Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Toyota Corolla

O sedã cresceu e ficou mais caro e mais sofisticado para enfrentar seu arquirrival Honda Civic. Será que foi o bastante?

Por Ulisses Cavalcante | Fotos Marco de Bari
Atualizado em 8 nov 2016, 22h25 - Publicado em 27 abr 2014, 19h48
testes

Corporações costumam ter aversão a mudanças, pois guinadas empresariais costumam ser seguidas de fortes impactos – às vezes negativos. A Toyota tem um histórico que sugere o contrário. Suas fábricas e escritórios têm como mantra os princípios do Kaizen, um conceito de melhoria gradual e contínua. O Corolla é fruto dessa filosofia. Em sua 11ª geração, trocou quase tudo sem mudar nada de sua tradição. Cumpre a missão de agradar a quem já gostava dele e supera o Honda nos pontos em que estava perdendo – olha aí o papo de melhoria contínua. Não espere, porém, encontrar inovações ou tecnologias que a concorrência não tem. O Corolla evoluiu, mas havia espaço para ir além.

Um dos senões resolvidos foi o espaço interno, quesito em que o japonês perdia para os rivais. Com novas proporções, o comprimento total aumentou em 8 cm, atingindo 462 cm. No entre-eixos, o acréscimo foi de 10 cm (270 cm), e 0,5 cm na altura. A mudança de silhueta beneficiou o espaço para as pernas de quem viaja no banco traseiro. Na área dos joelhos, são 70,6 cm, aumento de 8,5 cm, o que é muito coisa numa mudança de geração. O assoalho ficou plano e aumentou em 9,2 cm o espaço para os pés – uma solução adotada há anos pelo Civic.

Na parte mecânica, a maior novidade é a transmissão do tipo CVT, de relações variáveis. Ela tomou o lugar da morosa caixa automática de quatro velocidades e chega com sete posições pré-ajustadas de marcha, para simular trocas manuais, desde que o motorista não supere o limite de rotação do motor em cada posição. As trocas podem ser feitas na própria alavanca ou por meio de aletas atrás do volante. No dia a dia, o recurso não se faz necessário, mas é útil em descidas de serra, por exemplo, ao permitir o uso do freio-motor. O CVT não é novidade na área, pois Sentra, Fluence, Lancer e Legacy já lançaram mão dessa tecnologia. Mesmo sem ser pioneira nessa seara, a Toyota se rendeu à solução encontrada pelos rivais.

A oferta de motores continua a mesma, 1.8 e 2.0. A filosofia Kaizen está no sistema flex sem tanquinho de partida a frio – com algum atraso em relação à concorrência, diga-se. O motor 1.8 equipa a versão GLi (a básica), disponível com câmbio manual ou CVT. Desenvolve 144/139 cv (etanol/gasolina) e 18,6/18 mkgf, na ordem. Já o 2.0 é a opção disponível para a XEi (intermediária) e Altis (top). Ambas serão vendidas só com a transmissão CVT, chamada de Multi-Drive. A potência divulgada é de 154/142 cv, 1 cv a mais que a geração anterior, e 20,7/19,8 mkgf.

Continua após a publicidade

Excessivamente racional, o novo Corolla cumpre o que promete, mas sem repetir o charme da geração anterior, apresentada em 2002 e reestilizada em 2011. O painel utilizado até então era simples, porém visualmente equilibrado. Na linha 2015, os instrumentos estão posicionados verticalmente e no alto. São bem-resolvidos, ainda que não privilegiem a ergonomia nem tenham o visual moderno que se esperaria deles. A área destinada ao rádio aumentou para abrigar uma tela sensível ao toque de 6,1 polegadas nas versões XEi e Altis. O visor exibe dados do sistema de som, que tem entrada auxiliar, USB, Bluetooth e TV digital, além das imagens da câmera de ré. Ao incluir a câmera, a Toyota dispensou o alarme sonoro, embora o sistema em redundância seja bem-vindo em manobras em locais apertados ou escuros. Para o GLi, o som é mais simples, com um visor de cristal líquido no lugar da tela touch, e três botões giratórios para o controle da ventilação. Nas três versões, a cabine é forrada por plásticos duros e com excesso de texturas. Só no painel, são cinco tipos de acabamento.

Perdido ao lado de um envelhecido freio de mão, o motorista encontra o comando Sport, que modifica o mapa de gerenciamento do motor. Nesse caso, o quatro-cilindros trabalha em rotação elevada em comparação ao regime padrão, favorecendo a sensação de prontidão do motor ao acelerar. De qualquer forma, o botão é quase um adorno, já que não qualifica o sedã a atuar no próximo Velozes e Furiosos, tampouco traz grandes benefícios ao desempenho. Em outras palavras, o nipônico produzido em Indaiatuba, no interior de São Paulo, continua avesso à esportividade, pois é apenas ligeiramente mais ágil que o anterior. Comparando as gerações, o XEi 2.0 2015 precisou de 10 segundos para ir de 0 a 100 km/h, ante 10,6 do antigo. Na retomada de 40 a 80 km/h, marcamos 4 segundos. O antigo completou a prova em 4,7 segundos. Notamos uma piora nas medições de ruído interno: em ponto-morto, registramos 37,8 dBA, contra 33,9 dBA do XEi 2013. A 80 km/h, o aumento foi de 57,4 para 61,3 dBA.

O Corolla sempre foi referência de boa dirigibilidade, e o novo continua entre os melhores. Entretanto, isso não o exime de ter controle de estabilidade. E o pior: nenhuma versão traz o ESP nem como opcional. C4, Civic e Cruze têm a tecnologia entre os itens de série. Questionado, o engenheiro-chefe Shinichi Yasui, responsável pelo desenvolvimento do modelo, respondeu com um insípido “Estamos atentos ao que o cliente quer”. Será?

Continua após a publicidade

Há outras ausências: o XEi perdeu o acendimento automático dos faróis. O volante mudou, mas não recebeu o piloto automático, acionado por uma alavanca atrás da direção. Quando se fala em mimos, sente-se falta de teto solar, faróis de xenônio e rodas aro 17, indisponíveis até na lista de opcionais. Em compensação, a chave agora é do tipo canivete. Por outro lado, só o Brasil terá motores flex com pré-aquecimento de etanol nos bicos injetores. Também ganhamos uma calibragem exclusiva de suspensão, 8% mais rígida que a anterior e 15 mm mais alta que a europeia. A leitura dos instrumentos ficou mais simples com os caracteres grandes, apesar de o sistema misturar português com inglês – a temperatura externa é exibida como Outside.

A nomenclatura das versões é a mesma, GLi 1.8, XEi 2.0 e Altis 2.0, mas os preços subiram. A básica, manual, parte de R$ 66 570 (antes era de R$ 66 010). Com câmbio CVT, vai a R$ 69 990. O número não fica abaixo dos R$ 70 000 à toa. Serve para mantê-lo apto à isenção de impostos ao deficiente físico. XEi e Altis foram a salgados R$ 79 990 (antes R$ 77 220) e R$ 92 900 (custava R$ 86 790). Bem mais do que os rivais. Será que ele vale essa diferença?

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Quatro Rodas impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.