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Perfil: Toni Bianco, nosso último construtor artesanal

Aos 86 anos, o célebre projetista Toni Bianco cria mais um carro. Agora em casa e usando chapas de alumínio e um martelo

Por Fábio Paiva
Atualizado em 23 mar 2018, 17h01 - Publicado em 15 ago 2017, 18h11
Toni com a Bruna, que está sendo legalizado para andar nas ruas
Toni com a Bruna, que está sendo legalizado para andar nas ruas (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)

O ofício de serralheiro – aquele que trabalha com metal – pode parecer algo sem glamour. Mas Toni Bianco gosta de provar o contrário.

Aos 86 anos, 60 dedicados ao ofício de “bater o martelo” e “soldar alumínio”, como costuma dizer, ele é parte viva da história automotiva brasileira.

Enquanto muitos nessa idade pararam de trabalhar para curtir os netos, ele continua mais ativo do que nunca, apesar de longe dos holofotes.

É nesta apertada garagem que a mágica acontece
É nesta apertada garagem que a mágica acontece (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)

Nos últimos dez anos, produziu veículos por encomenda para colecionadores, como carros de corrida e até uma réplica do Carcará, recordista de velocidade brasileiro em 1966.

Seu mais recente projeto, feito na pequena garagem no fundo de casa, com ferramentas básicas, ficou pronto em maio. É o Bruna, um roadster inspirado no Bugatti Veyron. “Levei dois anos, trabalhando sozinho, em média oito horas por dia”, conta Toni.

Painel e volante do Hyundai i30 primeira geração
Painel e volante do Hyundai i30 primeira geração (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)

O chassi é tubular, como nos seus antigos carros de corrida. A mecânica veio de um Hyundai i30 2.0, adaptada para tração traseira e motor central. O radiador é dianteiro, resfriado pelas entradas de ar frontais. Já o ar para o sistema de alimentação do motor vem das entradas laterais, atrás das portas.

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Com apenas 850 kg e 3,80 metros, ganhou suspensão de corrida na frente, utilizada em alguns de seus bólidos anteriores, e McPherson atrás (ou seja: trata-se na verdade do eixo dianteiro do i30, em posição invertida). A carroceria é a parte mais artesanal: é de chapas de alumínio, unidas pela solda e moldadas só pelo trabalho no martelo.

Na porta de casa, ele já é um sucesso
O enorme para-brisa veio de um Peugeot 208 Cabriolet (Claudio Larangeira/Quatro Rodas)

Batizado com o nome da neta de 21 anos que adora carro, o Bruna bebe da fonte de suas famosas criações, como Bianco S, Dardo ou a pioneira minivan Futura, de sete lugares.

No Bruna, apesar de artesanal, tudo funciona bem como em qualquer carro de produção em série. O nome é homenagem à neta
No Bruna, apesar de artesanal, tudo funciona bem como em qualquer carro de produção em série. O nome é homenagem à neta (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)

Todas feitas pelas mãos que já receberam vários prêmios, um deles entregue em 1970 pelo fundador da Lotus, Colin Chapman, e outro, recente, concedido pela Ferrari.

Apesar de o carro ser só para uso pessoal, Toni se diz aberto a criar uma pequena linha de montagem se houver interesse. E não para por aí. “Já tenho outro projeto em mente”, diz ele sobre a ideia de um cupê com porta asa de gaivota e motor de Fusion.

A miniatura revela qual é o próximo projeto de Toni
A miniatura revela qual é o próximo projeto de Toni (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)

As grandes criações de Toni

1962: FÓRMULA JÚNIOR

(Toni Bianco/Divulgação)

Feito em conjunto com Chico Landi (esq.), Luis Greco e Eugenio Martins, o Fórmula Jr. serviu de base para seus futuros carros.

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1970: FÚRIA

(Toni Bianco/Divulgação)

Com chassi tubular que pesava só 42 kg e diversas motorizações, o carro venceu muitas corridas e lhe rendeu vários prêmios.

1971: FÚRIA GT

Fúria GT

Com coautoria de Vittorio Massari, executivo da FNM, tinha mecânica de Alfa e um estilo cupê 2+2, mas nunca passou do protótipo. Leia mais sobre ele clicando aqui.

1976: BIANCO S

bianco

Usando motor de Fusca, a versão de rua do Fúria foi apresentada no Salão do Automóvel, onde surpreendeu ao vender 350 unidades. Lá fora, é considerado um dos carros brasileiros mais belos de todos os tempos.

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1976: DARDO F-1.3

Dardo F-1.3

Clone do italiano Fiat X 1/9, trazia chassi desenvolvido por Toni, carroceria de fibra e mecânica do brasileiríssimo 147 Rallye. Já fizemos um Grandes Brasileiros com ele.

1990: GRANCAR FUTURA

(Toni Bianco/Divulgação)

Quase uma cópia da Renault Space, de 1984, ela tinha mecânica VW AP e brigava de igual para igual com a importada Chevrolet Lumina. Também já publicamos um Grandes Brasileiros a seu respeito.

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