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VW Brasília LS foi o último suspiro do motor a ar contra Gol e Chevette

A sofisticada versão marcou a última fase de produção do automóvel brasileiro mais emblemático da década de 70

Por Felipe Bitu
17 fev 2024, 11h27
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  • VW Brasília LS
    O verde Mantiqueira ainda é uma das cores mais famosas da Brasília LS (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Quem tem mais de 50 anos sabe que é impossível recordar os anos 70 sem trazer uma lembrança da Brasilia. Pequeno por fora e grande por dentro, o “modelo 102” foi uma ideia do alemão Rudolf Leiding, executivo responsável pela filial de São Bernardo do Campo até 1971.

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    Aliando a confiabilidade do Fusca ao estilo avançado de Marcio Piancastelli e José Vicente Martins, a Brasilia dominou o segmento da sua apresentação, em junho 1973, até o lançamento da caprichada versão LS, em 1979.

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    Carro Brasília LS
    Na LS a moldura de farol é sempre cinza (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Até o auge da produção, em 1978 (157.700 unidades), o popular VW recebeu discretas melhorias técnicas e cosméticas, como dupla carburação, reforços estruturais, freios com duplo circuito e lanternas caneladas inspiradas nos Mercedes-Benz.

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    A Brasilia LS acabou sendo uma resposta à oferta de modelos muito mais modernos e requintados, como o Chevrolet Chevette Super Luxo e o Fiat 147 GLS.

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    “Para quem foi bem acostumado”, dizia a publicidade que orgulhosamente ostentava detalhes prosaicos como o exclusivo friso lateral, as borrachas de proteção nos para-choques e a pintura cinza-grafite das rodas e molduras dos faróis.

    Carro Brasília LS
    Acabamento interno sempre monocromático (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    O interior oferecia um requinte incomum: forração interna em carpete e bancos dianteiros semelhantes aos do Passat, com apoios de cabeça integrados e regulagem do encosto em três posições.

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    Monocromático, o interior poderia ser encomendado em três cores: preto, marrom ou azul, em combinações preestabelecidas entre as 14 opções de pintura da carroceria.

    Destas, quatro eram metálicas: azul Mônaco, castanho Barroco, cinza-grafite e o popularíssimo verde Mantiqueira. Vidros verdes, console central, desembaçador traseiro e rádio AM/FM com dois alto-falantes eram de série.

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    Carro Brasília LS
    Recebeu novos bancos com apoios de cabeça ajustáveis e retrovisor interno dia/noite (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Parece pouco hoje, mas era um diferencial enorme para um veículo desenvolvido para substituir o igualmente rústico Fusca.

    Custava menos que os principais concorrentes e era imbatível no espaço interno, transportando até cinco adultos em seus 4,01 metros de comprimento.

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    Difícil mesmo era conversar: pouco se escutava com os dois carburadores, quatro cilindros e oito válvulas trabalhando atrás do banco traseiro.

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    Carro Brasília LS
    Os dois porta-malas não valiam por um pois juntos somam só 287 litros (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Quanto maior a pressa, maior o barulho: o velho boxer 1.6 de 65 cv exigia 22,32 s para acelerar os 908 kg da Brasilia de 0 a 100 km/h. O consumo médio de 12,28 km/l era apenas adequado à sua proposta.

    A riqueza do acabamento contrastava com a pobreza do painel, dotado de luzes-espia, marcador do nível de combustível e velocímetro otimista marcando 160 km/h – ela não passaria dos 132 km/h nem na melhor das hipóteses.

    Carro Brasília LS
    (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    E, quanto maior a velocidade, maior o perigo: sensível a ventos laterais, a arcaica suspensão traseira por eixos oscilantes era notória pela tendência ao sobre-esterço, o que era acentuado pelos pneus diagonais.

    Mesmo sem assistência, a direção era leve e os freios tinham boa modulação. Eficientes, os discos dianteiros ajudavam a parar sem desvios de trajetória.

    Custando 8% a mais que o modelo básico, a Brasilia LS 1980 recebeu novos bancos com apoios de cabeça ajustáveis e retrovisor interno dia/noite.

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    Todo revisto, o painel de instrumentos trazia relógio, velocímetro com hodômetros total e parcial, marcador de combustível e um vacuômetro opcional.

    Entre as cores metálicas, o castanho Barroco e o verde Mantiqueira foram substituídos pelo marrom Avelã e verde Turmalina.

    Carro Brasília LS
    Recebeu novos bancos com apoios de cabeça ajustáveis e retrovisor interno dia/noite (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Mas o capricho no acabamento não manteve o interesse do público. As vendas foram seriamente afetadas pela chegada de novidades, como o Chevette Hatch e o VW Gol, e tiveram uma queda de 40% em 1980.

    Carro Brasília LS
    A arcaica suspensão traseira por eixos oscilantes era notória pela tendência ao sobresterço (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Afastada da publicidade oficial, apenas 20.144 foram comercializadas em 1981 e a produção foi encerrada em março de 1982. A Brasilia LS das fotos é um exemplar 1979, do primeiro ano, e pertence ao colecionador Alexandre Arruda Pires.

    Ficha técnica – VW Brasilia LS 1979

    • Motor: longitudinal, 4 cilindros opostos, 1.584 cm3, 65 cv (SAE) a 4.600 rpm, 11,7 mkgf a 3.200 rpm, comando de válvulas no bloco, alimentação por dois carburadores de corpo simples
    • Câmbio: manual de 4 marchas, tração traseira
    • Dimensões: comprimento, 401 cm; largura, 160 cm; altura,143 cm; entre–eixos, 240 cm; peso, 908 kg
    • Pneus: 5.90 x 14 diagonais
    • Preço (out. de 1979): Cr$ 158.597
    • Preço atualizado: R$ 73.600
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