Hyundai Creta 2025 com 1.6 turbo de 193 cv é mais rápido que Pulse Abarth
Testamos a versão topo de linha Ultimate, que beira os R$ 190.000 e troca o velho 2.0 pelo motor 1.6 turbo do Tucson com ainda mais potência
Quando foi lançada no Brasil, em 2021, a segunda geração do Hyundai Creta causou espanto – não apenas polêmica. É que, embora beleza seja subjetivo, o SUV rompeu com todos os padrões do segmento com seus faróis e lanternas seccionados, e a grade em formato irregular. O efeito, porém, foi o inverso do que se esperou: as vendas aumentaram.
De janeiro a agosto de 2024, o Creta foi o carro mais vendido do Brasil no varejo, segundo a Fenabrave. Considerando as vendas de varejo e diretas, ele é (por pouco) o segundo SUV mais vendido, atrás do VW T-Cross.
Mas a partir de agora, são grandes as chances de que ele assuma de vez a liderança do segmento no mercado geral. De cara nova, o Hyundai Creta 2025 aposta em desenho mais seguro, mas ainda com diferenciais, e ganha novos equipamentos. Mais do que isso, tem um inédito motor 1.6 turbo na versão Ultimate, que custa R$ 189.990 a partir de agora.
Preços do Hyundai Creta 2025:
- Creta Comfort 1.0 Turbo – R$ 141.890
- Creta Limited 1.0 Turbo – R$ 156.490
- Creta Platinum 1.0 Turbo – R$ 172.690
- Creta N Line 1.0 Turbo – R$ 182.090
- Creta Ultimate 1.6 Turbo – R$ 189.990
Confira os equipamentos e o visual de todas as versões do Creta 2025
O novo Hyundai Creta 2025 estreia em cinco versões: Comfort, Limited, Platinum, N Line e Ultimate. As quatro primeiras têm motor 1.0 turbo de 120 cv e 17,5 kgfm, e câmbio automático de seis marchas. A última estreia o novo motor 1.6 turbo (a gasolina) de 193 cv e 27,5 kgfm, e o título de SUV compacto mais potente do Brasil. Pelas novidades, esta foi a única configuração do modelo disponível para conhecermos até o momento.
O novo Creta deixa no passado o visual cheio de vincos, com formas irregulares e os polêmicos faróis e lanternas “espalhados”. Agora, ele aposta em formatos mais retos e horizontais para tentar parecer mais conservador. Na prática, ainda tem personalidade, embora tenha ficado com aspecto mais simples do que o antigo.
Na dianteira, a iluminação diurna em led fica próxima ao capô em peças que lembram aspas e são ligadas por uma barra no topo da grade. Entre os DRL estão as setas, também em led, com acendimento dinâmico. Os faróis principais, também em led, ficam no para-choque, que dispensa faróis de neblina. Grades e apliques inferiores são sempre na temática quadrada e variam acabamentos entre preto brilhante e prata.
O mesmo vale para as lanternas, com “aspas” nas extremidades e uma barra iluminada que corta a tampa do porta-malas – por isso, a luz de ré foi parar no para-choque. Tudo em led. Nas laterais, que seguem intocadas, o Creta deixa claro que é uma reestilização, embora a Hyundai o trate como uma nova geração. Só o que muda é o desenho das rodas, com 18 polegadas na versão Ultimate.
Também há novidades no interior, boas e ruins. O painel tem novo formato, com destaque para o conjunto de telas no topo, uma para o quadro de instrumentos e outra para a central multimídia, cada uma com 10,25”. No caso da multimídia, há Android Auto e Apple CarPlay, mas apenas com conexão via cabo. Só as versões mais baratas, com tela menor, têm conectividade sem fio. Vai entender…
Ainda entre os equipamentos, há carregador de celular por indução, freio de estacionamento eletrônico, teto solar panorâmico, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, e câmera 360°. Ele também tem, de série, piloto automático adaptativo, frenagem automática de emergência, monitoramento de pontos cegos, assistente de tráfego cruzado traseiro, detector de fadiga, farol alto adaptativo e assistente de permanência e centralização de faixa.
A linha 2025 do Creta estreia ainda ar-condicionado de duas zonas (antes, era apenas uma), retrovisor eletrocrômico e banco do motorista com ajustes elétricos – mas apenas para profundidade e encosto, na altura o ajuste é por alavanca.
Mas, como dito anteriormente, há pontos não tão bons. O acabamento do Creta parece ter piorado ligeiramente, com alguns problemas de encaixes (como nas junções de peças à direita e acima das telas) e materiais de aparência não tão boa. Mas ainda se sobressai frente a alguns rivais.
O espaço interno segue como um dos trunfos do Creta. Ocupantes traseiros viajam sem aperto e um terceiro passageiro central pode se encaixar, já que o túnel central não é tão alto e permite certa acomodação. O porta-malas cresceu 11 litros em relação ao modelo anterior e, agora, tem 433 litros – boa capacidade.
Junto ao design, a motorização do novo Creta está entre seus maiores destaques. Além de estrear o motor 1.6 turbo de 193 cv e 27 kgfm , ele também ganha um novo câmbio de dupla embreagem (secas) com sete marchas.
O novo conjunto dá agilidade ao Creta, com boas acelerações e trocas de marcha rápidas (embora seja possível sentí-las além do normal em um dupla embreagem). O motor, por sua vez, é ruidoso, mas quase sem vibrações.
Nos nossos testes, o SUV foi de 0 a 100 km/h em rápidos 7,6 segundos – mais rápido que um Pulse Abarth (que cumpre a mesma prova em 8,2 s). No consumo ele obteve as médias de 12 km/l na cidade e 14,5 km/l na estrada.
Teste de desempenho e consumo – Hyundai Creta Ultimate 1.6 Turbo
- Aceleração:
0 a 100 km/h: 7,6 s
0 a 1.000 m: 28,4 s – 186 km/h - Velocidade Máxima:
210 km/h (segundo a Hyundai) - Retomada:
D 40 a 80 km/h: 3,1 s
D 60 a 100 km/h: 3,9 s
D 80 a 120 km/h: 4,9 s - Frenagens:
60/80/120 km/h – 0 m: 14,1/25/57,6 m - Ruído Interno
Neutro/rpm máx.: 39,7/62,3 dBA
80/120 km/h: 59,8/66,8 dBA - Consumo:
Urbano: 12 km/l
Rodoviário: 14,5 km/l - Aferição
Velocidade real a 100 km/h: 98 km/h
Rotação do motor a 100 km/h em 6ª marcha: 1.900 rpm
Volante: 3 voltas - Seu bolso
Preço básico: R$ 189.990
Garantia: 5 anos - Condições de teste: alt. 660 m; temperatura, 30,5 °C; umidade relativa,32%; pressão, 1.011,5 kPa
O novo Creta continua com foco em conforto na suspensão e na direção, ambas macias e sem nenhuma pretensão esportiva. Não acompanha o desempenho do SUV, mas é um comportamento ideal para rodagens urbanas, embora tenha boa estabilidade, mesmo em velocidades mais elevadas.
O Creta não apenas evoluiu onde precisava, mas foi além, com o ganho de relevantes itens e o novo motor para complementar o pacote. E não apenas: os preços se mantiveram interessantes frente aos concorrentes.
Veredicto
O Creta evoluiu onde precisava e manteve seus melhores atributos, mas ficou ainda mais perto dos SUVs médios em preços.
Ficha técnica – Hyundai Creta Ultimate 1.6 Turbo
Motor: gasolina, dianteiro, long., 4 cil., 16V, turbo, 1.598 cm³, 193 cv a 6.000 rpm, 27 kgfm a 1.700 rpm
Câmbio: dupla embreagem., 7 marchas, tração dianteira
Direção: elétrica
Suspensão: ind. McPherson (diant.), multilink (tras.)
Freios: disco ventilado (diant.), disco sólido (tras.)
Pneus: 215/55 R18
Peso: 1.355 kg
Dimensões: comprimento, 433 cm; largura, 179 cm; altura, 163,5 cm; entre-eixos, 261 cm; vão livre do solo, 19 cm; porta-malas, 422 l; tanque de combustível, 50 l