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Testamos: Peugeot 208 Turbo anda mais e gasta menos que HB20, Polo e Onix?

Peugeot 208 finalmente estreia um motor 1.0 turbo para encontrar seu espaço entre os hatches compactos mais caros. Mas seu desempenho é o melhor?

Por Henrique Rodriguez Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 1 nov 2023, 00h51 - Publicado em 7 out 2023, 11h30

Muitos leitores defenderam o Peugeot 208, há três anos, quando foi lançado apenas com o motor 1.6 aspirado. Agora o hatch compacto passa a agradar também os que (como nós) lamentaram a falta do turbo.

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O mesmo três-cilindros 1.0 turbo de 130 cv e 20,4 kgfm que surgiu no Pulse e está estreando na Fiat Strada foi escalado para colocar o 208 em igualdade com Chevrolet Onix (116 cv), Volkswagen Polo (116 cv) e Hyundai HB20 (120 cv). Ou melhor: acima, pois o Peugeot ficou mais potente.

A única diferença visual está na plaqueta “turbo 200” na tampa do porta-malas
A única diferença visual está na plaqueta “turbo 200” na tampa do porta-malas (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O motor 1.0 GSE Turbo está nas versões Allure, Griffe e Style Turbo. Mas o 1.0 aspirado de 75 cv, lançado há um ano e que hoje responde por 70% das vendas, permanece nas versões Like e Style, e o 1.6 aspirado, com câmbio automático de seis marchas, tem sobrevida garantida pela nova versão Active AT, pois o 208 Roadtrip sairá de linha no fim de 2023.

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E ainda tem o elétrico e-208 GT, com 136 cv, completando a linha do compacto com a maior variedade de motores no Brasil e preços entre R$ 75.990 e R$ 235.990.

o design é o mesmo de 2020, mas a reestilização da europa é esperada para 2024
o design é o mesmo de 2020, mas a reestilização da europa é esperada para 2024 (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Em nosso teste de desempenho, com gasolina, o novo Peugeot 208 Turbo cravou 9,6 segundos no 0 a 100 km/h, uma melhora notável frente aos 12,2 s do 208 1.6. E o motor 1.0 até poderia ajudar nas sensações, pois assim como no Pulse é possível sentir alguma vibração e até ouvir o alívio de pressão do turbo ao amenizar o pé.

Quanto ao consumo, houve melhora na cidade frente ao 1.6. Registramos 12,4 km/l contra 11,4 km, no ciclo urbano. No regime rodoviário, as médias foram exatamente as mes mas nos dois casos: 15,8 km/l. Se era desempenho absoluto o que faltava ao Peugeot 208, agora não há motivos para reclamar.

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espuma sobre o motor tem a grafia “turbo” e ajuda a esconder ruídos da injeção
Espuma sobre o motor tem a grafia “turbo” e ajuda a esconder ruídos da injeção (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Mas como fica o desempenho e o consumo do Peugeot 208 1.0 Turbo frente aos seus principais rivais também com motor 1.0 turbo, Volkswagen Polo, Hyundai HB20 e Chevrolet Onix? Preparamos uma tabela com os testes de todos eles. Em negrito, estão os melhores resultados de cada medição.

Teste (gasolina) Peugeot 208 1.0 Turbo CVT Chevrolet Onix 1.0 Turbo AT Hyundai 1.0 Turbo AT Volkswagen Polo 1.0 TSI AT
Aceleração
0 a 100 km/h: 9,6 s 10,7 s 10 s 11,8 s
0 a 1.000 m: 31,4 s – 164,4 km/h 32,6 s – 161,2 km/h 31,4 s – 166,1 km/h 32,9 s – 161,7 km/l
Velocidade máxima: 205 km/h 187 km/h 192 km/h 192 km/h
Retomadas (D)
40 a 80 km/h: 4,4 s 4,5 s 4,3 s 4,7 s
60 a 100 km/h: 5,5 s 5,3 s 5,5 s 5,9 s
80 a 120 km/h: 7,3 s 7,3 s 6,8 s 8 s
Frenagens
60/80/120 km/h – 0 m: 14,7/26,6/57 m 14,7/26,3/59,1 m 13,9/24,5/55,3 m 14,1/25/57,5 m
Consumo
Urbano: 12,4 km/l 11,8 km/l 13,2 km/l 12,9 km/l
Rodoviário: 15,8 km/l 17,9 km/l 15,1 km/l 18,6 km/l
Ruído interno
Neutro/RPM máx.: 42,8/62 dBA 38/65 dBA 37/63,3 dBA 42/63,4 dBA
80/120 km/h 61,5/70 dBA 62,9/69,7 dBA 62,5/69,2 dBA 63,8/69,1 dBA
Aferição
Velocidade real a 100 km/h 99 km/h 95 km/h 97 km/h 96 km/h
Rotação do motora 100 km/h em 5a marcha 2.000 rpm 2.100 rpm 2.100 rpm 1.800 rpm

Na prática, o Peugeot 208 Turbo é o melhor apenas em aceleração de 0 a 100 km/h e em velocidade máxima, mas cumpriu os 1.000 m de aceleração a uma velocidade mais baixa que a do Hyundai HB20, que tem as melhores retomadas, as melhores frenagens e o melhor ruído interno, além do consumo urbano mais baixo. O VW Polo tem, de longe, o melhor consumo rodoviário.

Preços e versões do Peugeot 208 Turbo

Quadro de instrumentos digital 3D permanece de série nas versões mais caras
Quadro de instrumentos digital 3D permanece de série nas versões mais caras (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O preço da novidade é atraente. O Peugeot 208 Allure Turbo sai por R$ 99.990. O Hyundai HB20 Sense AT (R$ 98.390) e o Onix AT Turbo (R$ 97.750) custam menos, mas são básicos, nem sequer têm central multimídia. O Peugeot 208 tem a central multimídia, vidros elétricos nas quatro portas, piloto automático, sensor de ré e câmera traseira, e rodas de liga leve de 16 polegadas (mas quatro airbags, contra seis dos dois rivais).

Mostradores não indicam quando o modo Sport está ativado
Mostradores não indicam quando o modo Sport está ativado (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O pacote opcional Excellence, de R$ 5.000, soma teto panorâmico, bancos, parte das portas e volante de couro, carregador por indução e chave presencial. Prova de que, mesmo na linha 2024, o Peugeot 208 continua mais preocupado com o visual. Isto é reafirmado pelo 208 Style Turbo, de R$ 109.990, que soma faróis full-led, rodas aro 17, quadro de instrumentos digital 3D, acabamento interno escurecido, pedaleiras de alumínio e escape cromado.

PEUGEOT 208 Turbo style 2024 (16)
(Fernando Pires/Quatro Rodas)
Banco traseiro continua com espaço limitado e sem saídas de ventilação dedicadas
Banco traseiro continua com espaço limitado e sem saídas de ventilação dedicadas (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O 208 Griffe Turbo é mais racional. Custa R$ 114.990 e traz rodas aro 16, mas tem seis airbags, alerta de colisão, frenagem de emergência, farol alto automático, reconhecimento de placas, detector de fadiga e assistente de faixa, e ainda tem sensores de chuva e luminosidade. Só faltou o piloto automático adaptativo.

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Como anda o Peugeot 208 Turbo

O Peugeot 208 1.0 Turbo só existe porque a PSA se fundiu com a FCA, formando a Stellantis, há quase três anos. E porque a engenharia da empresa conseguiu superar algumas dificuldades.

Até a versão Allure pode ter teto solar, item raro entre os hatches
Até a versão Allure pode ter teto solar, item raro entre os hatches (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Não há nada de errado com a plataforma CMP, que é bem moderna. Tanto que, com a formação da Stellantis, foi eleita a base padrão dos próximos compactos do grupo (como o substituto do Fiat Argo), enquanto os motores da FCA seguem em uso pelo menos na América Latina. Mas o capô baixo do 208 limita o espaço no cofre, a ponto de o 1.6 ter recebido um cárter menor para caber ali, ainda nos tempos da PSA.

No caso do 1.0 GSE Turbo, não precisaram mudar o motor em si, mas alguns periféricos foram reposicionados ou reprojetados, caso do corpo do compressor e colocaram um intercooler por trás da grade.

Intercooler está por trás da grade, na vertical
Intercooler está por trás da grade, na vertical (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A caixa do filtro de ar foi escondida atrás do motor, por baixo da calha do para-brisa, o que vai exigir um trabalho extra na hora da manutenção. Pode ser em razão do cabeçote Multiair, um pouco mais alto por usar solenoides para comandar a abertura das válvulas. O que vai sobre o motor agora é uma espuma que ajuda a filtrar o barulho da injeção direta. Mesmo assim tem fio
do chicote do motor que encosta na manta acústica do capô.

As lanternas ainda não são de led
As lanternas ainda não são de led (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Nem sempre é fácil tirar um motor e instalar outro mais potente, como colocar no Peugeot 106 o motor 1.6 do 206, como muita gente faz. Mas a recompensa é a mesma: pisar e sentir mais força, talvez além daquilo que o carro precisaria para alcançar suas expectativas. Na verdade, durante as primeiras impressões no Autódromo Capuava, foi realmente difícil não se empolgar na aceleração para sentir o novo motor e os ajustes que fizeram na direção e nos amortecedores.

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Bem, continua muito assentado nas curvas, mas sem ser firme demais. A proposta é de esportividade, mas o câmbio é CVT, já conhecido dos Fiat, mas inédito nos Peugeot – que no Brasil sempre esteve fiel ao câmbio automático. Ele simula as sete marchas quase o tempo todo, mas a qualquer aceleração mais forte ele vai a 4.000 rpm para combinar o torque (que surge a 1.750 rpm) com mais potência.

No modo Sport, ele passa a explorar ainda mais a rotação. Trocas sequenciais só podem ser feitas na alavanca, pois não há borboletas. Faz falta, mas trocaria isso por um tempo de resposta menor entre pisar no acelerador e sentir a resposta do motor e do câmbio. Essa demora provoca um tranquinho no anda e para e impede o Peugeot 208 Turbo de parecer tão rápido quanto provou
ser.

Ficha técnica – Peugeot 208 Style Turbo 200 2024

Motor: flex., diant., transv., três cilindros, 999 cm³, 130/125 cv a 5.750 rpm; 20,4 kgfm a 1.750 rpm (etanol/gasolina)
Câmbio: CVT., 7 marchas, tração dianteira
Direção: elétrica
Suspensão: McPherson (diant.), multilink (tras.)
Freios: disco ventilado (diant.), tambor (tras.)
Pneus: 205/45 R17
Dimensões: comprimento, 405,5 cm; largura, 196 cm; altura, 145,3 cm; entre-eixos, 253,8 cm; porta-malas, 265 l; tanque de combustível, 47 litros

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