Honda ADV é scooter aventureira que te livra do trânsito – e da cidade
Derivado do popular PXC 150 o ADV tem características próprias das motos trail, como suspensões elevadas, pneus de uso misto e guidão mais largo
Você sabia que 87% dos compradores de scooters têm automóveis em casa? Essa estatística é da Honda, que oferece cinco modelos desses em sua linha e acaba de lançar mais um: o Honda ADV.
Pois é, qual o motorista que nunca pensou em ter um scooter para aqueles deslocamentos rápidos, fugindo do trânsito e da angústia de procurar uma vaga para estacionar?
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O ADV é um scooter com habilidades off-road. Não dá para fazer trilhas radicais, mas é possível pegar aquela estradinha do sítio sem aperto. Resumindo, o ADV está para os scooters assim como os aventureiros urbanos (Argo Trekking, Stepway) estão para os carros. As letras ADV, vêm de adventure.
Esse tipo de fusão de propostas é comum na indústria automobilística, o que resultou em peruas off-road, cupês de quatro portas e os próprios SUVs, que seriam uma mistura de tudo.
Conceitualmente, o ADV é derivado do X-ADV, um scooter grande equipado com motor de 750 cc, que foi lançado em 2017. O ADV tem motor de 150 cc. O X-ADV é importado do Japão. Chega aqui por R$ 69.900. O ADV é feito em Manaus (AM) e custa R$ 17.490.
PCX 150 aventureiro?
Mecanicamente, o ADV é derivado do PCX 150, o scooter mais popular da Honda no Brasil. Além do motor monocilíndrico, com arrefecimento líquido e câmbio CVT, ele usa o mesmo chassi tubular de berço duplo. O tanque de combustível de 8 litros também é igual. Mas as coincidências param por aí.
O chassi foi reforçado para suportar as novas aplicações e o motor recebeu mudanças na admissão e no escape para respirar melhor e conseguir mais torque em baixas rotações, de acordo com a fábrica.
Na admissão, o caminho do ar ficou 2 centímetros mais longo e, no escape, em vez daquele silenciador horizontal, a Honda adotou um escapamento elevado, como nas motos trail, o que aumentou a contrapressão.
Segundo os engenheiros, mudaram as curvas de potência e de torque, mas valores totais não mudaram, ou seja: 13,2 cv e 1,38 kgfm. No mais, tudo no ADV é bem diferente do PCX. As suspensões são um exemplo.
Na traseira, os amortecedores Showa contam com reservatório de gás externo e, na frente, a suspensão é do tipo convencional, mas também da Showa e, no que diz respeito ao curso, o conjunto tem 130 mm na dianteira e 120 mm na traseira, enquanto o PCX tem 100 mm nos dois eixos.
Com isso, a altura em relação ao solo passou de 137 mm, no PCX, para 165 mm, no ADV. E a altura do assento foi de 764 mm a 795 mm. Os pneus são de uso misto e rodam no asfalto e na terra.
Sempre com rodas de liga leve. Outra coisa típica de motos off-road são os discos de freio do tipo wave (onda), que têm desenho irregular, para evitar o acúmulo de sujeira nas pastilhas. Mas tão interessantes quanto os recursos para enfrentar as trilhas são os equipamentos para rodar no asfalto.
Começando pela dianteira, há os faróis full-led com luzes de posição. O para-brisa é ajustável manualmente, em duas posições, para proteger o piloto do vento. E o painel digital LCD é um capítulo à parte: além de velocímetro e odômetro, tem temperatura ambiente, computador de bordo com informações de até dois deslocamentos (trip A, trip B), indicador de carga na bateria, momento de troca de óleo e um indicador de consumo instantâneo.
Não há conta-giros. A chave é presencial e não falta nem o sistema start-stop, que desliga o motor nas paradas, para economizar combustível. E, por falar em consumo, segundo a fábrica, o ADV faz 50,9 km/l na cidade, e 34,2 km/l na estrada (a 80 km/h constante).
Em nosso test-drive pudemos avaliar o comportamento do ADV na estrada e também na terra. Não fosse a posição dos pés apoiados na base do scooter, eu poderia pensar estar pilotando uma trail de baixa cilindrada.
O que dá a impressão de que o ADV é uma trail é o guidão principalmente, porque ele é mais largo que o que equipa o PCX e também está mais distante do piloto, proporcionando melhor alavanca.
Isso aconteceu porque a Honda fechou um pouco o ângulo de caster da suspensão dianteira, afastando o volante e, consequentemente aproximando a roda dianteira da traseira, o que teve um efeito secundário bom, que foi o de reduzir a distância entre-eixos da moto (que ficou mais ágil e fácil de manobrar).
O espaço para as pernas do piloto é reduzido. Eu, com meu 1,70 m de altura, me encaixei bem. Mas os mais altos talvez fiquem desconfortáveis.
O motor é esforçado. Enquanto no plano, ele vai bem com velocidade de cruzeiro ao redor dos 80 km/h. Mas nas subidas é preciso enrolar o cabo do acelerador.
Os freios são bem confiáveis, assim como a estabilidade nas retas em velocidade e nas curvas como o ADV é mais alto que o PCX, é possível inclinar mais nas curvas. Como todo bom scooter que se preze, ele tem porta-objetos, um na parte frontal (com 2 litros de capacidade e tomada 12 V) e outro sob o assento (27 litros, suficientes para um capacete fechado e um conjunto de chuva, por exemplo).
Os scooters são veículos típicos das cidades, mas esse ADV encoraja a fazer até mesmo deslocamentos maiores, como o que fizemos para esta avaliação.
Veredicto
Por R$ 17.490, ele é 21% mais caro que o PcX (R$ 14.410). Mas recompensa o investimento.
Ficha técnica
Preço: R$ 17.490
Motor: gasolina, monocilíndrico, arrefecimento líquido, OHC, 149,3 cm3, 13,2 cv a 8.500 rpm, 1,38 kgfm a 6.500 rpm
câmbio: CVT
Suspensão: telescópica convencional (diant.) e duplo amortecida (tras.)
Freios: disco, 220 mm
Rodas e pneus: liga leve, 110/80 – 14 (diant.); 130/70 – 13 (tras.)
Dimensões: compr., 195 cm; largura, 76,3 cm; altura, 115,3 cm; entre-eixos, 132,4 cm; altura do assento 79,5 cm; distância mínima do solo, 16,5 cm; peso, 127 kg; tanque, 8 l
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