Mini Cooper S Countryman 4ALL: sensível diferença
O visual mudou pouco, mas o Mini Countryman inova na plataforma, motorização, câmbio e equipamentos
A maior diferença visível entre o novo Mini Countryman e seu antecessor está nos faróis. Ficaram menores e agora contam com um aro de leds. Por dentro, o console ganhou saídas de ar verticais em substituição às redondas, que, coladas à central multimídia, lembravam a silhueta do Mickey Mouse. De resto, não falta nada da tradicional estética Mini.
Por trás das aparências, porém, o Countryman mudou bastante. Começa pela plataforma (sai a R55, entra a UKL). Com isso, o maior modelo da Mini cresceu. Ele aumentou 20,6 cm no comprimento; 3,3 na largura e 9,1 na altura. A distância entre eixos aumentou 7,4 cm. Na prática, o espaço interno, que já era bom, melhorou. E a capacidade do porta-malas passou de 350 para 450 litros.
Entre os equipamentos, além das luzes diurnas com leds, ele traz como novidades o fechamento elétrico do porta-malas, a tela da central multimídia sensível ao toque, recarga de celulares por indução e outros dois recursos curiosos: um deles é uma almofada para ser apoiada na soleira do porta-malas, para que alguém possa se sentar ali, com a porta aberta e o carro estacionado; outro é o aplicativo Find Mate, que ajuda a localizar objetos, como chaves, deixados no carro, via Bluetooth.
No Brasil, o carro será oferecido em três versões: Mini Cooper Countryman (R$ 144.950, com motor 1.5 turbo de 136 cv e câmbio automático de seis marchas), Mini Cooper S Countryman (R$ 164.950, com motor 2.0 de 192 cv, câmbio automático de oito marchas, bancos de couro, teto solar e rodas aro 18) e Mini Cooper S Countryman ALL4 (o mesmo motor do S, mas com tração integral, paddle shifts, infotainment mais sofisticado, head-up display e suspensão adaptativa).
Desde a versão de entrada, ele trará ar-condicionado bizona, bancos elétricos, sensor de estacionamento e rádio com tela de 6,5 polegadas, entre outros itens.
A versão mostrada aqui é a ALL4. Como se pode ver pelas fotos, a unidade estava equipada com tudo que se tem direito: central multimídia com tela de 8,8 polegadas touch, faróis full led, teto solar, bancos de couro, som Harman Kardon e seletor de modos de condução – que ajusta as repostas de motor, transmissão, direção e suspensão de três modos diferentes: econômico (Green), urbano (Mid) e esportivo (Sport).
Fun to drive
Nosso test-drive percorreu ruas e estradas em Portland (EUA), com trechos de subida de serra, sob chuva e neve, em algumas horas. Na cidade, no modo Mid, o Countryman se mostrou silencioso, macio e ágil. Apesar de suas dimensões terem ficado maiores, ele se manteve rápido nas manobras, graças à direção direta.
Aquela famosa sensação de estar ao volante de um kart dos Mini não é tão nítida nesse modelo, que é o maior da marca e tem suspensão elevada. Ainda assim, o Countryman é divertido.
No modo Green, o comportamento não muda muito na cidade. A estratégia para economizar combustível é percebida mais claramente na gestão do ar-condicionado, que passa a funcionar com menor eficiência.
Para quem quer pisar fundo, há o modo Sport. Usamos essa opção na estrada, onde foi interessante ver como o carro fica mais arisco ao fazer ultrapassagens.
Ao contrário do antecessor, o novo Countryman não será produzido no Brasil. Dona da Mini, a BMW decidiu importar a nova geração do SUV, que virá da Áustria, e aproveitar a capacidade da fábrica de Araquari (SC) para aumentar a produção do BMW X1, para exportação.
Isso, porém, não deverá pesar no seu preço, uma vez que a produção local, no volume que o mercado absorve, não permitia uma economia de escala vantajosa, segundo a marca. Está aí mais um item em que o novo Mini mudou.
Conflito de gerações
Existe uma polêmica dentro da Mini no que diz respeito ao número de gerações do Countryman. Alguns afirmam que a que está sendo apresentada agora é a segunda, pois a lançada em 2010 (foto abaixo) foi a do primeiro SUV 4×4 da marca inglesa (adquirida pela BMW).
Mas outros lembram que o nome Countryman batizou o Austin Mini Countryman 1960, uma versão perua derivada do primeiro Mini. Portanto, a atual seria a terceira por essa lógica. Mesmo diante dessa discussão, não há dúvida de que a Mini valoriza a tradição. Visualmente, as duas últimas são muito parecidas.
É preciso ficar atento às diferenças entre elas: por fora, faróis, tomada de ar lateral, recorte das portas e vigia traseira. Por dentro, o console. Esse conservadorismo é intencional porque, mesmo se apresentando como uma marca jovem, a Mini cultiva sua identidade fazendo com que as novas gerações de seus carros guardem sempre estreita relação com as antecessoras.
Veredicto
O Countryman ficou mais espaçoso, gostoso de guiar e seu preço não subiu agora que ele passará a ser importado.
Ficha técnica – Mini Cooper S Countryman 4ALL
- Preço: R$ 189.950
- Motor: gas., diant., transv., 4 cil., turbo, 192 cv a 5.000 rpm, 22,4 mkgf entre 1.350 e 4.600 rpm
- Câmbio: automático, 8 marchas, tração integral
- Suspensão: duplo A (diant.); multilink (tras.)
- Freios: discos ventilados (diant. e tras.)
- Direção: elétrica
- Rodas e pneus: 225/45 R19
- Equipamentos de série: ar-condicionado dual zone, central multimídia, som Harman Kardon, câmera de ré, head-up display, teto solar, bancos de couro e seletor de modos de condução.
- Desempenho: 0 a 100 km/h, 7,2 segundos; velocidade máxima, 222 km/h (dados de fábrica)