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Mercedes-Benz CLA 250

Mais barato que o Classe C, mas não menos interessante, o CLA quer justificar o ingresso do público jovem para a marca

Por Joaquim Oliveira | Fotos Divulgação
Atualizado em 9 nov 2016, 01h54 - Publicado em 7 Maio 2013, 21h31
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O Classe C é o Mercedes mais vendido do mundo. É também um dos mais representativos na formação da imagem da marca, hoje considerada mais conservadora e sóbria que seus concorrentes. Nos corredores da sede, em Stuttgart, os homens do marketing não escondem que precisam correr atrás de um público mais jovem, o que não é possível com o sisudo Classe C. A solução que eles arrumaram para esse dilema atende pelo nome de CLA, sedã mais barato que o C e que apresenta um ar de jovialidade e renovação de que a empresa precisava para não perder espaço no disputado segmento de sedãs premium.

O CLA é tão importante na estratégia global da empresa que é o lançamento mais aguardado da Mercedes nos Estados Unidos (ele apareceu até no caríssimo intervalo do Superbowl) e é cotado para ser o modelo que ela deve produzir no Brasil. Por aqui o sedã estreia a partir do fim do ano, ainda como importado, e chega à Europa já em abril.

O carro de produção não ficou longe do design vanguardista do Concept Style Coupé, mostrado no ano passado. Suas proporções mais esportivas, com rasgos de estilo dinâmico e interação sensual entre superficies côncavas e convexas, fazem deste sedãcupê um veículo inconfundível – e muito bonito.

As economias de escala permitirão preços de 8% a 12% abaixo do Classe C para um carro que não é pequeno (4,63 metros, ou 4 cm maior que o próprio C) e que é o primeiro sedã da Mercedes que combina tração dianteira, motor transversal e, em algumas versões, tração nas quatro rodas. Num interior dominado pela excelente qualidade de materiais e de montagem, destacam-se os bancos integrais (banco e encosto de cabeça em peça única) à frente e atrás. O traseiro privilegia dois lugares, dando a entender que a cabine foi pensada para quatro (a Mercedes a chama de 4+1), tanto pelo assento central estreito como pelo volumoso túnel central nos pés. O espaço para dois adultos atrás é satistafório e há saídas de ventilação próprias, mas quem tem mais de 1,75 metro deve encostar a cabeça no teto. O porta-malas oferece 470 litros – só 5 a menos que o Classe C.

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Já que o CLA é na prática a versão sedã – com ares de cupê – do Classe A, seu painel segue o mesmo design da família. O monitor central é idêntico a um tablet, sendo o centro de controle de todas as funções de informação e entretenimento, comandadas pelo botão rotativo entre os bancos frontais.

A oferta de motores a gasolina inclui 1.6 e 2.0, com 122 cv no CLA 180, 156 cv no CLA 200 e 211 cv no CLA 250. No ano que vem estreia o nervoso CLA 45 AMG, com um 2.0 turbo que rende alucinantes 350 cv e 45,9 mkgf. Uma série de tecnologias permitiram que o CLA 250 produza seu torque máximo de 35,7 mkgf logo a 1 200 rpm (valor anormalmente baixo), e assim se mantém até 4 000 rpm.

Foi esta versão que dirigimos por 200 km de estradas da Riviera Francesa e que permitiu confirmar o que o Classe A já tinha mostrado: a Mercedes não quer ser vista só como um fabricante de carros seguros, espaçosos e modernos, mas também apta a conquistar um novo público. O ajuste da suspensão na sua versão Sport é surpreendentemente “seco”, juntando uma notável habilidade de fazer curvas com movimentos de carroceria muito contidos, mas sem abrir mão de uma capacidade bem razoável de amortecimento em pisos ruins. Para quem faz questão de conforto, recomendo a versão de suspensão Comfort, que não traz aquela sensação de flutuar na estrada ao mesmo tempo que filtra mais as irregularidades do asfalto. A generosa dimensão do entreeixos (2,70 metros, ou 10 cm mais que um Toyota Corolla e 2 cm superior ao Chevrolet Cruze) e da bitola ajuda a explicar essa ótima combinação de estabilidade e conforto, sendo ainda importante elogiar o trabalho silencioso da suspensão.

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A entrada precisa em curva convence e chega mesmo a surpreender, em parte fruto da boa capacidade de comunicação da direção com o sistema de desmultiplicação variável (Direct Steer). Esse recurso prático consegue mudar a personalidade da direção: quanto mais giramos o volante para os batentes, mais rápida sua resposta. Isso permite tornar a condução relaxada em estradas rápidas e retilíneas, porém ágil em trechos sinuosos. A resposta do CLA 250 é bem viva a partir de 1400 rpm, quando todo o torque máximo já está disponível sob o pé direito, e o novo câmbio de dupla embreagem convence pela suavidade da troca e pela rapidez. Merece elogios ainda a ausência de ruídos no painel ou na estrutura da carroceria.

Na segurança ativa, o CLA não é menos Mercedes que os modelos mais caros da marca. De série há o alerta de cansaço do motorista e o sistema de sensores de radar com freio de emergência adaptativo, que aqui atua a partir de 7 km/h (antes o recurso só funcionava acima de 30 km/h). Há ainda uma função adicional no sistema de prevenção de colisão: se o motorista não reagir numa situação de colisão iminente, o carro pode frear sozinho em velocidades até 200 km/h. Quando o CLA roda abaixo de 30 km/h, o sistema aciona os freios automaticamente ao se aproximar de um veículo parado.

E, claro, estão igualmente disponíveis todos os recursos de assistência ao motorista, como o pacote de manutenção de faixa de rodagem – formado pelo controle de ponto cego no retrovisor e detector de mudança involuntária de faixa – ou os faróis automáticos. O sistema de estacionamento funciona nas vagas em paralelo ou frente a frente e dispõe de uma nova função para desfazer a manobra.

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Não faltam atrações ao CLA – no visual ou na tecnologia – para agradar ao atual comprador jovem de sedã. Ainda que tenha demorado para entrar em cena, o show da estrela vale o ingresso.

VEREDICTO

O novo CLA deve arejar o mercado de sedãs premium com seu foco em prazer em dirigir, design e tecnologia. Com preço competitivo, ele promete ser um problema para a concorrência e uma bênção para a casa.

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