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Teste: BYD e5, o sedã elétrico da BYD com porte de Toyota Corolla

Maior fabricante de carros elétricos do mundo, a BYD já produz ônibus por aqui e começa a vender automóveis, como o e5

Por Paulo Campo Grande
Atualizado em 29 jul 2023, 10h24 - Publicado em 26 jan 2018, 15h56
BYD e5
O e5 tem o visual conservador, mas é inovador na tecnologia (Christian Castanho/Quatro Rodas)

BYD está no Brasil desde 2015, quando inaugurou sua primeira fábrica de montagem de ônibus elétricos em CKD, na cidade de Campinas (SP). Atualmente, seus ônibus já rodam nas cidades de Campinas, Santos e São Paulo, no estado de São Paulo; e Volta Redonda, no Rio de Janeiro.

Além dos ônibus, a empresa vende também empilhadeiras e um furgão chamado ET3, ambos elétricos, e desenvolveu um caminhão de coleta de lixo, 100% elétrico, usado pela empresa Corpus Saneamento, de Indaiatuba (SP).

Em 2017, a BYD inaugurou uma segunda fábrica, também em Campinas, mas para a produção de painéis fotovoltaicos, para captação de energia solar.

Agora, está iniciando a comercialização de automóveis elétricos que serão oferecidos apenas para venda direta, ou seja: para empresas, assim como tem sido com os outros veículos da marca.

Perguntamos se há intenção de vender os carros para pessoas físicas e a empresa respondeu que “não divulga planos futuros”.

A BYD começa a importar da China dois modelos: o hatch médio e6 e o sedã médio e5, testado por nós. O e5 tem porte de Corolla: 4,68 metros de comprimento, 1,75 de largura e 1,50 de altura. Seu motor síncrono (sem escovas), de corrente alternada, gera 217,5 cv e 31,6 mkgf de torque.

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BYD e5
Motor gera 217,5 cv de potência (Christian Castanho/Quatro Rodas)

As baterias são de fosfato de ferro lítio com capacidade de 47,5 kWh, resultando em uma autonomia oficial de 300 km. Com as baterias totalmente descarregadas, o tempo de recarga é de 1h30min (em carregador de 40kW), segundo a fábrica. O plugue é do tipo industrial (2 europeu).

BYD e5
Tomada para recarga obedece o padrão industrial, tipo 2 europeu (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O e5 foi lançado em 2015, derivado de um modelo BYD movido a gasolina, chamado Su Rui, de 2012, do qual herdou todos os demais sistemas. Sua suspensão é do tipo McPherson, na dianteira, e multilink, na traseira. A direção é elétrica e os freios usam discos ventilados na frente e sólidos atrás.

No dia a dia, o e5 se comporta como um sedã médio deve se apresentar. A suspensão é macia e a direção é leve. O torque disponível assim que se pisa no acelerador empolga.

Na pista de testes, foi possível medir a aceleração do carro, que fez de 0 a 100 km/h em apenas 7,6 segundos, enquanto um Corolla 2.0 Flex com 154/143 cv conseguiu o tempo de 10,2 segundos.

BYD e5
Com porte de sede médio, e5 oferece espaço para cinco pessoas (Christian Castanho/Quatro Rodas)

A velocidade máxima, segundo a fábrica, é de 130 km/h. Na hora de parar, ele não foi tão bem. Vindo a 80 km/h, o e5 gastou de 30,5 metros para frear, enquanto o Corolla  precisou de 28,9 metros.

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Ao volante, o que mais agradou foi o nível de ruído. No que depende do motor, ele é muito baixo. Para se ter uma ideia, seu som se assemelha ao de um reator desses usados em lâmpadas de mercúrio.

BYD e5
O projeto bem executado, mas simples na seleção de materiais (Christian Castanho/Quatro Rodas)
BYD e5
Visor no centro do painel concentra as informações do consumo do carro (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Rodando a 120 km/h, medimos 67,9 dB(A) – em um Corolla o nível sonoro chega a 72,3 dB(A). A presença de ruídos aerodinâmicos e dos pneus em contato com o piso é a mesma de um sedã comum.

BYD e5
e5 leva 450 litros de bagagem no porta-malas (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O e5 é oferecido na versão 300, que é a mais simples da linha (na China, há ainda as versões Class e Luxe), ao preço de R$ 230.000. Entre os equipamentos de série, o BYD e5 300 traz dois airbags, ESP, assistente de partida em rampa, Isofix, sistema de som, volante multifuncional, revestimento de bancos que imita couro, faróis de neblina, luzes de posição led e rodas de alumínio aro 16.

O estilo é conservador. Por fora, os faróis biparábola que se situam como prolongamentos da grade dianteira são a maior ousadia do design. Por dentro, o painel é igualmente previsível.

O acabamento é de boa qualidade no que diz respeito à confecção e ao encaixe das peças.

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BYD e5
No princípio, o sedã e5 será vendido apenas para empresas (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Mas é muito simples na seleção dos materiais, principalmente na parte de plástico que imita alumínio, no console central. Exceto o fato de ser elétrico, não há nada que justifique seus R$ 230.000.

Mas, como será vendido só para empresas, o e5 tem mais chances de sucesso do que teria no mercado das pessoas físicas.

Veredicto

O BYD e5 é uma opção prática e viável para as empresas preocupadas com a sustentabilidade.

Teste de pista

  • Aceleração de 0 a 100 km/h: 7,6 s
  • Aceleração de 0 a 1.000 m: 30 s
  • Retomada de 40 a 80 km/h: 3 s
  • Retomada de 60 a 100 km/h: 3,6 s
  • Retomada de 80 a 120 km/h: 4,8 s
  • Frenagens de 60/80/120 km/h a 0 m: 17,8/30,5/72,2 m

Ficha técnica – Subaru Forester L 2.0 16V

  • Preço: R$ 230.000
  • Motor: síncrono, corrente alternada, 217,5 cv e 31,6 mkgf
  • Bateria: fosfato de ferro lítio, com capacidade de 47,5 kWh
  • Suspensão: McPherson(diant.), multilink (tras.)
  • Freios: disco ventilado (diant.), disco (tras.)
  • Direção: elétrica
  • Rodas e pneus: 205/55 R16
  • Dimensões: comp., 468 cm; largura, 176,5 cm; altura, 150 cm; entre-eixos, 266 cm; peso, 2.380 kg; porta-malas, 450 l 

Ascensão Meteórica

BYD
O nome BYD é resultado das iniciais de build Your Dreams (BYD/Divulgação)

O nome BYD é resultado das iniciais de Build Your Dreams (Construa Seus Sonhos). A pronúncia, em inglês, é “bi, uai, di”. Mas, no Brasil, a empresa adotou o português “bê, ípsilon, dê”. A BYD iniciou as atividades em 1995 como fabricante de baterias na China.

Na inauguração, tinha 20 funcionários e 300.000 dólares de capital. Favorecida pelos incentivos do governo, que queria diminuir a dependência do país em relação ao petróleo e investir no desenvolvimento de formas alternativas de energia, a BYD cresceu a partir de 2009 a taxas de 70% ao ano.

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Hoje, tem 190.000 empregados e vendas ao redor de 9 bilhões de dólares – em atividades nas áreas de TI (baterias, celulares, componentes, laptops, câmeras), automotiva (componentes, sistemas, veículos inteiros) e energia (painéis solares, acumuladores, veículos).

A BYD tem 20 fábricas no mundo, 14 na China e 6 em outros países (Rússia, Síria, Egito, Sudão, Estados Unidos e Brasil). Tem também escritórios na Dinamarca, Hungria, Coreia, Finlândia, Canadá. E mantém acordos de parceria com empresas como VW, GM e Daimler.

A empresa é a maior fabricante de carros elétricos do mundo. Em 2016, a BYD vendeu dez vezes mais unidades que a americana Tesla. Mais precisamente, o placar foi de 494.116 contra 47.644 unidades.

Opção Elétrica

BYD
BYD é a maior fabricante de carros elétricos do mundo (BYD/Divulgação)

De acordo com o estudo Global EV Outlook, em 2015, as vendas de carros elétricos e híbridos cresceram 75% no mundo, em relação a 2014. Em 2015, foram registrados 550.570 novos veículos elétricos e híbridos no planeta.

A China ficou em primeiro lugar com 207.380 unidades, seguida pelos Estados Unidos, com 113.870. A China é o maior mercado mundial e os EUA, o segundo. Mas, quando se mede a presença relativa na frota circulante, a participação dos elétricos e híbridos ainda é pequena nesses mercados.

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Fica em 1% na China e em 0,7%, nos EUA. Sob esse ponto de vista, o líder é a Noruega, onde os elétricos e híbridos já representam 23% da frota. Em segundo vem a Holanda, com 10%.

No futuro, haverá motores elétricos em todos os tipos de veículo (automóveis, caminhões, ônibus, motos e bicicletas). Mas a expansão da eletricidade depende de uma série de fatores, entre eles as características do mercado de cada região e a disponibilidade de energia.

É isso que vai determinar, por exemplo, se os carros elétricos serão do tipo elétricos puros (carregados na tomada) ou elétricos fuel cell (reação química com gasolina ou etanol que produz eletricidade e água).

Hoje os países que estão nessa vanguarda são aqueles cujas empresas e universidades investiram em pesquisa e desenvolvimento e cujos governos fizeram sua parte concedendo incentivos fiscais, comprando elétricos para as frotas e instalando pontos de recargas nas cidades.

Segundo a Agência Internacional de Energia, os países que mais se destacam nesse sentido são China, Japão, EUA, França, Alemanha, Holanda, Dinamarca e Reino Unido. Mas a tendência é que cada mercado escolha a tecnologia que mais lhe convém.

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