1.3 turboflex.
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O Jeep Compass é um carro muito comum nas ruas brasileiras e será preciso treinar os olhos para reconhecer um 4xe. As mudanças começam pelos logotipos com fundo azul, passam pelas rodas com acabamento preto (e não cinza) e chegam aos faróis, que também são full-led mas têm elementos internos diferentes (porque realmente são diferentes na Europa). E só.
Mas as quatro cores disponíveis (azul, prata, branco e preto) para ele têm tons diferentes das usadas nos nacionais.
Na cabine, tudo é virtualmente igual. Não há diferença de padrão no acabamento entre os carros fabricados em Goiana (PE) ou em Melfi, na Itália. Mas o quadro de instrumentos digital de 10,25 polegadas e a central multimídia de 10,1 polegadas têm funções exclusivas, próprias para lidar com o sistema híbrido plug-in.
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Como exclusividade, o Compass 4xe tem câmeras de visão 360° e sistema de som premium Alpine, enquanto os carros nacionais usam os Beats com a mesma potência, 506W. Também é possível acessar às funções próprias do sistema híbrido em smartphones, por meio do Adventure Intelligence.
O pacote de equipamentos de segurança é comum aos Compass e Commander mais completos, com sete airbags, piloto automático adaptativo, assistente de permanência em faixa, frenagem autônoma de emergência, reconhecimento de placas de trânsito, assistente de baliza automática, alerta de pontos cegos e detector de fadiga do motorista.
Mecânica completamente diferente
O Jeep Compass 4xe não é flex. Seu motor a combustão é o 1.3 GSE Turbo na versão a gasolina usada na Europa. Por isso entrega 180 cv e não 185 cv, mas o torque é dos mesmos 27,5 kgfm. Também se diferencia por não acionar nem o compressor do ar-condicionado nem a bomba de óleo do câmbio automático de seis marchas, que passam a ter acionamento elétrico para situações onde o motor 1.3 pode permanecer desligado com o carro em movimento.
Além disso, há um pequeno motor-gerador elétrico acoplado ao motor a combustão. Chamado P1F, ele pode dar suporte ao motor 1.3 em acelerações ou para antecipar o funcionamento do start-stop e também tem a função de recuperar a energia das frenagens ou recarregar a bateria usando o próprio motor a gasolina.
O principal motor elétrico, chamado P4, está no eixo traseiro, dentro do subchassi. Ele tem 60 cv e 25,5 kgfm e pode lidar sozinho com o Compass até os 130 km/h quando no modo elétrico. O Compass 4xe ainda tem outros dois modos, o E-Save que pode ser configurado para manter a carga da bateria ou para recarregar a bateria.
Essa bateria tem 11,4 kWh e garante autonomia elétrica de 44 km. Pode ser recarregada em 1h40 em carregadores a até 7,4 kW, ou em 4 h em tomada doméstica de 220V.
O modo de funcionamento mais interessante, porém, é o Hybrid, que usa cada um dos motores do modo mais eficiente possível e modula a regeneração da energia por conta própria ao longo do percurso. Também é neste modo que, quando exigido, o Compass entrega seus 240 cv. A Jeep não divulga número de torque combinado, mas a soma dos dois motores principais é de 53 kgfm, mais do que muita picape diesel.
A Jeep divulga tempo de aceleração de 0 a 100 km/h em 6,8 s e velocidade máxima de 206 km/h.
Híbrido gasta mais no Brasil?
Desde que o Jeep Compass 4xe começou a ser aventado para o Brasil destacamos que seus números de consumo chegavam a 47,6 km/l na Europa e que poderia percorrer até 52 km em modo elétrico. Mas esses números não se repetem no Brasil, onde está homologado com consumo urbano de 25,4 km/l e rodoviário de 24,2 km/l.
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Há uma diferença significativa no ciclo de medição de consumo e eficiência entre o usado no Brasil pelo Inmetro (NBR 16.567, definida pela AEA e baseada no regulamento americano SAE J1711) e o ciclo WLTP (Worldwide harmonized Light-duty vehicles Test Procedure), estabelecido pela Comissão Económica das Nações Unidas para a Europa.
No ciclo WLTP, para obter os valores de consumo e das emissões de dióxido de carbono, são feitas quatro provas seguidas em condições diferentes. São desde 3095 metros a 18,9 km/h a 8254 metros a 92,2 km/h. O ciclo simula utilização de 52% em ambiente urbano e 48% em estrada.
No Brasil, consideram o uso 55% urbano e 45% rodoviário para consumo combinado. Mas os resultados são apresentados com números distintos para consumo urbano e rodoviário, com ciclo de medições independentes baseados nos regimes usados em veículos a combustão.
As medições são iniciadas com a bateria cheia e os ciclos são repetidos até que até onde o veículo passe a funcionar apenas com o motor a combustão, a fim de recarregar a bateria. Aos resultados de consumo em cada ciclo são aplicadas fórmulas que resultam no consumo final.
Depois que a bateria esgota, ela é recarregada em tomadas. Equipamentos medem toda a energia que foi consumida e reposta na bateria. Com esses testes também se obtém a autonomia puramente elétrica do veículo. Enquanto na Europa o Compass 4xe roda até 52 km com uma carga, no Brasil esse número é de 44 km.
Vale ressaltar que a diferença está na forma como o veículo é testado, mas não no veículo. A intenção da entidade de cada mercado é padronizar suas medições a fim de encontrar uma comparabilidade. Por isso, também, não é impossível (nem muito difícil) obter números melhores que os obtidos na homologação brasileira, tudo vai depender das condições do uso.