Rival da Fiat Toro: Chevrolet confirma produção de picape inédita
Picape marcaria a estreia da Chevrolet no segmento das intermediárias, junto com Toro, Oroch e Tarok; produção será em São Caetano do Sul (SP)
Fiat Toro, Renault Oroch e a futura VW Tarok terão mais uma concorrente. A General Motors anunciou nesta segunda-feira (10) que fabricará uma picape inédita na fábrica de São Caetano do Sul (SP).
A fabricante deixou claro que a nova picape será complementar na gama de modelos da Chevrolet e que, nas palavras do presidente da GM América do Sul, Carlos Zarlenga, “vai estrear um conceito completamente inovador para a marca no segmento de veículos utilitários”.
Ou seja, não se trata de uma substituta para a S10, nem para a compacta Montana, com fim de produção iminente. A própria fabricante trata a S10 como um produto estratégico e descarta a Montana.
Seria justamente uma picape intermediária e com cabine dupla, um conceito que deu muito certo para a Fiat Toro, não tão certo para a Renault Oroch e que mesmo assim despertou o interesse da Volkseagen, que pretende retomar o projeto da picape Tarok com um novo ciclo de investimentos.
Neste caso, o desenvolvimento e lançamento da nova picape da Chevrolet faz parte do ciclo de investimento de R$ 10 bilhões que será aplicado até meados da década.
A nova picape já está em desenvolvimento e, de acordo com a GM, será parte da família de carros globais da Chevrolet, junto com Onix, Onix Plus e Tracker. Ou seja, todos carros baseados na plataforma GEM.
O Tracker, inclusive, é produzido em São Caetano do Sul (SP) e a fabricante adianta que a adaptação da linha de montagem para receber a nova picape será feita em etapas para minimizar os impactos na produtividade do complexo. A primeira fase dos trabalhos começa nas próximas semanas.
Por outro lado, a Chevrolet também adapta sua fábrica em Rosário, na Argentina, para produzir 5.000 unidades do Tracker por mês para complementar a produção do SUV compacto. É um número grande para a Argentina, mas pouco para abastecer apenas o Brasil, onde a média de vendas em 2021, até abril, foi de 5.355 unidades/mês com pico de 6.410 carros em março. Hoje a fábrica argentina produz o Cruze no ritmo de 1.500 unidades/mês.
A intenção da fabricante norte-americana é tornar seu SUV compacto líder de vendas do segmento no Brasil e na Argentina, desbancando o Volkswagen T-Cross, que conquistou essa posição em 2020. Mas sem deixar que tamanha demanda atrapalhe o potencial da nova picape.
Cabine dupla e motor turbo
A picape inédita vai muito além da intenção de substituir a velha Montana. Por aqui, será o maior modelo baseado na plataforma GEM, com aumento significativo do entre-eixos, chegando aos 2,80 m (o Tracker tem 2,57 m), e ganho discreto na largura.
Apesar de se posicionar em uma faixa de preço superior à da atual Montana, sua chegada deve pôr fim à produção da irmã menor com 10 anos de mercado. A GM decidiu abandonar esse segmento, plenamente dominado pelas rivais Fiat Strada e VW Saveiro. A Montana, inclusive, deixou de ser vendida na Argentina recentemente.
Algumas características ajudarão a reduzir seu preço. A suspensão traseira será por eixo de torção, em vez de um conjunto independente multilink como há na Fiat Toro e até na esquecida Renault Oroch. Isso porque a plataforma GEM não prevê tração 4×4 ou integral – que na picape Renault existe apenas para exportação.
O motor 1.2 Turbo de 132 cv, hoje presente apenas na versão topo de linha do Tracker, será padrão na picape. Ela também será produzida na fábrica de São Caetano do Sul (SP) de forma a complementar a produção argentina.