Assine QUATRO RODAS por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Pés no chão

A bota é fundamental para a segurança e boa pilotagem

Por Edu Zampieri
Atualizado em 9 nov 2016, 11h58 - Publicado em 18 jul 2012, 17h22
Pés no chão

Os equipamentos de segurança para motociclistas evoluem constantemente. A vedete da segurança sobre motos é o capacete. Talvez seja o equipamento que mais salva vidas, mas a mais visível proteção está longe de ser a única. Outros equipamentos são tão importantes e obrigatórios quanto o capacete, caso de vestimentas, luvas e botas. Os calçados específicos para motociclistas são nosso objeto de atenção desta vez.

Ao garantir a proteção contra lesões nos dedos do pé (artelhos) e nas juntas, como o tornozelo, as botas devem oferecer resistência contra abrasão. Os pés são o ponto de contato com o solo e o apoio do motociclista, atuando na pilotagem como elementos de transposição de peso.

630_bota_tx.jpg

As botas também facilitam as manobras, não só no fora de estrada, em que são fundamentais, mas também nas pistas de velocidade, ruas e estradas.

O desafio de construir uma bota off-road pode ser tão meticuloso e desafiador quanto o projeto de um capacete eficiente. Ela tem de ser resistente e leve. Rígida para não permitir torções, porém sem limitar os movimentos dos pés, e oferecer conforto sem tirar a sensibilidade, crucial, por exemplo, para dosar as frenagens da traseira. Os pés de um piloto, diferentemente dos de um viajante, nem sempre repousam com a sola sobre as pedaleiras. Além de se movimentar mais e suportar até saltos, também devem trocar de marchas e frear com maior frequência e intensidade.

No fim da década 60, quando o motociclismo esportivo se popularizou, surgiram muitas empresas especializadas na fabricação de botas especiais. Algumas delas já faziam sapatilhas de ciclismo ou sapatos de montanhismo, quase todas europeias.

Continua após a publicidade

As botas de motocross e trilhas começaram por perder o cadarço, passível de enrosco – além, é claro, de darem um tremendo trabalho para colocar e retirar. Uma bota de competição tem que ter um sistema rápido e fácil de abertura e fechamento, até para não cansar o piloto. O calcanhar, os dedos e a canela logo receberam reforços de plástico rígido, costurados no couro, também resistente e espesso.

No off-road, pedras e troncos fazem parte do caminho. As pontas dos pés e os ossos finos dos artelhos são áreas críticas em impactos. Uma biqueira de aço passou a ser instalada na extremidade das botas. Esse reforço metálico tem dupla função: serve também para finalizar a costura e o acabamento das várias camadas de solas, deixando assim uma boa distância entre o solo e os pés do piloto. Claro, também protege os dedos dos pés.

Com o passar dos anos, couro, borracha e plásticos foram dando espaço a materiais tecnicamente mais sofisticados. Botas de cross modernas contam com estrutura torcional de carbono, gel amortecedor costurado internamente e sistema “pump”, que infla a região da canela, ajustando o cano da bota e oferecendo amortecimento com flexibilidade. O peso também faz diferença. Uma bota de cross simples pode chegar a pesar até 1,5 kg a mais que uma versão topo de linha para velocidade.

Motovelocidade

Se o peso é importante para as botas de cross, ele é ainda mais determinante quando esses equipamentos são destinados ao uso em pistas de motovelocidade. Assim, todas as partes metálicas, antes de chapa de ferro, passaram a ser feitas de titânio (metal mais duro e muito mais leve), como no caso dos raspadores do osso metatarso (a parte externa central) e do calcanhar. Acredite: antes dos raspadores metálicos para a região do metatarso, muitos pilotos terminavam as provas com os dedinhos sangrando, em carne viva. Mesmo sem cair, claro, pois raspar a porção externa das botas no asfalto também é parte dos procedimentos de pilotagem de competição. A vida dos protetores de plástico para essa região foi efêmera, pois eles precisavam ser continuamente repostos.

Além disso, nas botas de velocidade, o couro bovino deu lugar a tecidos sintéticos ultrarresistentes ou à pele de canguru, mais elástica e leve e igualmente resistente à abrasão – também muito usada nos macacões profissionais. Talas torcionais desenhadas por ortopedistas são acopladas externa ou internamente. O grande desafio é fazer com que os pés não ultrapassem ângulos de abertura do tornozelo que causariam lesões, mas que tenham flexibilidade suficiente para se movimentar nas rápidas trocas de marchas e frenagens.

Continua após a publicidade

Uma bota à moda antiga, cheia de partes duras e talas rígidas, pode incomodar o piloto depois de algumas voltas, causando desconforto e perda de concentração. E o conforto, aqui, portanto, também é fator de competitividade.

O solado, além de ser aderente para não deixar os pés escaparem das pedaleiras, deve reduzir a chegada de vibrações ao piloto. Há no mercado uma bota que conta com um sistema de gel e espuma moldável. Uma vez calçada, ajusta-se e “memoriza” a forma do pé do piloto, adaptando-se da melhor maneira possível.

Para os motociclistas “normais” (existe algum?), que frequentam ruas e estradas, a grande evolução nas botas está nos sistemas impermeáveis, capazes de manter os pés sempre sequinhos, mesmo sob chuva. O conhecido e caro tecido GoreTex é uma espécie de membrana que não deixa a água entrar, mas que permite extrair a umidade e transpiração, uma dádiva em temperaturas baixas.

Em uma motocicleta, seja lá qual for a proposta de utilização, o piloto sempre estará sujeito a intempéries e, eventualmente, aos indesejados tombos. No esporte profissional, as quedas não só são inevitáveis como fazem parte do jogo, principalmente quando há a busca de melhor performance. Se sua moto tem um monte de tecnologia moderna, por que deixar seus pés protegidos por um equipamento ultrapassado?

630_bota_tx2.jpg
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Quatro Rodas impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.