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Renault Stepway 1.0 é resposta ao novo C3 e Polo Track, mas tem validade

Responsável por aposentar o nome Sandero no Brasil, o primeiro Stepway 1.0 segue com bom espaço, mas já sente o peso da idade

Por Guilherme Fontana Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
14 mar 2023, 18h00

A Renault foi rápida na resposta ao novo Citroën C3, que passou a ser um modelo de entrada com direito a inéditas versões 1.0. Para a disputa, a fabricante também criou algo inédito: pela primeira vez, o Stepway passou a ter motor 1.0 e, não por acaso, preço praticamente idêntico ao do rival.

Mais do que isso, com a chegada da novidade, a Renault aposentou o nome Sandero no Brasil, já que o Stepway emancipou-se em 2019. Talvez isso tenha sido friamente calculado, já que o aventureiro agrada mais ao gosto do brasileiro que as versões comuns, por se aproximar, psicologicamente, dos SUVs pelo visual.

Em versão única, Zen, o Stepway 1.0 parte de R$ 79.990, sendo equivalente à versão Live Pack do C3 1.0, que começa em R$ 80.990. Nós já comparamos os dois modelos, mas chegou a hora de apresentar um vôo solo do Renault. Ainda tem o VW Polo Track, a R$ 80.590, correndo por fora entre os

Altos e baixos

A aparência do Stepway tem altos e baixos. Os baixos dizem respeito à sua idade, já que esta geração do Sandero (que, mesmo tendo mudado de nome, ainda é um Sandero de alma) é de quase 10 anos atrás. Além disso, ele tem prazo de validade, já que deverá ser descontinuado no final de 2024, segundo a própria Renault.

Os altos vêm nos disfarces que o modelo carrega para não ficar tão evidente que se trata de uma versão “pé de boi”. Há leds nos faróis e nas lanternas, faróis de neblina, cromados, adesivos e outros apetrechos, como rack de teto e apliques prateados nos para-choques. As calotas, por outro lado, são antigas, com 15 polegadas.

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Stepway 1.0
(Rodolfo Buhrer/Divulgação/Renault)

Um detalhe é que na versão 1.0 o “Stepway” se limita à decoração da carroceria. A suspensão é a mesma do antigo Sandero 1.0, o que quer dizer que tem meros 14 cm de altura livre do solo, contra os 17,5 dos Stepway 1.6.

Por dentro, o aventureiro deixa a desejar também no visual antiquado e no acabamento, já que há rebarbas e inconstância nos vãos. Os materiais são simples, mas a variedade de texturas e brilhos, como preto brilhante e cromados, buscam disfarçar tal simplicidade. E até conseguem no caso do Stepway 1.0.

Os bancos são o ponto alto, bonitos e confortáveis, com tecido de boa qualidade e bom toque. O teto e as colunas em preto dão um aspecto diferenciado e ajudam a evitar sujeira. Uma vantagem para um carro amplamente utilizado em locadoras e aplicativos.

Stepway
No console, a multimídia de 7” não é sem fio e nem ergonômica (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Seja por locadora, aplicativo ou uso particular, se tem algo em que o modelo não decepciona é no espaço. Quem vai atrás tem conforto para as pernas e cabeça. Um terceiro ocupante precisará se acomodar menos confortavelmente ao centro mas, ainda assim, não será nenhum grande sacrifício. Só não há qualquer mimo para quem for atrás, como portas USB ou vidros elétricos.

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O mesmo bom espaço é oferecido às bagagens, já que o Stepway herda o porta-malas de 320 litros do Sandero, sendo o maior da categoria. Quem chega mais perto é, novamente, o novo C3, com seus 315 litros.

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Banco e volante têm ajustes de altura
Banco e volante têm ajustes de altura (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Equipamentos que faltam e sobram

Sem opcionais, a lista de itens de série do Stepway 1.0 é bastante satisfatória para um modelo de entrada. Há ar-condicionado, vidros dianteiros elétricos (os traseiros são por manivela), trava elétrica, faróis de neblina, ESP, quatro airbags e start-stop.

Fazem bastante falta ajustes elétricos para os retrovisores e assistente de partida em rampa, itens que, em pleno 2023, deveriam ser considerados como segurança, e não comodidade. Já o start-stop não faria falta se não estivesse ali.

Stepway
Espaço traseiro é bom para diversos usos (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A central multimídia tem tela de 7 polegadas, Android Auto e Apple CarPlay, mas a conexão com as plataformas é feita apenas via cabo. Isso não chega a ser um problema diante do layout antiquado e do funcionamento lento do sistema.

Leve ou pesado?

Uma das características da segunda geração do Sandero sempre foi a sensação de peso na condução, e isso permanece no Stepway 1.0, mesmo que ele seja leve e tenha apenas 1.061 kg. Grande parte da culpa por isso está na própria direção eletro-hidráulica, que é pesada e denuncia a idade do projeto. Uma direção elétrica, mais leve, seria bem-vinda.

Sandero
Capacidade é a maior da categoria, com 320 litros (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Mesmo com essa sensação, ele vai bem na cidade, em manobras, e tem acelerações suficientes no anda e para. O problema é quando se exige mais desempenho, como em rodovias, onde se exige uma velocidade mais alta e constante, além de respostas mais rápidas para saídas e/ou ultrapassagens e retomadas.

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Aí o motor 1.0 aspirado de três cilindros com até 82 cv e 10,2 kgfm sofre um bocado, já que ele tem pouco fôlego e acaba por clamar por frequentes reduções de marcha no câmbio manual, que tem cinco velocidades.

Câmbio de cinco marchas tem engates pouco precisos
Câmbio de cinco marchas tem engates pouco precisos (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Em nossos testes, feitos com gasolina, o Stepway foi de 0 a 100 km/h em 17,2 segundos – consideravelmente mais lento que seu arquirrival C3, que foi em 16,4 segundos. Ele também não teve números expressivos no consumo, com as médias de 13,2 km/l na cidade e 14,6 km/l na estrada.

Dois outros pontos merecem destaque na dirigibilidade do modelo. O primeiro é o câmbio, quem tem engates ligeiramente imprecisos e, o segundo, é o isolamento acústico, que também peca pela invasão do ruído de vento e, principalmente, dos pneus.

A reestilização mais recente do Stepway é de 2019
A reestilização mais recente do Stepway é de 2019 (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Veredicto

O Renault Stepway 1.0 é um carro robusto, confiável, muito espaçoso e tem preço e equipamentos na média da concorrência. Mas pesam contra ele o desempenho fraco e o consumo de combustível que não enche os olhos (dois pontos importantes no segmento), e a idade do projeto, aparente em diversos pontos.

Ficha técnica – Renault Stepway 1.0

Motor: flex, diant., transv., 3 cil., 12V, 999 cm³, 82/79 cv a 6.300 rpm, 10,5/10,2 kgfm a 3.500 rpm
Câmbio: manual, 5 marchas, tração dianteira
Direção: elétrico-hidráulica
Suspensão: McPherson (diant.), eixo de torção (tras.)
Freios: disco ventilado (diant.), tambor (tras.)
Pneus: 185/65 R15
Peso: 1.061 kg
Dimensões: compr., 407 cm; larg., 173 cm; alt., 163; entre-eixos, 259 cm; porta-malas, 320 l

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Teste Quatro Rodas – Renault Stepway 1.0

Aceleração
0 a 100 km/h: 17,2 s
0 a 1.000 m: 38,2 s – 132,8 km/h
Retomadas
D 40 a 80 km/h: 9,8 s
D 60 a 100 km/h: 14,5 s
D 80 a 120 km/h: 30,5 s
Frenagens
60/80/120 km/h a 0: 14,5/25,8/59,3 m
Consumo
Urbano: 13,s km/l
Rodoviário: 14,6 km/l
Ruído interno
Neutro/RPM máx.: 43,9/69,5 dBA
80/120 km/h: 65,9/72,1 dBA
Aferição
Velocidade real a 100 km/h: 97 km/h
Rotação do motor a 100 km/h: 3.250 rpm
Volante: 2,7 voltas

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