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Semáforos controlados por carros autônomos podem melhorar o trânsito

Pesquisa de uma universidade americana implementou a "luz branca", que indica o controle de semáforos por veículos autônomos

Por João Vitor Ferreira
10 fev 2023, 17h26
semáforo
 (Stefano Meneghetti/Flickr)
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Desde criança, aprendemos a mais básica de todas as regras do trânsito: o sinal verde é para seguir; o vermelho é pare; o amarelo, atenção. Embora essa regra exista desde 1920, quando o primeiro semáforo de três fases foi instalado nos Estados Unidos, as novas tecnologias podem fazer com que os faróis de trânsito ganhem uma cor a mais.

Pesquisadores da Universidade Estadual da Carolina do Norte, nos EUA, estão propondo uma “luz branca”, que seria ativada quando um grande número de veículos autônomos se aproximasse do cruzamento. Basicamente, ela significa “siga o carro da frente”, ou seja, se ele parar, você para; se ele atravessar o cruzamento, você também atravessa.

Isso porque a proposta dos pesquisadores é criar um sistema de sinalização controlado pelos próprios veículos autônomos. Com a tecnologia encontrada nos carros atuais, seria fácil para que eles se comunicassem entre si e com os semáforos.

Desse modo, os computadores seriam capazes de gerir o trânsito de uma maneira muito mais efetiva do que os temporizadores comuns ou até mesmo os sistemas inteligentes que já são usados em alguns semáforos.

“O conceito de fase branca também incorpora um novo sinal de trânsito, para que os motoristas humanos saibam o que devem fazer. Luzes vermelhas ainda significarão pare. Luzes verdes ainda significam ir. E as luzes brancas dirão aos motoristas humanos para simplesmente seguirem o carro à sua frente”, explica Ali Hajbabaie, um dos autores da pesquisa.

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Tesla Model 3
Na pesquisa, os sistemas autonomos, como o Auto Pilot da Tesla, se comunicam entre si e são capazes de controlar o semáforo e o fluxo do trânsito com maior eficiência (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Os testes do sistema foram feitos em simuladores bem complexos. Eles são criados para replicar o tráfego do mundo real, conseguindo copiar até mesmo comportamentos individuais dos motoristas. Através das simulações, os pesquisadores conseguiram comparar a situação do trânsito em cruzamentos operados por semáforos convencionais com o aqueles controlados pelos próprios carros autônomos.

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O resultado foi não apenas uma redução no tempo de espera dos motoristas, como também no consumo de combustível, justamente por diminuir os momentos de anda e para. Além disso, os resultados se mostraram melhores à medida que mais veículos autônomos eram colocados na simulação.

“Mesmo que apenas 10% dos veículos em uma interseção de fase branca sejam autônomos, você ainda vê menos atrasos. Por exemplo, quando 10% dos veículos são autônomos, você vê os atrasos reduzidos em 3%. Quando 30% dos veículos são autônomos, os atrasos são reduzidos em 10,7%”, explicou Hajbabaie.

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A implementação de um sistema como esse ainda deverá demorar para acontecer. Sem contar o fato da adaptação dos semáforos para serem controlados pelos carros, os próprios veículos autônomos ainda não estão prontos para adotar o novo sistema.

Por outro lado, Hajbabaie comenta que essa é uma boa oportunidade para aperfeiçoar a “fase branca”. Segundo ele, seus conceitos podem ser aplicados em outras áreas, que servirão como um teste até que seja possível implementá-la nas ruas.

Drive Pilot Mercedes
Porém, de acordo com os pesquisadores, ainda levaria um tempo até que os sistemas autônomos e os semáforos ficassem aptos para receber a chamada quarta luz de sinalização (Divulgação/Mercedes-Benz)
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Um exemplo que ele dá é o caso do tráfego portuário. Diversos veículos comerciais que chegam pelos portos já têm sistemas autônomos. Ao usar o conceito da “fase branca” nesses veículos, todo o fluxo dos cargueiros poderia ser controlado de maneira mais efetiva pelos próprios sistemas de computador dos carros.

“Os veículos comerciais parecem ter taxas mais altas de adoção de veículos autônomos, portanto, pode haver uma oportunidade de implementar um projeto piloto nesse cenário que possa beneficiar o tráfego portuário e o transporte comercial”, disse Hajbabaie.

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