A Mahindra chegou ao Brasil no fim de 2007, trazendo o Scorpio em versão picape e SUV. Certamente não atentou para a linha de pneus Scorpion da Pirelli e, para evitar problemas judiciais, a partir de 2009 o nome sumiu, e os carros passaram a ser vendidos como Mahindra Pik-Up (assim mesmo, e não Pick-Up) e SUV. Mas nenhum dos dois nomes emplacou. No meio de 2012, a picape recebeu os novos motores mHawk, que atendem às exigências do Proconve, mas a produção do utilitário (na fábrica da Bramont em Manaus) ficou paralisada de 2012 até agora, quando ele retorna, já nacional, como M.O.V. (Mahindra Off-Road Vehicle).
O novo batismo é uma jogada de marketing que visa a reforçar suas habilidades fora de estrada e, principalmente, evitar comparações com outros SUVs. Ao volante, é fácil concordar com a mudança. Uma trilha leve, com trechos esburacados, foi superada com absoluta tranquilidade. Nem precisei tocar o seletor eletrônico e usar a tração 4×4, muito menos a 4×4 reduzida. Com bons ângu los de ataque (31 graus) e saída (21) e 18 cm de altura em relação ao solo, ele tem capacidade de enfrentar obstáculos muito mais complicados. Mas a convivência na cidade é prejudicada. A suspensão ganhou modificações para ficar mais rígida, com amortecedor fora das molas e tensionadores. Mesmo assim, os passageiros chacoalham bastante ao passar por irregularidades no asfalto, enquanto nas curvas o alto centro de gravidade faz a carroceria rolar demais. O 2.2 turbodiesel de 120 cv se destaca pelo bom torque, com aceleração progressiva, enquanto o câmbio tem engates precisos, mas exige certo vigor nas trocas. Um ponto positivo são os sete lugares, embora nessa configuração o porta-malas ofereça espaço para meros 120 litros.
O acabamento interno é simples, abaixo do que se espera de um modelo que custa R$ 97 900, ainda que ele seja um jipe. Ele tenta compensar essa falta com uma lista de itens de série recheada, mas não ajuda nada seu design ultrapassado, basicamente o mesmo de quando ele ainda era o Scorpio.
VEREDICTO
Não nasceu para o uso urbano, mas, mesmo para quem quer um fora de estrada, o custo-benefício é duvidoso.