Longa Duração: a chegada do Hyundai Creta e as mudanças no teste
O Creta entra para a frota e inaugura uma nova fase do Longa Duração: a partir dele, em vez de etanol, os carros beberão só gasolina
Não por acaso, os principais representantes dos SUVs compactos já passaram pelo Longa Duração: Ford EcoSport, Honda HR-V e Jeep Renegade já foram comprados, testados e avaliados – e o Kicks, da Nissan, segue em análise .
Outra prova da importância do segmento atende pelo nome de Hyundai Creta. Ele é o mais novo carro da frota.
A partir do Creta, o combustível do Longa Duração deixa de ser etanol e passa a ser gasolina – Cruze, Kicks e Mobi seguirão abastecidos somente com etanol até os 60.000 km.
“Agora, com a quase extinção das partidas a frio com tanquinho, podemos fazer a virada de etanol para gasolina sem prejuízo técnico. Até então, o uso de álcool nos permitia detectar, no desmonte, traços de gasolina injetada em excesso pela bomba da partida a frio. De quebra, a gasolina vai refletir melhor o combustível usado pela maioria”, disse o editor Péricles Malheiros.
Mas voltemos à compra do Creta.
Antes de iniciarmos as cotações, definimos o modelo: seria um Prestige 2.0, a versão mais completa, para testarmos todos os itens de segurança e conforto do Creta. O passo seguinte foi estabelecer a cor pretendida.
Para o Longa Duração, buscamos sempre uma pintura diferente da dos outros carros da frota e que fique bem na foto. “Vamos de Bronze Terra”, pediu o editor de arte Fernando Pires, após consulta ao site da Hyundai.
Apesar de configurarmos o modelo ideal, nos preparamos para eventuais mudanças; afinal, nem sempre ele coincide com o que está disponível na rede.
Mas dessa vez foi diferente. “Falei com cinco concessionárias. Creta Prestige 2.0 a pronta entrega só tem um, na cor Bronze Terra”, disse Luiz Carlos de Andrade Junior, responsável por cotar os carros do Longa Duração.
Negócio fechado. Pelo nosso Creta, pagamos exatos R$ 100.000, ou seja, ganhamos um desconto de R$ 590 no preço de tabela do carro, mais a película de vidros como cortesia. Na data combinada, o editor Péricles Malheiros foi retirar o caçula da frota na concessionária Hyundai Sinal, em São Caetano do Sul (SP).
Tudo correu bem na entrega técnica. “A moça demonstrou bom nível de conhecimento do produto e me deixou à vontade para escolher entre uma apresentação padrão e uma mais resumida. Como fiquei com a segunda opção, ela focou nos diferenciais, como o sistema de ventilação do banco do motorista e a central multimídia compatível com Apple CarPlay e Android Auto”, diz Péricles.
Com o carro em nossa garagem, os comentários começaram a surgir. “A chave com capa marrom, combinando com o revestimento da cabine, é um mero detalhe, mas que demonstra cuidado por parte da fábrica”, disse o redator-chefe, Zeca Chaves.
Já o editor Paulo Campo Grande elogiou o conforto de rodagem: “É um SUV agradável de dirigir, com suspensão bem calibrada, direção com peso correto e boa sintonia entre motor e câmbio”.
Péricles viu um ponto positivo logo no primeiro quilômetro rodado: “Parei em um posto assim que saí da concessionária. Ao conferir a calibragem, constatei que os quatro pneus estavam com a pressão adequada, o que é muito raro”.
No entanto, dois pontos foram criticados por todos: a dificuldade no fechamento da porta do motorista (frequentemente é preciso tentar mais de um vez) e o excesso de barulho na região do porta-malas.
Apesar de decretar o início do fim da ingestão de álcool no Longa, um brinde à chegada do Creta.
Hyundai Creta – 0 km
Ficha técnica
- Versão: Prestige 2.0 16V
- Motor: 4 cilindros, dianteiro, transv., 1.999 cm3, 16V, 166/156 v a 5.600 rpm, 20,5/19,1 mkgf a 4.700 rpm
- Câmbio: automático, 6 marchas
- Combustível: flex (gasolina)