Clique e Assine QAUTRO RODAS por R$ 9,90/mês
Continua após publicidade

Compensa comprar um Jeep Compass 4xe? Testamos e comparamos híbrido e flex

Afinal, vale a pena pagar R$ 349.990 em um Jeep Compass S 4xe híbrido, quando a versão convencional custa R$ 224.209?

Por Henrique Rodriguez I Fotos Fernando Pires
Atualizado em 20 nov 2022, 18h43 - Publicado em 3 jun 2022, 16h00

Sair na frente e adotar uma tecnologia antes que ela se torne popular é quase uma aventura. Mas também custa caro, porque não há um grande volume de produção. Foi assim com o telefone, com os computadores e, por que não, com os “carros automóveis” quando o que havia nas ruas eram charretes puxadas por cavalos.

E será assim com os carros eletrificados, sejam eles híbridos ou elétricos.

No caso dos elétricos, a recarga gratuita em estações públicas ainda é uma vantagem, mas ter que se planejar antes de viajar para longe é um ônus. Um ônus do qual um híbrido plug-in como o Jeep Compass 4xe não paga por ser impulsionado tanto pelo motor elétrico quanto pelo motor a combustão, que também trabalha para gerar energia.

apresentamos o Jeep Compass 4xe, híbrido plug-in, por aqui. Mas agora tivemos contato com esse SUV na vida real e pudemos fazer um teste completo para conferir sua eficiência nos diferentes modos de funcionamento.

Melhor que isso: também o comparamos com um Jeep Compass convencional, com motor 1.3 turboflex, para entender se sua eficiência e o preço elevado dos combustíveis nos tempos atuais ajudam a financiar o investimento extra.

Continua após a publicidade

Por sinal, é um baita investimento. O Compass S T270 é o mais caro equipado com o motor 1.3 turboflex de 185 cv e sai por R$ 224.209. O Compass S 4xe, por sua vez, custa R$ 349.990. Portanto, já larga com desvantagem de R$ 125.781. Inteirando com R$ 2.000, seria possível comprar um Jeep Renegade Sport 1.3 turbo (R$ 127.590).

Mas é preciso considerar que o motor elétrico de 60 cv e 25,5 kgfm instalado no eixo traseiro faz do Compass 4xe um veículo 4×4, com direito a modos de tração (neve/lama, Sport e automático) e reduzida, quando força o uso das marchas mais baixas do câmbio automático de seis marchas, como os Renegade e Compass 4×4. O Compass flex, por sua vez, tem tração dianteira.

Compass Hibrido e Flex
Enquanto o flex destaca a saída de escape dupla, o híbrido esconde a única que tem (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Só usando os dois carros para notar diferenças que podem se traduzir em vantagens na comparação entre o híbrido, importado da Itália, e o flex, fabricado em Pernambuco. Por exemplo, o Compass 4xe tem faróis full-led com projetor elíptico, que se mostraram mais eficientes à noite que os faróis de led com refletores do Compass nacional, que mantiveram as lâmpadas convencionais para as setas.

O híbrido perde as barras longitudinais no teto, mas ainda é cerca de 2 cm mais alto que o Compass flex, pois sua suspensão foi erguida devido à parafernália elétrica no assoalho, como a bateria, o subchassi exclusivo e o escape que desvia do sistema. A intenção foi manter os mesmos 20,1 cm de vão livre nos dois carros. Conseguiram, mas o ângulo de saída (28o contra 31,4o) e central (16o contra 20o) são menores.

Compartilhe essa matéria via:

Quanto aos equipamentos, só a versão híbrida tem sistema de visão 360o, graças a quatro câmeras. Contudo, só no Compass flex o banco do carona também tem ajustes elétricos, quando no importado o passageiro até tem ajuste de altura, mas manual.

Continua após a publicidade

A vantagem do híbrido está no conforto dos bancos, que têm espumas de menor densidade, mais confortáveis e anatômicas no final do dia.

Compass 4xe
Faróis do 4xe são full-led e o bloco elíptico melhora sua eficiência à noite (Fernando Pires/Quatro Rodas)

É apenas um detalhe, mas enquanto no Compass nacional há apliques piano black ao redor das maçanetas das portas dianteiras, no importado esse acabamento decora as saídas de ar-condicionado traseiras. E o sistema de som Alpine do 4xe é mais cristalino, enquanto o Beats do carro nacional tem graves mais encorpados. Ambos têm a mesma potência: 506 W.

O problema da dependência elétrica 

Antes da eficiência proporcionada pelo motor elétrico, vale destacar o ganho de desempenho garantido por ele. Aliado ao 1.3 turbo que queima apenas gasolina (e gera 180 cv), a potência combinada é de 240 cv.

A Jeep não divulga o torque resultante dos dois motores. Fato é que essa união torna o Compass híbrido significativamente mais rápido: precisou de 7,2 s para chegar aos 100 km/h, enquanto o flex cumpriu o mesmo teste em 10,3 s.

Isso, mesmo sendo o 4xe 319 kg mais pesado, com um total de 1.908 kg. O teste de aceleração foi feito no modo de condução híbrido e com a tração em Sport, quando o carro entrega mais força do motor elétrico na combinação com o motor térmico.

Continua após a publicidade

No uso normal, e ainda em modo híbrido, o que se percebe é o carro forçando ao máximo uma condução que dependa apenas do motor elétrico até que o motorista pise fundo no acelerador.

Compass T270
O Compass nacional tem projetores e lâmpadas de seta convencionais (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Não há uma entrega equilibrada dos dois motores. Isso não chega a ser ruim na cidade. Primeiro, porque o motor de 60 cv atende a necessidade de velocidade do anda e para e torna o Compass 4xe, efetivamente, um carro elétrico.

Segundo, porque a bateria de 11,1 kWh, quando carregada, faz o carro estimar uma autonomia elétrica de até 50 km. É suficiente para muita gente ir e voltar do trabalho sem que o motor a gasolina entre em funcionamento.

A grande questão é que esse comportamento se repete na estrada. Em Jundiaí (SP), aguardamos 1h30 para a recarga completa da bateria. Percorremos 43 km e entramos em São Paulo com 10% da bateria e 5 km de autonomia elétrica.

Enquanto há carga na bateria, o sistema só liga o motor a combustão em acelerações mais fortes, ao passo que o motor elétrico é usado para manter velocidade e em acelerações menos exigentes. Quando a carga chega aos 3%, passa a se comportar como um híbrido convencional.

Continua após a publicidade
Compass 4xe / T270
Assoalho do porta-malas do 4xe é mais alto e rouba 56 litros do compartimento em relação ao T270 (Fernando Pires/Quatro Rodas)
Jeep Compass T270
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

O motor elétrico até dá um suporte nos momentos mais críticos, mas é o motor a combustão que faz a maior parte do trabalho, enquanto a média de consumo (que para nos 50 km/l com a atuação do motor elétrico) começa a cair para patamares normais.

A impressão é de que a autonomia não será um ponto forte do Compass 4xe em viagens, a não ser que se repitam as recargas da bateria.

Mesmo quando com com tanque de 36,5 litros e bateria cheios, o 4xe não exibiu no computador de bordo autonomia total maior que 410 km, enquanto, pela média de consumo registrada no Inmetro, se projeta 927 km de autonomia. É um número completamente distante da realidade se o auxílio elétrico dura pouco.

As melhores médias de consumo em nosso teste foram obtidas em modo híbrido: 19,9 km/l em regime urbano e 14,4 km/l no rodoviário. É muito melhor que os 9,3 km/h urbanos e 13 km/l rodoviários do Compass T270, mas novamente um consumo limitado pela disponibilidade da carga da bateria. Fizemos, então, medições com outros regimes de funcionamento.

Compass 4xe
A diferença das rodas é apenas a cor (Fernando Pires/Quatro Rodas)
Jeep Compass T270
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

O modo e-Save se divide em dois. Quando se dedica à recarga da bateria, registrou 7 km/l no urbano e 9,2 km/l no rodoviário. Quando se volta a manter a carga da bateria, variando entre 3% para mais ou para menos da carga selecionada (o que só acontece abaixo de 80% da carga), obteve 14,5 km/l no regime urbano e 12,4 km/l no rodoviário.

Continua após a publicidade

É um consumo mais elevado, que tem explicação. O Jeep Compass é um carro pesado – o flex tem 1.589 kg – e quando o motor a combustão se compromete com a recarga ou manutenção do nível da bateria, ele se torna um Compass convencional 319 kg mais pesado e que ainda precisa impulsionar o motor/gerador conectado ao motor 1.3 turbo, que é o que está gerando energia para a bateria.

Projetamos como seria o custo mensal para manter o Jeep Compass com as duas mecânicas, flex e híbrida, ao longo de três anos.

Para isso, consideramos 15.000 km por ano, sendo 30% de uso rodoviário e 70% de uso urbano (como o método que usamos em nosso prêmio Menor Custo de Uso), a gasolina a R$ 7,298 o litro (preço médio nacional na segunda semana de maio) e a soma das três primeiras revisões.

Importante: o 4xe para na oficina a cada 15.000 km e o T270, a cada 12.000 km.

Nessa conta, o Compass S T270 teria gasto anual de combustível de R$ 10.766 e um custo mensal total de R$ 1.088.

Jeep Compass 4xe/T270
Seletor de modos de condução ficam à esquerda do volante. Mas a configuração do e-Save é feita na central. A seleção do modo de tração é como a do Compass diesel, ao lado da alavanca de câmbio (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O gasto com a gasolina do Compass S 4xe, por sua vez, seria de R$ 6.131 em um ano e R$ 708 mensal. É uma diferença tão pequena que levaria 331 meses (ou 27 anos) e 412.500 km para compensar a diferença de preço – o custo de ser um early adopter dos híbridos PHEV.

Outro, é o custo do seguro, ainda caro no Brasil e que nem toda seguradora aceita. No perfil de um homem de 40 anos, casado, morador do Alto da Lapa (São Paulo) e sem seguro anterior, proteger o Compass 4xe sai 55% mais caro: R$ 22.398 contra R$ 14.447 para o flex, na mesma seguradora. É um valor que elevaria o custo mensal para R$ 2.292 no caso do Compass flex e para R$ 2.574 no caso do 4xe.

É possível amortizar isso: 15.000 km por ano resulta em 41 km por dia, uma distância que o Jeep Compass 4xe pode percorrer apenas em modo elétrico. Contudo, mesmo que o Compass híbrido faça 50 km/l o mês inteiro, o seguro pesa tanto que ele terá custo mensal apenas R$ 50 mais em conta que o flex.

Para ficar refém da recarga diária e de ter um carregador em casa, pode ser vantajoso apostar num carro elétrico de uma vez.

Compass 4xe x Compass T270
O Compass S 4xe não vem com ajuste elétrico no banco do carona, mas o fato de ter ajuste de altura mecânico já surpreende. O sistema de som Beats, do Compass T270, proporciona graves mais encorpados (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Veredicto Quatro Rodas

O Compass 4xe tem benefícios de um carro elétrico sem ficar limitado pela bateria e pelo tempo de recarga. Mas sua eficiência depende da bateria e a autonomia tropeça no tanque de 36,5 litros. O seguro é caro como o carro, mas dá para entender: é o custo de estar na vanguarda. Considerando o bolso, o Compass T270 leva a melhor.

Fizemos as contas

Consideramos os gastos anuais com gasolina e seguro para ponderar quanto custaria manter cada uma das versões do Compass ao longo de três anos, incluindo o custo com as três primeiras revisões programadas.

Compass Híbrido x Combustão
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

Teste Comparativo

Compass 4xe (híbrido) Compass T270 (combustão
Aceleração
0 a 100 km/h 7,2 s 10,3 s
0 a 1.000 m 28,8 s – 168,4 km/h 31,7 s – 165,3 km/h
Velocidade máxima Não divulgado Não divulgado
Retomadas
D 40 a 80 km/h 3 s 4,5 s
D 60 a 100 km/h 4 s 5,7 s
D 80 a 120 km/h 4,5 s 7,1 s
Frenagens
60/80/120 km/h a 0 13,5/24,6/56,3 m 14,8/26,9/61,3 m
Consumo
Urbano 19,9 km/l 9,3 km/l
Rodoviário 14,4 km/l 13 km/l
Ruído interno
Neutro/RPM máx. 40,4/- dBA 46,2/65,7 dBA
80/120 km/h 61,2/67,5 dBA 63,8/67,7 dBA
Aferição
Velocidade real a 100 km/h 96 km/h 97 km/h
Rotação do motor
a 100 km/h em D
1.800 rpm
Volante 2,5 voltas 2,5 voltas
Seu Bolso
Preço básico R$ 349.990 R$ 224.209
Concessionárias 203 203
Garantia 3 anos 3 anos

Condições de teste: alt. 660 m; temp., 33,5/29,5 °C; umid. relat., 45,5/45%; press., 1.036/1.013 mmHg

Ficha Técnica – Jeep Compass S 4XE

Motor: gasolina, diant., transv., 4 cil., 16V, turbo, 1.332 cm³, 180 cv a 5.750 rpm, 27,5 kgfm a 1.750 rpm; elétrico, 60 cv, 25,5 kgfm, 48 V. Motor gerador, total de 240 cv
Câmbio: automático, 6 marchas, tração 4×4
Direção: elétrica
Suspensão: McPherson (diant. e tras.)
Freios: disco ventilado (diant.), disco sólido (tras.)
Pneus: 235/45 R19
Dimensões: comprimento, 440 cm; largura, 181,9 cm; altura, 164,5 cm; entre-eixos, 263,6 cm; porta-malas, 420 l; peso, 1.908 kg; alt. livre 20,1 cm; tanque, 36,5 l
Bateria: 11,1 kWh; 1h40 (7,4 kW), 4h (220 V)

Ficha Técnica – Jeep Compass S T270

Motor: flex, diant., transv. 4 cil., turbo, injeção direta, 16V, 1.332 cm³, 180/185 cv entre 5.570 rpm, 27,5 kgfm a 1.750 rpm
Câmbio: automático, 6 marchas, tração dianteira
Direção: elétrica
Suspensão: McPherson (diant. e tras.)
Freios: disco ventilado (diant.), tambor (tras.)
Pneus: 235/45 R19
Dimensões: comprimento, 440,4 cm; largura, 181,9 cm; altura, 162,5 cm; entre-eixos, 263,6 cm; porta-malas, 476 l; peso, 1.589 kg; alt. livre 20,1 cm; tanque, 60 l

Clique aqui que confira outros destaques da edição de junho de QUATRO RODAS

Capa da edição 758 de QUATRO RODAS
Capa da edição 758 de QUATRO RODAS (Arte/Quatro Rodas)
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Oferta dia dos Pais

Receba a Revista impressa em casa todo mês pelo mesmo valor da assinatura digital. E ainda tenha acesso digital completo aos sites e apps de todas as marcas Abril.

OFERTA
DIA DOS PAIS

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Quatro Rodas impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.