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Chevrolet Opala SS deixou muito esportivo V8 para trás nos anos 1970

Mesmo sem contar com um V8, ele conquistou seu lugar no rol dos esportivos mais velozes e idolatrados da época

Por Felipe Bitu Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 6 nov 2022, 15h53 - Publicado em 4 set 2021, 00h29
Opala SS
A carroceria cupê chegou ao Opala SS na linha 1972 (Julio Nery/Quatro Rodas)

Novidade em 1971, o Opala SS tornou-se um dos modelos mais venerados do folclore automotivo nacional. O sedã familiar de quatro portas abandonou o banco dianteiro inteiriço e o câmbio de três marchas com alavanca na coluna de direção para adotar uma configuração esportiva típica: bancos individuais e câmbio de quatro marchas com alavanca no assoalho.

Confira o vídeo:

Por trás do volante com três raios de aço inox e aro imitando madeira, foi instalado um conta-giros, muito útil para monitorar a rotação do novo motor seis-cilindros com 4,1 litros e 140 cv de potência. Com ele, o SS acelerava de 0 a 100 km/h na casa dos 12 segundos e beirava os 170 km/h. Sua dirigibilidade era favorecida por freios dianteiros a disco e barra estabilizadora na suspensão traseira.

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A esportividade era realçada pelas faixas pretas na carroceria e pelas rodas mais largas. Seu desempenho só não era melhor que o do Dodge Charger, mas ainda assim ele cativou o engenheiro Colin Chapman e o melhor piloto da equipe Lotus na época, um certo Emerson Fittipaldi.

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Opala SS
Linha de cintura sinuosa foi denominada garrafa de Coca-Cola (Julio Nery/Quatro Rodas)

Também fez sucesso nas pistas: o piloto Pedro Victor de Lamare foi bicampeão em 1971 e 1972 na Divisão 3 de Turismo, primeiro com o SS sedã e em seguida com o SS cupê, de 1972. A carroceria hardtop e o teto fastback formaram uma combinação perfeita com a linha de cintura sinuosa denominada “garrafa de Coca-Cola”.

A suspensão dianteira com braços duplos sobrepostos e a traseira com eixo rígido tinham um acerto tipicamente americano: um rodar suave e confortável, com tendência ao subesterço causada pela grande concentração de massa sobre o eixo dianteiro.

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Essa tendência era facilmente corrigida com a aplicação moderada do acelerador – mas moderada mesmo, pois bastava um pouco mais de motor para a situação se inverter rapidamente: a traseira leve exigia uma tocada refinada para que os finos pneus 7,35 14 não perdessem tração.

Opala SS
No teste, o SS cupê fez de 0 a 100 km/h em 13,6 segundos (Julio Nery/Quatro Rodas)

Em pisos molhados o sobresterço era uma constante, mesmo com o diferencial de deslizamento limitado.

A primeira revisão de estilo do SS ocorreu no modelo 1973 com uma nova grade dianteira e piscas dianteiros ao lado dos faróis. A rejuvenescida foi essencial para enfrentar seu novo concorrente: o Maverick GT e seu V8 de 5 litros e 197 cv.

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Mesmo mais pesado, o esportivo da Ford acelerava de 0 a 100 km/h em 11,6 segundos e chegava aos 175 km/h. Para fazer frente à concorrência, o SS 1974 passou a contar com a opção de ar-condicionado e câmbio automático.

Opala SS
Conta-giros no quadro de instrumentos, quatro marchas no assoalhoOutra novidade foi o SS4 com motor 151-S de quatro cilindros, 2,5 litros e 98 cv de potência. Seu visual era bem distinto do SS6 com motor de seis cilindros, com forte presença de componentes na cor preta. (Julio Nery/Quatro Rodas)

Seguindo a reestilização da linha Opala, o SS 1975 adotou lanternas circulares e opção de direção hidráulica. A decoração externa do SS4 e do SS6 era bem semelhante, com uma faixa seccionada sobre a linha de cintura.

Foi só em 1976 que o SS consolidou sua imagem entre o consumidor brasileiro: homologado dois anos antes, o motor 250-S era finalmente oferecido ao público. Desenvolvido pelo engenheiro Roberto Beccardi, o seis cilindros trazia comando de válvulas mais agressivo com tuchos sólidos, taxa de compressão mais alta e carburador de corpo duplo para chegar aos 171 cv.

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Opala SS
Seis cilindros no cofre do motor: luxo com velocidade (Julio Nery/Quatro Rodas)

Imbatível na relação peso/potência, o SS6 beirava os 190 km/h, superando o Dodge Charger R/T nas acelerações e percorrendo a arrancada de 0 a 1.000 metros mais rápido que o Maverick GT. Para 1977 o SS6 recebeu freios a disco ventilado nas rodas dianteiras, com novas rodas para acomodar as pinças maiores.

Em 1978, a versão SS foi estendida à perua Caravan e já não havia distinção no acabamento externo entre o SS4 e o SS6. O último dos SS é o modelo 1980, reestilizado com faróis e lanternas retangulares e opção de rodas de alumínio. Curiosamente há registro de duas unidades produzidas no modelo 1981.

Entusiastas da versão contabilizam pouco mais de 1.500 Opala SS ainda em circulação. Destes, aproximadamente 220 unidades foram originalmente equipadas com o motor de seis cilindros, raridade que alavancou o valor do Opala SS no mercado de clássicos.

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Ficha Técnica: Opala SS 1972

  • Motor: long., 6 cil. em linha, 4.097 cm3, comando de válvulas no bloco, alimentação por carburador de corpo simples; 140 cv a 4.000 rpm; 29 kgfm a 2.400 rpm
  • Câmbio: manual, 4 m., tração traseira
  • Dimensões: comprimento, 457 cm; largura, 176 cm; altura, 138 cm;entre-eixos, 267 cm; peso, 1.100 kg
  • Pneus: diagonais 7,35 S 14
Quatro Rodas Ed 134
(Reprodução/Quatro Rodas)

Setembro de 1971

  • ACELERAÇÃO 0 a 100 km/h em 13,6 s
  • VELocidade MÁX. 171,44 km/h
  • CONSUMO 4,5 km/l (urb.), 5,9 km/l (rod.)
  • PREçO Cr$ 37.400 (dez/72)
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