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Parati Crossover e Palio Adventure era o que existia antes dos SUVs

Na trilha aberta pela Palio Adventure, chega a Parati Crossover. Adaptadas para o fora-de-estrada leve, elas têm personalidades bem distintas

Por Adriano Griecco
Atualizado em 27 set 2020, 14h22 - Publicado em 27 set 2020, 14h20
Adventure é mais bem preparada para encarar uma estrada de terra que a Crossover. Mérito para seus pneus de uso misto e a suspensão elevada. Ela tem 2,3 centímetros a mais de distância em relação ao solo, compara à rival (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Publicado originalmente em abril de 2003

Com bom porta-malas, cavalos bem dispostos para o trabalho sob o capô e algum preparo físico para enfrentar pequenos obstáculos no trajeto, elas foram feitas para não deixar ninguém com o controle remoto da TV na mão durante o fim de semana.

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A recém-lançada Parati Crossover 2.0 chega para tentar jogar areia no caminho da já conhecida Palio Adventure, pioneira no estilo “radical light”, uma contradição em termos. A Adventure é mais voltada para o fora-de-estrada.Nada de lamaçais ou subidas muito íngremes – os ângulos de entrada e saída são 22 e 29 graus, respectivamente.

Mesmo com as poucas modificações na suspensão, a Parati não perdeu em estabilidade e continua entregando uma suspensão firme. Comparada à Adventure, é melhor no asfalto. (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Seus principais predicados são a suspensão reforçada (é a mesma da picape Strada, com braços mais largos), os 17 centímetros de altura em relação ao solo, os pneus Pirelli Citynet All Weather de uso misto e o quebra-mato na dianteira.

Para completar, os pára-choques são de plástico preto, dando um ar mais robusto e despojado à perua.

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A regulagem de altura do banco do motorista ajuda a encontrar uma boa posição para dirigir. Só a Crossover oferece como opcional bancos de couro sintético, mais confortáveis que os da Adventure. (Marco de Bari/Quatro Rodas)

O visual da Crossover segue por outro caminho. A generosidade dos cromados chama a atenção no exterior. Eles estão no spoiler e na grade dianteira, nas saias laterais e no pára-choque traseiro. Originalmente os retrovisores também eram cromados, mas uma clínica com os clientes da marca indicou o exagero e a Volks optou por deixá-los na cor da carroceria.

(Marco de Bari/Quatro Rodas)

Mas a vocação aventureira da Crossover não se mede pelo visual. A medida está na suspensão, que é 2,7 centímetros mais alta se comparada às outras versões da perua, que têm 12 centímetros em relação ao solo. Apesar de usar rodas de liga leve aro 15, os pneus têm perfil 55 para filtrar melhor os buracos que ela vai encarar.

(Marco de Bari/Quatro Rodas)

A Adventure é mais barata – custa 35.700 reais – e tem de série o ar-condicionado, equipamento opcional na Parati, que é cerca de 1.000 reais mais cara. Já a Crossover oferece ajuste de altura do banco do motorista, brake-light e vidros traseiros elétricos. Para facilitar a comparação, o ar-condicionado da Crossover sai por 2.000 reais. Nesse terreno, a Fiat deixa a VW para trás.

O espaço nas duas peruas é semelhante, mas a Adventure leva uma pequena vantagem na disposição dos comandos. Falta personalidade no interior, já que apenas a cor dos marcadores mudou do branco para o amarelo. (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Em compensação, a Crossover conta com os préstimos do motor 2.0 de 112 cavalos, que ajudou a perua a vencer todos os testes de desempenho. A Adventure bem que resistiu, graças ao novo motor 1.8 de 103 cavalos, produzido pela GM Fiat Powertrain, substituto do antigo 1.6 16V Torque.

(Marco de Bari/Quatro Rodas)

Na aceleração, a Crossover precisou de 12,6 segundos para atingir os 100 km/h, com uma vantagem de cinco décimos sobre a rival. Nas retomadas, apesar dos valores bem próximos (as duas empataram com 11,3 segundos na medição de 60 a 100 km/h em quarta marcha), a Crossover também levou a melhor. Ela só perdeu no teste de ruído interno – é bem mais barulhenta em ponto-morto e a 120 km/h.

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(Marco de Bari/Quatro Rodas)

Diferenças de desempenho à parte, no uso cotidiano não há motivos para reclamar das duas. O manuseio do câmbio continua com os engates mais curtos na Parati e menos precisos na Adventure – que mantém a mesma caixa, apenas com as relações de marchas reescalonadas, adequadas ao novo motor.

(Marco de Bari/Quatro Rodas)

No entanto, se o assunto é consumo de combustível, a Adventure mostra-se menos voraz. Ela é mais econômica tanto na cidade – onde faz 7,6 km/l, contra 6,9 – quanto na estrada. Ela percorreu 14,7 km/l, contra os 12,6 da rival.

As duas se distanciam quando o assunto é estabilidade. A Parati leva vantagem no asfalto. Mesmo mais alta, a suspensão continua firme, além de mostrar-se com bom preparo para encarar pequenos buracos – e esse é outro item que demonstra a vocação mais urbana da Crossover. Não que o conjunto da Adventure seja mole e não transmita confiança nas curvas.

Apesar de mais antigo, os 112 cavalos do motor 2.0 da Crossover renderam marcas melhores que as da Adventure. O câmbio continua com engates curtos, agilizando as trocas de marcha. (Marco de Bari/Quatro Rodas)

O que pega são os pneus que aumentam a tendência do carro a sair de frente em curvas mais acentuadas. Por outro lado, o desempenho da Adventure em estradas de terra é superior. Mas calma lá: antes de afundar o pé no atoleiro, saiba que esses pneus não fazem milagres. Se você errar a dose no acelerador, a perua tende a escorregar e, dessa vez, nas quatro rodas.

Também na hora de parar a Adventure foi melhor. Em duas das três medições ela percorreu a menor distância. A maior margem ficou para a frenagem que parte dos 120 km/h, na qual ela parou em 63,9 metros, quatro a menos que a rival.

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O novo motor 1.8, com 103 cavalos, serviu muito bem na Adventure. Trouxe mais torque e agilidade para a perua. Mas perdeu nos testes de desempenho para a Crossover, 9 cavalos mais potente. (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Ao dirigir, você vai se sentir bem em qualquer uma das peruas. A Volks agrada por oferecer o ajuste de altura do banco de série, item opcional na Adventure. Em contrapartida, esta oferece, também opcionalmente, a regulagem de altura do volante. Eu recomendo: nem pense duas vezes e pague os 46 reais cobrados pela Fiat.

Adventure tem melhor relação custo/benefício, por ser 1.000 reais mais barata e ainda vir, de série, com ar-condicionado. O seguro, de 2120 reais, é 700 reais menor. (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Em ambas, a disposição dos comandos é boa, mas a Parati peca por levar os botões que acionam o vidro no console central. Ainda na Volks, o interior recebeu um pouco mais de atenção que na Adventure, já que a perua tem seu nome gravado na soleira da porta, além dos detalhes cromados nos mostradores, no botão do freio de mão e nas maçanetas. Na Fiat, só os mostradores passaram a ser amarelos – nas outras versões eles são brancos – e vêm acompanhados pela grafia do nome da perua.

Crossover é mais cara e ainda vem sem o ar-condicionado. Tem a maior rede de assistência técnica do país, com 612 pontos, e suas peças de reposição são um pouco mais caras. (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Como você pôde ver, a briga foi das boas. Mas a vitória é da Adventure. Além do melhor preço, ela é indicada para passeios um pouco mais radicais, o que é, afinal, o espírito dos dois modelos. A Crossover tem a seu favor o desempenho no asfalto, coerente com seu visual mais sofisticado.

Estão lá os bancos de material sintético tipo couro – opcionais, está certo – que dão requinte ao ambiente interno. Mas, seja qual for o revestimento dos bancos, uma coisa eu garanto: com qualquer uma das duas peruas, você não vai ficar com saudades do sofazão da sala durante o fim de semana.

Ficha técnica

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Fiat Palio Adventure 1.8

(Marco de Bari/Quatro Rodas)
  • Motor: Dianteiro, transversal, 4 cilindros em linha, 8 válvulas; Cilindrada: 1796 cm3; Diâmetro x curso: 80,5 x 88,2 mm; Taxa de compressão: 9,4:1
  • Potência: 103 cv a 5400 rpm
  • Torque: 17,0 kgfm a 2800 rpm
  • Câmbio: Mecânico de 5 marchas, tração dianteira
  • Dimensões: Comprimento, 425 cm; largura, 165 cm; altura, 159 cm; entre-eixos, 246 cm; Peso: 1128 kg
  • Volumes: Porta-malas, 460 l; tanque de combustível, 51 l
  • Suspensão: Molas helicoidais e amortecedores hidráulicos; Dianteira: Independente, do tipo McPherson; Traseira: Independente, com braços oscilantes
  • Freios: discos ventilados na dianteira e tambor na traseira, com ABS (opcional)
  • Direção: Hidráulica do tipo pinhão e cremalheira; diâmetro de giro 10,5 metros, 3 voltas entre batentes
  • Rodas e pneus: Liga leve, aro 14; Pirelli All Weather 175/80 R14

Principais equipamentos de série: Ar-condicionado, acendedor de cigarros, conta-giros, direção hidráulica, faróis de neblina, limpador, lavador e desembaçador do vidro traseiro, predisposição para alarme, preparação para som, quebra-mato, travas e vidros dianteiros elétricos

Principais equipamentos opcionais: ABS, duplo airbag, CD player, brake-light, banco do motorista com regulagem de altura e lombar, CD changer, retrovisores e vidros traseiros elétricos, volante com regulagem de altura

Preço: 35.700 reais
Preço corrigido: R$ 103.261 (IGP-M)

Ficha técnica

(Marco de Bari/Quatro Rodas)

Volkswagen Parati Crossover 2.0

  • Motor: Dianteiro, longitudinal, 4 cilindros em linha, 8 válvulas; Cilindrada: 1985 cm3; Diâmetro x curso: 82,5 x 92,8 mm
  • Potência: 112 cv a 5250 rpm
  • Torque: 17,3 kgfm a 3000 rpm
  • Câmbio: Mecânico de 5 marchas, tração dianteira
  • Dimensões: comprimento, 413 cm; largura, 162 cm; altura, 141 cm; entre-eixos, 246 cm; Peso: 1490 kg
  • Volumes: Porta-malas, 437 l; tanque de combustível, 51 l
  • Suspensão: Molas helicoidais e amortecedores hidráulicos Dianteira: Independente do tipo McPherson; Traseira: braços longotudinais e barra estabilizadora
  • Freios: Discos ventilados na dianteira e tambor na traseira, com ABS (opcional)
  • Direção: Hidráulica do tipo pinhão e cremalheira; diâmetro de giro 10,3 metros, 3 voltas entre batentes
  • Rodas e pneus: Liga leve, aro 15; Firestone Firehawk 195/55 R15

Principais equipamentos de série: Aerofólio traseiro, alarme com acionamento a distância, banco do motorista com regulagem de altura, brake-light, direção hidráulica, faróis de neblina, espelho retrovisor dia e noite, lavador, limpador e desembaçador do vidro traseiro, rodas de liga leve, pára-choque na cor da carroceria, travas e vidros elétricos, ventilação forçada

Principais equipamentos opcionais: ABS, ar-condicionado, CD player com comandos no volante, duplo airbag, bancos de couro

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Preço: 36.660 reais
Preço corrigido: R$ 106.037 (IGP-M)

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