O downsizing pode afetar a durabilidade dos motores?
Na teoria, não. Na prática, também
Com a onda do downsizing, extraindo-se mais potência de motores menores, como fica a durabilidade? – Caio Granja, Vitória da Conquista (BA)
Os motores até recentemente desenvolviam potências específicas baixas, com cerca de 50 a 60 cv/litro na versão a gasolina e 30 a 40 cv/litro na diesel.
Com o advento da injeção indireta e mais tarde a direta common-rail, turbos variáveis e computadores de alta capacidade de gerenciamento, o salto em potência foi enorme, passando dos 100 cv/litro na gasolina e beirando isso no diesel.
Boa parte dos esforços adicionais no motor foi absorvida por limites de segurança generosos praticados no passado.
Entretanto, alguns componentes sofreram mais, como pistões, bronzinas, anéis, sistema de resfriamento e lubrificação. Por isso estes tiveram de ser redesenhados ou receberam novos materiais para sobreviver a essas cargas operacionais mais altas.
Nada que os fabricantes desses componentes desconhecessem. Quando Renault, Fiat, Ferrari e Mercedes fazem motores para a Fórmula 1 com potências específicas na ordem de 315 cv/litro a 18.000 rpm, elas estão desenvolvendo as tecnologias que serão necessárias alguns anos à frente para serem competitivas em seus modelos de rua.
Como referência, aqui na QUATRO RODAS, no teste de Longa Duração, já colocamos à prova alguns modelos que seguem essa tendência.
Equipados com motores 1.0 de três cilindros com alta potência específica, VW Up! e Smart ForTwo terminaram os 60.000 km com seus motores em ótimas condições. Outro exemplo, o Peugeot 3008 com motor 1.6 THP também teve a mecânica aprovada.