Pela primeira vez na história, o carro mais vendido da Europa foi um elétrico. Mais do que isso, também foi o primeiro carro produzido fora do continente europeu esta alcançar a posição. O feito foi conquistado pela Tesla com o Model 3, que ficou à frente, no último mês de setembro, de modelos tradicionalmente líderes, como Renault Clio e Volkswagen Golf.
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De acordo com números da consultoria Jato Dynamics, o Model 3 viu suas vendas crescerem 58% em setembro deste ano quando comparadas ao mesmo mês do ano passado, representando 24.591 unidades vendidas. O número é quase 26% maior do que o do segundo colocado, o Renault Clio, que emplacou 18.264 unidades em uma queda de 23% em relação a setembro de 2020.
Até a décima colocação, além do Tesla, apenas o Hyundai Tucson teve aumento nas vendas, com 40% de acréscimo. Todos os demais registraram queda em relação ao mesmo período do ano passado, sendo o Volkswagen Golf o mais prejudicado, com 39% a menos. O hatch alemão ficou em quarto lugar, com 17.507 unidades vendidas em toda a Europa, logo atrás do Dacia Sandero, com 17.988.
Segundo a Bloomberg, as vendas de veículos elétricos e híbridos representaram 23% das vendas de automóveis na Europa em setembro, praticamente o dobro da proporção no período em 2020 — isso mesmo com uma retração de 25% das vendas gerais no continente, como efeito da crise dos semicondutores. Ou seja, mesmo com o mercado em queda, o segmento dos elétricos ganha força.
Entre os modelos elétricos, a Tesla conquistou, além da liderança, também o segundo lugar com o SUV Model Y. Em seguida, estão o Volkswagen ID.3 (que deve chegar em breve ao Brasil) e o Renault Zoe, este com queda de 40% nos resultados.
Tesla de aluguel
Nesta segunda-feira (25), a Hertz, locadora de veículos, anunciou um pedido de 100.000 unidades do Model 3, todos em suas configurações mais equipadas, para eletrificar sua frota de aluguel. Os veículos serão entregues durante os próximos 14 meses, mas já estarão disponíveis a partir de novembro nos Estados Unidos e em alguns locais da Europa.
A locadora já constrói sua própria infraestrutura para recarga, com 3.000 estações de recarga da Hertz, mesmo que seus clientes tenham livre acesso à rede da própria Tesla. Para a Bloomberg, a quantidade adquirida por cerca de US$ 4,2 bilhões (R$ 23,5 bilhões em conversão direta) é suficiente para bloquear aproximadamente um décimo da capacidade produtiva anual da Tesla, impedindo assim que as locadoras concorrentes copiem a estratégia.