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Top Ten: os “sleepers” do mercado brasileiro

Eles não intimidam ninguém - são pacatos no visual e no tamanho, mas surpreendem quando o assunto é desempenho

Por Guilherme Fontana
Atualizado em 29 jun 2018, 02h03 - Publicado em 2 Maio 2016, 17h16
top ten sleepers-c4-lounge-2
(Arte/Quatro Rodas)

O termo sleeper não é muito comum no Brasil – é gíria de gente megaviciada em carro. Nosso caso. Na prática, se refere àqueles modelos que parecem mansos, lentos e pacatos, seja por visual ou posicionamento. Mas, na realidade, surpreendem no desempenho.

Em tradução literal para o português, sleeper significa “dominhoco”, “adormecido”. Para o ramo automotivo, no entanto, o capô esconde a potência que a lata não mostra – coisa que muito gearhead (lá vai outra expressão automotiva) adora.

Listamos alguns exemplos de sleepers com números obtidos em testes com padrão QUATRO RODAS, sempre abastecidos com gasolina ou diesel. A maioria cumpre o 0 a 100 km/h abaixo dos dez segundos – mas abrimos exceções para casos mais lentos em que a disparidade em relação à concorrência é gritante.

Honda Accord

Honda Accord
(reprodução/Divulgação)

Sucesso de vendas há décadas nos EUA, ele tem presença discretíssima no mercado brasileiro. É um carro que tem como público-alvo pessoas que já passaram da juventude faz tempo, e que prezam bem mais o conforto, a confiabilidade e a não-ostentação de uma marca que não é premium.

Ocorre que, debaixo do capô, há um V6 3.5 de 280 cv e 34,6 mkgf. Com ele, o Accord vai de 0 a 100 km/h em apenas 7,2 segundos, mais rápido que qualquer esportivo vendido no Brasil abaixo dos R$ 100.000. Os tiozões deliram!

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VW Jetta 2.0 TSI

Volkswagen Jetta 2.0 TSI
(reprodução/Divulgação)

Mais um caso de sedã médio que supera as expectativas de desempenho — mais ainda que o C4 Lounge THP. O visual recatado, típico de um Volkswagen, não deixa transparecer que o Jetta Highline vai de 0 a 100 km/h em 7,5 segundos, com números de retomada igualmente impressionantes.

Tudo isso se deve ao motor 2.0 turbo de 211 cv e 28,6 mkgf em parceria com o câmbio DSG de de dupla embreagem. Assim equipado, o Jetta deixa para trás sedãs muito mais caros, como BMW 320i, Audi A4 e Mercedes-Benz C 200.


Honda Civic Touring 1.5

Honda Civic Touring 1.5 Turbo
(reprodução/Divulgação)
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Em meio às discussões acaloradas a respeito do preço e do visual do novo Civic, pouca atenção é dada ao fato de que a versão topo de linha com motor 1.5 turbo (173 cv e 22,4 mkgf) anda muito.

No comparativo com o A3 1.4 TFSI, ele meteu 1,5 segundo de diferença no 0 a 100 km/h (7,9 s contra 9,4 s), mesmo possuindo menos torque que o alemão e câmbio CVT, geralmente mais focado em conforto e economia que em desempenho.


Chevrolet Cruze 1.4 Turbo

Top Ten: os “sleepers” do mercado brasileiro
(reprodução/Divulgação)

O novo motor 1.4 com turbo, injeção direta, 150 cv e 24 mkgf botou o Cruze em outro patamar de desempenho. Enquanto o antigo 1.8 acelerava de 0 a 100 km/h em 11,7 s em nossos testes (sempre com gasolina), o modelo atual cumpre a prova em 9,0 segundos.

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E apesar de rápido, o Cruze cumpre a cartilha sleeper à risca: tem rodar macio e comportamento suave que quase faz esquecer da presença do turbo no motor.


Peugeot 2008 1.6 THP

Peugeot 2008
(reprodução/Divulgação)

Apesar de ser o esquecido da turma dos SUVs compactos no mercado (culpa, claro, da indisponibilidade do câmbio automático nas versões mais sofisticadas), o 2008 é o melhor de todos quando o assunto é desempenho.

Com o 1.6 THP de 173 cv e 24,5 mkgf de torque, o francês alcança os 100 km/h em 9,1 segundos – número bem melhor que o do Honda HR-V (11s) e a léguas de distância do Renegade 1.8 flex (15,3 s).

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Citroën C4 Lounge 1.6 THP

Top Ten: os “sleepers” do mercado brasileiro
(Divulgação/Citroën)

Com fama de ousadia no design e ideias pouco ortodoxas no interior, a Citroën não é um nome geralmente associado a desempenho. No caso do C4 Lounge, o próprio nome remete a conforto e sobriedade.

Mas recentemente o sedã médio passou a adotar em todas as versões o elogiado motor 1.6 THP de 173 cv e 24,5 mkgf de torque. E como já sabemos, qualquer carro equipado com ele (com exceção dos mais pesados, como o DS5) faz bonito na hora de acelerar. Em nosso teste, com gasolina, ele foi de 0 a 100 km/h em 9 segundos.


Chevrolet Trailblazer

Chevrolet Trailblazer
(Divulgação/Chevrolet)
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Em ambas as versões (V6 3.6 a gasolina com 277 cv e 35,7 mkgf / 2.8 a diesel com 200 cv e 51 mkgf) o Trailblazer cumpre o 0 a 100 km/h abaixo dos dez segundos (9,4 s com gasolina e 9,8 s com diesel).

Nada mal para um SUV com sete lugares e mais de duas toneladas que consegue deixar para trás modelos esportivos com metade do seu peso, como o Renault Sandero R.S. Pelo menos em linha reta, é claro.


Dodge Durango

Dodge Durango
(reprodução/Divulgação)

O Durango é, disparado, o carro mais pesado desta lista: são 2.262 kg. Além disso, são três fileiras de bancos para carregar até sete pessoas, porta-malas com volume de 490 litros (com todas as fileiras dispostas) e até 1.350 com a última rebatida.

Mas não para por aí: com um motor V6 3.6 de 294 cv e 36 mkgf de torque e câmbio automático de oito marchas, o SUV vai de 0 a 100 km/h em 9,8 s – provavelmente gerando um redemoinho no tanque de gasolina durante o processo.


Nissan March 1.6 e HB20 1.6

Nissan March
(reprodução/Divulgação)

Em nosso humilde mercado, os hatches compactos com motor 1.6 sempre são bons exemplos de sleepers. O March é um deles, assim como o HB20. Com motor 1.6 flex de 111 cv e 15,1 mkgf de torque, câmbio manual de cinco marchas e apenas 925 kg, o Nissan vai de 0 a 100 km/h em 10,6 segundos – exatamente a mesma marca obtida pelo Hyundai.

Para ter uma perspectiva do que isso representa, um dos esportivos nacionais mais modernos, potentes (e caros!) da década de 1990, o Kadett GSi precisava de 10,9 segundos para atingir os 100 km/h.


Volkswagen Tiguan 2.0 R-Design

VW Tiguan
No Tiguan, apliques pretos no para-choque identificam a versão R-line (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Não despreze, nem subestime o SUV de sete lugares alemão fabricado no méxico. O motor é um 2.0 TSI de 220 cv e 35,7 mkgf, enquanto a transmissão é DSG de sete marchas. Some isso o sistema de tração integral com diferencial central e tenha um 0 a 100 km/h em 7 segundos.

Não parece muita coisa, né? Pois é. Mas ele é apenas 0,4 s mais lento que um Golf GTI, um hatch médio interessante mas não tão versátil e que custa pouco a menos.

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