BYD Han estreia no Brasil por R$ 539.990 de olho no Porsche Taycan
Sedã elétrico estreia no Brasil assumindo-se como um carro de nicho. Sua missão: mostrar ao brasileiro o que a China é capaz de fazer
Dias depois de entregar as primeiras unidades do SUV Tan aos compradores brasileiros, a BYD está lançando no Brasil o Han, seu sedã elétrico com autonomia de até 500 km em ciclo NEDC.
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Com preço de R$ 539.990 para o primeiro lote (que a fabricante espera que dure, no máximo, 15 dia), o BYD Han tem uma missão quase diplomática: mostrar tudo o que a fabricante chinesa (e a China) é capaz de fazer.
A lista de modelos que a BYD enxerga como possíveis rivais vai do Mercedes-AMG CLA 45 (que nem híbrido é e custa R$ 547.000) ao Porsche Taycan (R$ 615.000). É audacioso, mas revela como o Han é mais barato que alguns carros a combustão menores.
O BYD Han tem o porte de um Audi A7. Tem 4,98 m de comprimento e 2,92 m de entre eixos. O visual, porém, não é de um cupê de quatro portas. É um sedã com três volumes bem definidos. As lanternas de led interligadas e arestas bem definidas no para-choque chamam a atenção.
Não há cromados na carroceria, mas detalhes prateados na base das portas e na estrutura dos retrovisores, e a moldura dos vidros laterais é toda de alumínio escovado.
Na frente, em vez de grade ou de um para-choque sem abertura, tem uma barra prateada com barra de leds por baixo que integram os faróis full-led estreitinhos, com leds azuis que acendem junto com as DRL.
O painel não é exatamente igual ao do Tan, pois tem sua própria faixa central e saídas de ar laterais. Tem superfícies de toque macio com costuras, nas portas e no painel, que ainda tem partes retroiluminadas pelas luzes ambiente configuráveis.
No console, um bom porta-objetos sob as saídas de ar centrais, botões de acesso rápido às funções do carro ao redor da alavanca seletora de marcha, um carregador sem fio para smartphones e o apoio de braços com um grande compartimento dentro. Por sinal, há opção de acabamento interno vermelho ou marrom.
A qualidade do quadro de instrumentos digital salta aos olhos, tanto pela definição quanto pelo contraste e pela profundidade da cor preta. A central multimídia parece saída de um bom notebook, tanto pelas dimensões (são 15,6 polegadas) quanto pela qualidade da imagem.
Contudo, em vez de se fechar, a tela rotaciona em 90° para uma exibição vertical. O movimento é automático, acionado por botões na tela e no volante. Outro detalhe é que, por enquanto, para ter Android Auto e Apple Carplay é necessário ter um aparelho emulador que vai conectado ao USB, e será fornecido como acessório.
O grande talento do BYD Han é proporcionar o máximo de conforto a quem viaja nos bancos traseiros. Há ajustes elétricos para os encostos dos dois lados, mas só no direito é possível afastar o banco da frente e liberar espaço para as pernas, tanto por botões quanto por uma tela sensível ao toque instalada no apoio de braço retrátil.
Essa tela comanda tudo: cor da iluminação interna, abertura do teto solar, as duas zonas de temperatura traseiras, o aquecimento e a ventilação dos bancos de trás e até a música ou o tipo de mídia em reprodução. Só faltam persianas elétricas para poder ser comparado aos grandes sedãs Lexus, Genesis ou Mercedes.
O BYD Han é um carro elétrico com dois motores. O motor dianteiro tem 222 cv e o traseiro 272 cv, somando 494 cv e 69,4 kgfm. A bateria de 76,9 kWh garante autonomia de 500 km em ciclo NEDC. Com 2.170 kg, cravou 0 a 100 km/h em 4,3 s em nossa pista. A fabricante declara 3,9 s, que inclusive aparecem em logotipos na traseira.
Apesar de ser rápido, de fazer os passageiros grudarem no banco nas acelerações em modo Sport, o Han tem rodar confortável, fazendo jus à sua proposta. A carroceria inclina as curvas, mas tem toda a aderência proporcionada pelas baterias instaladas no assoalho.
Os freios Brembo são importantes, pois não tem frenagem regenerativa forte para dispensar o uso do pedal de freio: mesmo no modo de regeneração da energia máxima, demora para parar. Também não têm amortecedores ajustáveis ou molas pneumáticas. Ou seja, é possível dirigir o Han como se fosse um carro normal. Mas é elétrico, surpreendentemente requintado e tem design de torcer pescoços. A China conseguiu.
Teste – BYD HanAceleração |
Ficha Técnica – BYD HanMotores: dois, elétricos síncronos permanentes, 222 cv e 33,6 kgfm (diant.) e 272 cv e 35,7 kgfm (tras.) |
Fotos do BYD Han