Teste: novo Toyota RAV4 vira híbrido para encarar Compass, Tiguan e cia
Com altos e baixos em seu histórico de vendas no Brasil, RAV4 chega em nova geração com motorização híbrida e potência combinada de 222 cv
A trajetória de vendas do Toyota RAV4 no Brasil revela um SUV de porte médio que vendeu muito bem. Mas que também vendeu muito mal. E, em alguns momentos, desapareceu das concessionárias.
Ou seja, um utilitário de uma marca fortíssima, mas com performance local que passa longe do sucesso obtido ao redor do planeta – é até difícil para um brasileiro acreditar, mas o RAV4 é o SUV mais vendido no mundo desde 2017.
A marca começou a comercializar a nova geração em junho e promete acabar com os altos e baixos nas vendas. Boas novidades para se firmar como um competidor regular de respeito, ele tem. Quer ver só?
Muito mais moderno do que a geração anterior, o RAV4 agora é um modelo híbrido, ou seja, tem dois tipos de unidades de potência, cada uma com uma matriz energética: gasolina e eletricidade.
Ele também está muito mais tecnológico e atraente aos olhos de quem busca um SUV de verdade, com direito a tração nas quatro rodas e, consequentemente, outros atributos técnicos e disposição para encarar caminhos distantes das cidades.
Em sua quinta geração, o RAV4 recebeu mais do que uma renovação geral: ele foi inteiramente repensado.
Baseado na plataforma do Camry, TNGA-K – em múltiplas variações, a TNGA serve a boa parte dos modelos da Toyota –, o RAV tem como conjunto de força um propulsor a gasolina com quatro cilindros 2.5 16V de 178 cv e duplo sistema de injeção (direto e indireto) e três motores elétricos (um para cada roda dianteira e um para o eixo traseiro, com transmissão direta, sem cardã).
O câmbio é do tipo CVT, com distribuição de torque para as rodas sob demanda.
No interior, o nível do acabamento também subiu. Como um clássico japonês, tudo é muito discreto e funcional, mas o layout da cabine, sem dúvida, ficou mais convidativo.
Importado do Japão, o RAV4 é oferecido em duas versões, S e SX, custando, respectivamente, R$ 165.990 e R$ 179.990.
Os R$ 14.000 de diferença incluem teto solar, fechamento elétrico do porta-malas (com acionamento por sensor de movimento, passando o pé sob o para-choque traseiro), carregador de celular por indução, piloto automático adaptativo, borboletas no volante, alerta de colisão com frenagem autônoma, farol alto automático e sistema de permanência e alerta de mudança involuntária de faixa.
Faróis e lanternas de led, ar-condicionado bizona com saída para a traseira, banco do motorista com ajuste elétrico, ventilação e memórias, chave presencial, freio de estacionamento elétrico, multimídia, airbags laterais, do tipo cortina e de joelho (para o motorista), controle de estabilidade e tração e sensor de estacionamento na dianteira e na traseira são itens de série desde a versão S.
Ou seja, na calculadora, o pacote de equipamentos extras da SX justifica os R$ 14.000, mas quem decidir parar na “básica” também estará muito bem servido.
Se alta performance nunca foi a marca registrada do RAV, imagine agora que ele é um híbrido – e, como tal, tem a economia de combustível como prioridade. Este, aliás, costuma ser o pensamento (cheio de preconceito) de quem vai assumir um híbrido pela primeira vez.
Inteligente e consciente, o novo RAV4 se adapta bem ao estado de espírito do piloto.
Dirija de modo pacato, pautado pelos gráficos que indicam no painel a hora de diminuir a pressão sobre o acelerador e obtenha números de consumo urbano em torno de 17,3 km/l – resultado extraído em nossos testes.
Mas alterne do modo Eco para o Sport e note o RAV assumindo outra postura. As arrancadas e retomadas letárgicas se transformam em alta performance de verdade, com um 0 a 100 km/h viril: apenas 8,7 s.
Bem acertada, a suspensão do Toyota garante conforto no mesmo nível de um Tiguan, mas não inspira a mesma confiança no contorno de curvas longas, situação em que a carroceria inclina mais facilmente do que a do VW.
O sistema de freio promove paradas em curtos espaços e quase sem desvio de trajetória.
Repaginado, mais moderno e híbrido, o RAV4 nunca teve tantos atributos. Será que o SUV mais vendido do mundo vai, enfim, começar a fazer bonito também por aqui?
VEREDICTO
Se os R$ 14.000 extras cobrados pela versão SX não lhe fizerem muita falta, vá nela. Agora híbrido, o RAV aumenta sua lista de atributos e parte em busca de números de vendas mais robustos.
Ficha Técnica – Toyota RAV4 SX
- Preço: R$ 179.900
- Motor: gasolina, dianteiro, transversal, 4 cilindros, 2.487 cm3, 16V, 87,5 x 103,4 mm, 14,0:1, 178 cv a 5.700 rpm, 22,5 mkgf a 3.600 rpm e elétrico com 120 cv e 20,6 mkgf, potência combinada, 222 cv
- Câmbio: CVT planetário, 6 marchas, tração integral sob demanda
- Suspensão: McPherson (diant.)/braços sobrepostos (tras.)
- Freios: disco ventilado (diant.) e sólido (tras.)
- Direção: elétrica
- Rodas e pneus: liga leve, 225/60 R18
- Dimensões: comprimento, 460 cm; largura, 185,5 cm; altura, 168,5 cm; entre-eixos, 269 cm; altura livre do solo, 18 cm; peso, 1.730 kg; tanque, 55 l; porta-malas, 580 l
Ficha de teste – Toyota RAV4 SX
Aceleração
0 a 100 km/h: 8,7 s
0 a 1.000 m: 29,4 s – 181,8 km/h
Retomada (D)
40 a 80 km/h: 4,6 s
60 a 100 km/h: 5,2 s
80 a 120 km/h: 6,2 s
Frenagens
60/80/120 km/h – 0 m: 14,3/25,2/58,9 m
Consumo
Urbano: 17,3 km/l
Rodoviário: 15,3 km/l