Vale a pena trocar o fluido do câmbio automático via flushing?
Prática tem muitos defensores, mas não é reconhecida pelos fabricantes
Os fabricantes nada dizem sobre a troca de fluido do câmbio automático por flushing, que supostamente limpa e substitui 100% do lubrificante. O flushing pode ser prejudicial? – José Manuguerra, São Paulo (SP)
O flushing da transmissão não consta dos manuais do proprietário porque não é reconhecido como benéfico pelos fabricantes.
O princípio do flushing é injetar (via máquina) um fluido compatível sob alta pressão nos circuitos da transmissão, com isso removendo todos os resíduos do lubrificante velho. Seus defensores acreditam que o flushing pode remover 100% do fluído antigo, enquanto que no método por decantação (gravidade) essa troca jamais chegaria a 50%.
Apesar de ser adotada por várias oficinas, a prática não é recomendada pelas montadoras, que afirmam que a alta pressão também desloca a borra que pode haver no sistema e pode alojá-la em uma das centenas de orifícios e válvulas, causando mais danos que benefícios.
Como a transmissão é um dos componentes mais caros, o melhor é seguir as instruções do fabricante e trocar o fluido no período estabelecido – em alguns casos, é necessário abrir o câmbio para fazer uma troca completa. Hoje, porém, boa parte das transmissões automáticas saem de fábrica com fluidos do tipo full life, ou seja, teoricamente sem necessidade de troca.
Se a troca for realmente necessária, atenção: use sempre o fluido exato prescrito no manual, pois eles não são intercambiáveis. Por exemplo, o fluido ATF DW1 utilizado na maioria dos Honda não deve ser colocado nos Toyota pós-2004, que usam o ATF WS. Por sua vez esses Toyota utilizam o Dexron, que também é usado pela GM. Como se vê, cada um na sua.