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Comparativo: Renault Kwid x Volkswagen Up! x Fiat Mobi

No segmento de Kwid, Mobi e Up! não basta ser bonito. É preciso ter preço acessível e ser econômico

Por Paulo Campo Grande Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 9 fev 2023, 18h31 - Publicado em 25 set 2017, 18h18
O novato da Renault enfrenta os líderes do segmento: Up! e Mobi
O novato da Renault enfrenta os líderes do segmento: Up! e Mobi (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Apesar de ter sido homologado como SUV, por conta de suas medidas off-road (ângulos de entrada e de saída e altura livre do solo), o Renault Kwid tem outras características (como porte, peso e pneus) que demonstram que sua proposta mesmo é de carro urbano.

Sem falar no posicionamento de preço, que mira o mesmo consumidor dos hatches compactos de entrada.

Depois do teste de pista com a versão Zen 1.0, que deve ser a mais vendida, reunimos o Renault com dois dos principais modelos que ele vai enfrentar no mercado na busca pela preferência do consumidor: Fiat Mobi e VW Up!.

Segundo pesquisa da Renault, o público do Kwid está mais interessado em um carro que tenha preço acessível e baixo consumo de combustível, nessa ordem de importância.

Depois, vem a experiência anterior com as marcas e, em quarto lugar, o design, que tradicionalmente é a principal razão de compra na maioria dos demais segmentos do mercado.

Ou seja: o comprador do Kwid e de seus rivais privilegia a razão na hora de escolher um veículo. Com isso em mente, fizemos o comparativo que você acompanha a seguir.

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3° Fiat Mobi Easy – R$ 34.690

O carro cedido pela Fiat é a versão Like, topo de linha, mas avaliamos a versão Easy
O carro cedido pela Fiat é a versão Like, topo de linha, mas avaliamos a Easy (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Na tabela de preços, o Mobi Easy (a versão de entrada do subcompacto) é o mais barato dos três hatches. Ele custa R$ 2.050 menos que o Kwid Zen e R$ 4.050 abaixo do Up! Take.

Analisando os aspectos relacionados ao bolso, o Mobi apresenta outros pontos positivos, como o período de cobertura dos serviços de assistência 24 horas.

O comprador do Mobi pode contar com o Confiat durante três anos, enquanto o do Kwid tem à disposição o Renault Assistance por dois anos e o do Up! se serve do VW Service por apenas um ano.

Os três carros têm a mesma garantia regular de três anos, mas o Kwid pode chegar a cinco se for financiado.

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A vantagem do Mobi em relação aos custos de uso diminui, porém, quando se avalia as despesas com as revisões. Considerando os serviços recomendados até 60.000 km, o Fiat é o mais dispendioso dos rivais, com despesas de R$ 3.528, contra R$ 2.928 do VW e R$ 2.449 do Renault.

No acabamento, o Mobi se equipara ao Kwid, mas perde para o Up!
No acabamento, o Mobi se equipara ao Kwid, mas perde para o Up! (Christian Castanho/Quatro Rodas)

No que diz respeito ao seguro, há maior equilíbrio entre os valores cobrados, mas o Mobi também fica na lanterna. De acordo com cotações feitas pela Corretora Bidu (bidu.com.br), para um cliente-padrão com perfil conservador, o Up! cobra R$ 2.528; o Kwid, R$ 2.606 e o Mobi, R$ 2.831.

No caso do Kwid, que ainda não constava do cadastro das seguradoras no momento da cotação, a corretora fez uma estimativa a nosso pedido, tendo o Sandero Authentique 1.0 (que é mais caro) como referência.

Direção não tem assistência na versão Easy
Direção não tem assistência na versão Easy (Christian Castanho/Quatro Rodas)
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Examinando a lista de equipamentos, o Fiat é o mais modesto dos concorrentes. Ele tem banco traseiro bipartido, espelhos nos para-sóis do motorista e do passageiro, sistema Follow-Me Home e display digital de 3,5 pol. nos instrumentos, como recursos exclusivos.

O banco traseiro é bipartido
O banco traseiro é bipartido (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Mas carece de cintos pré-tensionados com limitador de carga, indicador de troca de marchas e abertura interna do porta-malas, que são itens de série nos outros, e adota a pior solução de cada rival, como direção sem assistência (como no Up!) e partida a frio com tanquinho auxiliar (igual ao Kwid).

O Mobi conta com o menor volume de porta-malas: 215 litros
O Mobi conta com o menor volume de porta-malas: 215 litros (Christian Castanho/Quatro Rodas)

No acabamento, o Fiat se equipara em qualidade ao Renault, mas perde para o VW. E, na pista de testes, ele se saiu bem nas medições de consumo, mas ficou atrás nas provas de desempenho.

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No uso diário, o Mobi se revelou mais estável que o Kwid, mas também mais lento nas manobras.

Mobi: 4 cilindros e 75 cv com etanol
Mobi: 4 cilindros, 75 cv e 9,9 mkgf com etanol (Christian Castanho/Quatro Rodas)

2° VW Up! Take – R$ 38.740

Rodas de liga leve são opcionais
Rodas de liga leve são opcionais (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Existe uma diferença de posicionamento entre a VW e as rivais Renault e Fiat que explica o segundo lugar do Up! neste comparativo. A VW se autodefine como uma “marca premium” entre as generalistas e o Up! incorpora esse conceito expresso no preço. O Up! é o mais caro deste comparativo.

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Ser premium não se resume ao preço, porém. O Up! é superior em coisas como os materiais usados no acabamento da cabine e na estrutura da carroceria (com 75% de aços de alta de ultrarresistência, segundo a fábrica).

Outro ponto de destaque é o motor tecnicamente mais refinado. O VW é o único do comparativo a ter comando de válvulas variável na admissão e sistema de partida a frio que dispensa o tanquinho auxiliar de combustível.

Up!: 3 cilindros e 82 cv com etanol
Up!: 3 cilindros, 82 cv e 10,4 mkgf com etanol (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Ser superior nem sempre é vantajoso, no entanto. O problema, no caso, é que tendo características premium, o Up! abre mão de conteúdo (que custa caro) para conseguir ser competitivo na briga com Kwid e Mobi.

Na versão Take, o Up! dispensa direção assistida, ar-condicionado, volante com ajuste de altura e travas e vidros elétricos, recursos que são oferecidos pela VW apenas como opcionais em um pacote que custa R$ 5.350.

Com esses itens, o preço do Up! vai a R$ 44.090 – e o hatch continua devendo equipamentos, na comparação com o Kwid.

Up! tem boa posição de dirigir e bom espaço para ombros
Up! tem boa posição de dirigir (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Dinamicamente, o Up! é um carro mais equilibrado. A direção precisa e a suspensão firme garantem um bom comportamento tanto na cidade quanto na estrada.

O Kwid apresenta uma vocação mais urbana, oferecendo conforto e facilidade de manobrar no trânsito, enquanto na estrada ele se mostra mais sensível aos ventos laterais.

Up! tem bom espaço para ombros
Um dos diferenciais é o bom espaço para os ombros (Christian Castanho/Quatro Rodas)

E o Mobi fica em um patamar intermediário entre os concorrentes: menos estável que o Up! nas estradas, e mais lento que o Kwid nas manobras na cidade. Na pista de testes, o Up! andou junto com o Kwid, mas consumiu mais que o rival.

A suspensão firme filtra bem as imperfeições do piso, garantindo conforto aos passageiros do banco de trás
A suspensão firme filtra bem as imperfeições do piso, garantindo conforto aos passageiros do banco de trás (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O Up! é vitorioso na posição de dirigir mais ergonômica. O assento do Kwid não apoia bem as pernas e ao encosto do Mobi falta espuma (pressionando as costas contra o encosto, o motorista consegue sentir a estrutura do banco).

E, no que diz respeito ao espaço interno, o Up! também leva vantagem por oferecer maior largura para ombros, na cabine.

No porta-malas cabem 285 litros
No porta-malas cabem 285 litros (Christian Castanho/Quatro Rodas)

1° Kwid Zen – R$ 36.740

Kwid traz roda de aço de série
Kwid traz roda de aço de série (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O Kwid Zen (versão intermediária) vence o comparativo porque é a opção que oferece melhor relação custo-benefício. Analisando os preços de tabela, o Mobi Easy custa menos, mas, comparando a lista de equipamentos de série, fica claro que o Kwid entrega mais pelo que cobra.

A versão Zen traz de série direção elétrica (item inexistente nos rivais), quatro airbags (Easy e Take só têm os dois obrigatórios); ar-condicionado (opcional no VW e indisponível no Fiat), travas e vidros dianteiros elétricos (opcionais nos demais) e preparação para som (este último opcional, no Mobi, e de série, no Up), para ficar apenas nos itens mais importantes.

O ar-condicionado é de série e o rádio opcional
O ar-condicionado é de série e o rádio opcional (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Além disso, o Renault oferece o exclusivo indicador de modo de condução (ajuda a economizar), chave com controle remoto para abrir e fechar as portas.

Há bom espaço para a cabeça dos ocupantes
Há bom espaço para a cabeça dos ocupantes (Christian Castanho/Quatro Rodas)
Atrás há entradas isofix, mas o banco não é bipartido
Atrás há entradas isofix, mas o banco não é bipartido (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Pensando no comportamento do mercado, é possível dizer que Mobi e Up! têm a seu favor o fato de serem produtos já há algum tempo no mercado, o que torna a negociação de descontos mais fácil na hora da compra.

Lançamentos, normalmente, não têm abatimentos no preço de tabela. Mas, além de custar menos, o Kwid já chega acompanhado de uma promoção que dá dois anos de garantia adicionais, desde que financiado pelo banco Renault.

E isso vale para qualquer valor financiado. A garantia de fábrica sobe de três para cinco anos mesmo que o comprador financie apenas uma pequena parte do valor total do carro (no lançamento, a Renault apresentou duas simulações com taxas de 0,97% e 1,06%).

Além da relação custo-benefício, o Kwid tem outros atributos. Um deles é o porta-malas com 290 litros, que é maior que o do Up!, com 285 litros, e que o do Mobi, com 215 litros.

Porta-malas é o maior, com 290 litros
Porta-malas é o maior do comparativo, com 290 litros (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Seu tanque de gasolina é o menor: 38 litros contra os 47 litros do Mobi e os 50 litros do Up!. Sua autonomia é menor, mas como demonstrou ser o mais econômico nas medições de consumo, o Kwid pode se permitir ter um reservatório menor.

O Renault conseguiu as médias de 14,7 km/l, na cidade, e 18,5 km/l, na estrada, enquanto o Mobi obteve 14,3 km/l e 18 km/l e Up!, 13,5 km/l e 17,9 km/l, respectivamente.

Kwid: 3 cil. e 70 cv com etanol
Kwid: 3 cilindros, 70 cv e 9,8 mkgf com etanol (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Nas provas de desempenho, houve empate entre Kwid e Up!, com exatamente o mesmo tempo nas acelerações (de 0 a 100 km/h em 14,3 segundos) e o Mobi levou 15,7 segundos.

Veredicto

O Kwid vence porque tem melhor relação custo-benefício. Ele custa menos e entrega mais, justamente o contrário do Up!. O VW tem qualidades construtivas, mas custa mais caro e é menos equipado.

Por fim, o Mobi fica em terceiro porque, apesar de não ser caro, não traz o mesmo conteúdo generoso do Kwid e fica devendo a qualidade de acabamento e de materiais superior encontrada no Up!.


Teste de pista (com gasolina)

Kwid Zen 1.0
Take Up! 1.0
Mobi Easy 1.0
Aceleração de 0 a 100 km/h 14,9 s 14,9 s 15,7 s
Aceleração de 0 a 1.000 m 36,6 s – 137,2 km/h 36,3 s – 140,5 km/h 37 s – 136,1 km/h
Retomada de 40 a 80 km/h (em 3ª) 8,6 s 9,1 s 10 s
Retomada de 60 a 100 km/h (em 4ª) 14,3 s 14,3 s 15,6 s
Retomada de 80 a 120 km/h (em 5ª) 26 s 24,2 s 29,8 s
Frenagem de 60 / 80 / 120 km/h a 0 16,5/28,9/65,1 m 16,2/28,5/65,8 m 17,2/29,6/67,2 m
Consumo urbano 14,7 km/l 13,5 km/l 14,3 km/l
Consumo rodoviário 18,5 km/l 17,9 km/l 18 km/l
Ruído interno (neutro / RPM máximo) 44,7/73 dBA 38,8/75 dBA 41,7/71,1 dBA
Ruído interno (80 / 120 km/h) 66,7/73,2 dBA 59,8/70 dBA 65/71,9 dBA
Aferição real do velocímetro a 100 km/h 101 km/h 97 km/h 96 km/h
Rotação do motor a 100 km/h em 5ª marcha n/d 3.100 rpm 3.000 rpm
Preço R$ 36.490 R$ 37.990 R$ 34.210
Garantia 3 anos 3 anos 3 anos
Revisões R$ 1.164 R$ 999 R$ 1.288
Seguro R$ 2.606 R$ 2.528 R$ 2.831

Ficha técnica

Kwid Zen 1.0 Take Up! 1.0 Mobi Easy 1.0
Motor flex, diant., transv.,. 3 cil. em linha, 12V, DOHC, 999 cm³, 69 x 66,8 mm, 10:1, 70/66 cv a 5.500 rpm, 9,8/9,4 mkgf a 4.250 rpm flex, diant., transv.,. 3 cil. em linha, 12V, DOHC, 999 cm³, 74,5 x 76,4 mm, 11,5:1, 82/75 cv a 6.250 rpm, 10,4/9,7 mkgf a 3.000 rpm flex, diant., transv., 4 cil. em linha, 8V, 999 cm³, 70 x 64,9 mm, 12,2:1, 75/73 cv a 6.250 rpm, 9,9/9,5 mkgf a 4.200 rpm
Câmbio manual, 5 marchas, tração dianteira manual, 5 marchas, tração dianteira manual, 5 marchas, tração dianteira
Suspensão McPherson (diant.), eixo rígido (tras.) McPherson (diant.), eixo de torção (tras.) McPherson (diant.) / eixo de torção (tras.)
Freios discos sólidos (diant.) e tambores (tras.) discos ventilados (diant.) e tambores (tras.) discos ventilados (diant.) e tambores (tras.)
Direção elétrica, 3,5 voltas entre batentes, 10 m (diâmetro de giro) mecânica, 3 voltas, 10,6 m (diâmetro de giro) mecânica, 2,6 voltas entre batentes, 10 m (diâmetro de giro)
Rodas e pneus 165/70 R14 175/70 R14 165/70 R13
Dimensões compr., 369 cm, larg., 158,6 cm; alt., 147,4; entre-eixos, 242,3 cm. Porta-malas, 290 l; tanque, 38 l; peso, 786 kg; peso/potência, 11,2/11,9 kg/cv; peso/torque, 80,2/83,6 kg/mkgf compr., 368,9 cm, larg., 164,5 cm; alt., 150,4; entre-eixos, 242,1 cm. Porta-malas, 285 l; tanque, 50 l; peso, 922 kg; peso/potência, 11,2/12,3 kg/cv; peso/torque, 88,6/95,1 kg/mkgf compr., 356,6 cm, larg., 163,3 cm; alt., 150; entre-eixos, 230,5 cm. Porta-malas, 215 l; tanque, 47 l; peso, 946 kg; peso/potência, 12,6/12,9 kg/cv; peso/torque, 95,6/99,6 kg/mkgf

 

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