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Teste: Porsche Taycan Turbo S é sedã elétrico com pique de superesportivo

O Taycan não tem turbocompressor, mas os números ajudam você a entender o porquê do nome da versão

Por Paulo Campo Grande Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 29 jun 2021, 19h46 - Publicado em 29 jun 2021, 09h47
Porsche Taycan
O Taycan Turbo S tem dois motores elétricos, que juntos geram 761 cv e 107,1 kgfm de torque (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O Porsche Taycan é um daqueles carros que ficam na memória de quem o dirige. Não só pelo fato de ter 761 cv de potência e 107,1 kgfm de torque, como na versão Turbo S mostrada aqui – qualquer carro com esse poder é capaz de provocar sensações inesquecíveis ao volante –, mas porque o Taycan é elétrico, o que muda radicalmente a forma como essa força se oferece ao motorista.

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Em nossa pista de testes, as respostas deste Porsche foram muito rápidas. Violentas, melhor dizendo. Nas medições de 0 a 100 km/h, ele fez o tempo de 2,9 segundos. E cobriu o primeiro quilômetro em apenas 20 segundos cravados, atingindo a velocidade de 254 km/h, aos mil metros.

A velocidade máxima, segundo a fábrica, é de 260 km/h. Mas, se ele quase chegou a esse limite em apenas mil metros, certeza que pode ir muito além. Na hora de frear, ele é tão efetivo quanto para acelerar. Vindo a 120 km/h, ele parou em 51,5 metros. O Taycan Turbo S pesa 2.295 quilos.

Porsche Taycan
Eis um Porsche sem saídas de escapamento (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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Em se tratando de um superesportivo, mesmo sendo ele pesado, esses números não chegam a espantar. Mas o Taycan, que também é um sedã de grande porte (com 4,96 m de comprimento, 1,97 m de largura e 1,38 de altura), surpreende no uso diário, porque nas ruas o motorista não espera reações tão repentinas como na pista.

E, nas ruas, a impressão é de que as coisas acontecem ainda mais rapidamente, pois, ao contrário da pista, onde o espaço é aberto, existem referências como postes, imóveis e outros veículos viajando no mesmo ou no sentido contrário.

Ao sair em um semáforo, por exemplo, é preciso dosar o pedal do acelerador, para não desgarrar na frente dos outros. Ao fazer uma curva, a impressão é de que o motorista mal pensou em virar o volante, o carro já está cumprindo a trajetória intencionada.

Porsche Taycan
Visual e acabamento pensados para os fãs da marca se sentirem em casa (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Comparando com um outro superesportivo com motor a combustão, o Taycan é diferente porque entrega todo o torque de uma vez, enquanto os carros com motores térmicos precisam esperar o giro atingir o regime adequado para responder.

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O Taycan Turbo S tem dois motores, um dianteiro e outro traseiro, cada um com 380 cv de potência e 53,5 kgfm de torque. O primeiro traciona as rodas da frente e o outro, as de trás.

O nome Turbo da versão é apenas uma alusão à esportividade, segundo a Porsche. O funcionamento dos motores é controlado eletronicamente, possibilitando que o sedã rode no modo 4×4, 4×2 dianteiro ou 4×2 traseiro, de acordo com a necessidade. O motor traseiro conta com o auxílio de um câmbio automatizado com duas marchas, para melhorar seu desempenho.

Taycan
A tela maior, de 16,8” (esq.), abriga os instrumentos e, no console, a menor, de 8,4” (dir.), exibe informações do ar-condicionado (Fernando Pires/Quatro Rodas)

No que diz respeito às baterias, o sistema elétrico do Taycan é de 800 volts, o mais potente da atualidade. De acordo com a Porsche, é a primeira vez que esse tipo de sistema é usado em um veículo de série. Mais comuns são os sistemas de 400 volts (volt é unidade de tensão elétrica).

As baterias de íons de lítio têm capacidade de 270 kW e podem fornecer 93,4 kWh de energia.

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Na pista de testes, em nossos ciclos que simulam o uso urbano e o rodoviário, o Taycan conseguiu as marcas de 3 km/kWh e 2,8 km/kWh, respectivamente. A autonomia, segundo a fábrica, é de 412 km (no ciclo WLTP).

O tempo de recarga das baterias, de acordo com a fábrica, varia em função da fonte de alimentação. Em uma tomada doméstica de corrente alternada, são necessárias cerca de nove horas. Em uma tomada industrial de corrente contínua, o tempo cai para aproximadamente 30 minutos.

Taycan
Passageiro pode ver as informações do motorista em uma tela (esq.) do mesmo tamanho da central multimídia, de 10,9” (dir.) (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Ao volante, o Taycan não tem o ronco e nem a vibração do motor, mas o motorista não fica alheio ao deslocamento, porque, além de ver o mundo passar rápido do lado de fora, há outros sinais perceptíveis, principalmente nas velocidades mais altas, desenvolvidas nas estradas.

Um desses sinais é o zumbido dos motores elétricos, que é relativamente perceptível, o som do vento alisando a carroceria (mesmo com o coeficiente aerodinâmico mais baixo da categoria: cx de 0,22) e o ruído dos pneus interagindo com o asfalto.

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É difícil comparar o Taycan com outro carro, mesmo sendo um outro elétrico. O ideal seria pensar em algum superesportivo elétrico. Ou um daqueles brinquedos de parques de diversões que imitam foguetes, jatos supersônicos ou elevadores mal-assombrados e que os mais velhos ou os jovens com problemas de labirintite procuram evitar.

Taycan
Bancos oferecem a sustentação adequada às forças experimentadas a bordo. Cronômetro dá um toque de esportividade (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Obviamente, não só os motores determinam o comportamento dinâmico do Taycan. O fato de as baterias estarem instaladas sob o piso contribui para reduzir o centro de gravidade do carro. E todos os outros sistemas foram desenvolvidos para garantir o alto desempenho que se espera de um sedã como o Taycan Turbo S, que chega ao nosso mercado custando R$ 1.079.000.

A suspensão do Taycan (duplo A, na frente, e múltiplos braços, atrás), pneumática ativa, é capaz de variar o curso e o amortecimento. A direção com assistência elétrica variável conta com eixo traseiro direcional, com até 2,8 graus de esterço.

Taycan
(Fernando Pires/Quatro Rodas)
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E todo o seu comportamento é ajustado eletronicamente por meio de recursos como controle de tração e estabilidade e vetorização de torque. O sistema de freios com discos de carbono-cerâmica ventilados nas quatro rodas (com 420 mm de diâmetro, na frente, e 410 mm, atrás) e pinças (com dez pistões, na dianteira, e quatro pistões, na traseira) é eficiente não só para frear o carro, mas também na recuperação de energia durante as frenagens. Segundo a Porsche, ele consegue 90% de aproveitamento.

Ao projetar o Taycan, o primeiro Porsche 100% elétrico, a fábrica quis provar a seu público tradicional que é possível ter um carro elétrico sem abrir mão das emoções da esportividade típica dos modelos da marca.

E conseguiu. Ao volante do Taycan, o comprador do 911 pode até sentir saudade de particularidades desse projeto, mas não poderá negar que o Taycan é um autêntico Porsche com a maioria dos atributos típicos da marca, mais alguns predicados novos.

Porsche Taycan
Visual futurista herdado do conceito
Mission E impressiona à primeira vista (Fernando Pires/Quatro Rodas)

 

Visualmente, o Taycan impressiona com sua aparência de carro-conceito. O modelo de linha, aliás, é idêntico ao conceito Vision E, mostrado no Salão de Frankfurt de 2015. Não faltam os faróis futuristas full-led matriciais e as rodas aerodinâmicas.

Por dentro, o painel de instrumentos é tecnológico e tradicional ao mesmo tempo. Tecnológico porque é uma tela de 16,8” de TFT. Tradicional porque reproduz o design dos primeiros 911, com mostradores analógicos redondos e colocados um ao lado do outro.

O botão de partida, que substitui a chave, fica na clássica posição de Le Mans, do lado esquerdo do volante, enquanto do lado direito fica a chave do câmbio automático. Além do painel de instrumentos, o cockpit conta com mais telas, como a da central multimídia, de 10,9”, e a do ar-condicionado, de 8,4”.

Taycan
Pinças têm dez pistões e os discos de carbono-cerâmica medem 42 cm de diâmetro (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O ar-condicionado merece um comentário à parte porque ele tem um sistema de fluxo inteligente. As saídas de ar do Taycan ficam permanentemente abertas e é o sistema que libera a passagem do fluxo.

Há ainda uma quarta tela oferecida como opcional, do lado do passageiro, com as informações que aparecem para o motorista. A interface gráfica das telas é simples, quase monocromática, para de acordo com a Porsche cumprir sua função de informar sem distrair o motorista.

E, nesse sentido, a central multimídia compatível com o sistema Apple CarPlay traz assistente virtual por comando de voz, Hey Porsche, embora menos sofisticado que os sistemas MBUX, da Mercedes, e IPA, da BMW.

O espaço interno é mediano, considerando o porte do carro, principalmente para quem viaja atrás, onde há dois assentos individuais. O fato de as baterias estarem sob o piso do carro, ajudou a liberar espaço na cabine e no porta-malas (com 412 litros de capacidade, na traseira, e 83, na dianteira). Mas o acabamento tem a boa qualidade de sempre, com materiais como couro legítimo. Para os fãs da marca se sentirem em casa.

Taycan
Faróis futuristas são do tipo full-led matriciais (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Veredicto: Trata-se de um sedã de luxo, high-tech, com desempenho de superesportivo e de bem com o meio ambiente.

Teste – Porsche Taycan Turbo S

  • Aceleração de 0 a 100 km/h: 2,9 s
  • Aceleração de 0 a 1.000 m: 20 s – 254,1 km/h
  • Velocidade Máxima: 260 km/h
  • Retomada de 40 a 80 km/h: 1,3 s 
  • Retomada de 60 a 100 km/h: 1,7 s 
  • Retomada de 80 a 120 km/h: 2,0 s 
  • Frenagens de 60/80/120 km/h a 0: 13,1/23/51,5 m
  • Consumo urbano: 3 km/kWh
  • Consumo rodoviário: 2,8 km/kWh
  • Ruído Interno:
    Neutro/rpm máx: – / – dBa
    80/120 km/h: 64,1/69,3 dBA
  • Aferição:
    Velocidade real a 100 km/h: 97 km/h
    Rotação do motor a 100 km/h em 7ª marcha: –
    Volante: 2,5 voltas
  • Seu bolso:
    Preço básico: R$ 1.079.000
    Garantia: 2 anos

Ficha técnica – Porsche Taycan Turbo S

  • Motor: dois (dianteiro e traseiro) elétrico síncrono permanente, 761 cv (com overboost), 107,1 kgfm, sistema elétrico de 800 volts
  • Baterias: íons de lítio, 270 kW, 93,4 kWh, recarga de 9 horas (CA) e 31 minutos (CC)
  • Câmbio: automatizado, 2 marchas (no motor traseiro), 4×4
  • Suspensão: duplo A (dianteira), múltiplos braços (traseira)
  • Freios: disco de carbono-cerâmica ventilado nas quatro rodas
  • Direção: elétrica
  • Pneus: 265/35 R21 (dianteiros), 305/30 R21 (traseiros)
  • Dimensões: comprimento, 496,3 cm; largura, 196,6 cm; alt., 137,8 cm; entre-eixos, 290 cm; porta-malas, 83 l (dianteiro), 412 l (traseiro)

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Capa de QUATRO RODAS 746
A edição 746 de QUATRO RODAS já está nas bancas! (Arte/Quatro Rodas)
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