SV Unico: como é o esportivo brasileiro de R$ 1,5 mi que poderá rodar nas ruas
Monoposto desenhado por Adhemar Cabral e fabricado pela empresa Super Veloce está no Salão do Automóvel e pode ser customizado da carroceria à motorização
Se a Lecar ainda é um “sonho distante” de se tornar realidade, outra empresa brasileira chama atenção no Salão do Automóvel de São Paulo 2025 com um produto real. Trata-se da Super Veloce, com o seu monoposto chamado Unico – assim mesmo, sem acento. Além de ser um superesportivo para entusiastas da velocidade rodarem nas pistas, ele está em processo de homologação para as ruas.
O modelo nasceu das mãos do designer Adhemar Cabral e do CEO da Super Veloce, Rafael Espindola. Cabral é conhecido mundialmente por produzir réplicas de Fórmula 1 e tem em seu portfólio um “Batmóvel”, adquirido recentemente pelo jogador Neymar.
Projeto do Unico
A ideia começou depois da fundação da marca Super Veloce, em 2021, por Rafael Espíndola, que já trabalhava com encontros de proprietários de Ferrari e Lamborghini desde 2017. O empresário, que já foi embaixador da Lamborghini no Brasil, decidiu criar uma marca autoral que unisse estilo de vida, com experiências e produtos para pilotos (roupas e acessórios).
Espindola, então, partiu para a criação de um monoposto que seria comercializado para esse público que tinha conquistado. A partir daí nasceu o Unico, dsenvolvido no Brasil durante os últimos dois anos, com perfil aerodinâmico elaborado após estudos em túnel de vento. O supercarro é fabricado em uma unidade industrial instalada na Zona Sul de São Paulo com peças de outros fornecedores espalhados pelo país, como no Sul – a Super Veloce não revela quais são os seus parceiros por questões estratégicas.
“Esse carro é inteiro de fibra de carbono, customizado de acordo com o que o [primeiro] proprietário quis. Então, tudo que você está vendo aqui foi validado com ele… A gente comprou uma bobina de carbono na mesma fabricante que é da Pagani. A gente trouxe esse material do exterior e essa técnica é usada por um fornecedor nosso. A gente trouxe vários parceiros para participar desse projeto”, afirma Marceu Perroni, diretor e sócio da Super Veloce.
Até a publicação desta matéria, três unidades foram vendidas. A ideia dos donos da Super Veloce é produzir de três a cinco unidades por ano. Seguindo as marcas de luxo, o produto pode ser customizado, quanto ao material da carroceria, detalhes, pneus e motorização, para citar. A proposta é que o carro seja único, como o próprio nome indica. Para adquiri-lo, os interessados deverão desembolsar pelo menos R$ 1,5 milhão, mas o valor pode ir além, dependendo da personalização.
Como é o monoposto?
A proposta do design não é apenas para ser exclusiva, mas também funcional. Seu desenho existe para ter funções definidas, seja na melhoria do arrasto aerodinâmico, na captação de ar para o sistema de arrefecimento do motor ou na geração de downforce, como explicam os donos da SV.
O Unico é montado com um chassi tubular de aço-carbono, mas pode ser encomendado em cromo-molibdênio (conjunto ligeiramente mais rígido) e carroceria confeccionada em fibra de carbono, por exemplo – nessa configuração, inclusive, ela pesa 40 kg. O carro completo tem entre 650 kg e 750 kg.
O monoposto foi desenvolvido para entregar a sensação de um Fórmula, sendo que ele é comparável com um Fórmula 4, só que mais potente. O Unico tem um motor traseiro da Ford, disposto de forma transversal.
A versão em exibição no Salão do Automóvel recebeu um 2.0 Ecoboost, um motor Ford de quatro cilindros com turbo e intercooler, que teve sua potência elevada para 360 cv a 6.200 rpm e tem torque de 42 kgfm a 3.400 giros, com ECU especialmente desenvolvida pela Motronix e gerenciamento eletrônico da Protune. Devido à carroceria majoritariamente em fibra de carbono, a relação peso-potência do Unico é de quase 2 kg/cv. Ele acelera de 0 a 100 km/h em 4,5 segundos e ultrapassa os 270 km/h. Como opção, a Super Veloce oferece também motores V6, aspirado ou biturbo.
Outras opções de motores:
- V6 3.5 aspirado (310 cv/34 kgfm)
- V6 ST 2.7 biturbo (380 cv/54 kgfm)
- V6 3.6 biturbo (440 cv/61 kgfm)
O conjunto está associado ao câmbio Powershift de trocas sequenciais por paddles no volante, mas que pode ser substituído por outro das marcas Hewland ou Sadev, ambos também sequencias de seis marchas.
A suspensão dianteira, por sua vez, é constituída de triângulos inferiores e superiores (idêntica aos Fórmula), ou duplo A, e a traseira é multilink. O modelo adota freios Brembro com pinças de quatro pistões e discos de 380 mm de diâmetro nas rodas dianteiras e 280 mm nas traseiras.
Com rodas Apex de 18 polegadas no aro (tala 9 à frente e 10 atrás), o monoposto é calçado por pneus semi slick Yokohama A052 235/40 R18 e 295/35 R18, respectivamente.
Há ainda asa móvel traseira, acionada eletricamente pelo piloto, enquanto o painel de instrumentos é da Dasch Evo5 Protune, com função sensível ao toque.
“Esse carro inclusive vai passar por um processo de customização nos nossos parceiros para colocar faixas douradas, que é o que o proprietário quer. E a numeração dele também. O banco é tirado o molde do proprietário para ser feito”, ressalta Perroni.
A Super Veloce afirma que demora entre 12 a 18 meses para um monoposto como esse ficar pronto. A ideia é, mesmo, não ter escala de produção para manter a exclusividade.
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