O que o VW Nivus tem em comum com Fox, Meriva e EcoSport
Desenvolvido a partir da plataforma global MQB, o Nivus é o primeiro SUV da VW no Brasil, e o segundo da marca no mercado mundial
A VW anunciou o novo Nivus (que chega às lojas no segundo trimestre de 2020) como seu primeiro carro projetado no Brasil que também será produzido na Europa.
Derivado da plataforma global MQB, do Polo (com 2,56 m de distância entre-eixos), o novo SUV cupê foi desenvolvido inteiramente no Brasil desde o projeto até a validação, passando pelas diversas fases de engenharia e experimentação.
Além da fábrica de São Bernardo (SP), o Nivus será produzido também na unidade da VW em Navarra, Espanha, onde já é feito o Polo europeu.
O Nivus será o segundo SUV cupê de produção da VW. No China, já é vendido o grandalhão Teramont X, apresentado recentemente nos Estados Unidos como Atlas Cross Sport.
O desenvolvimento do Nivus levou menos tempo do que o normalmente necessário para um modelo novo.
Em parte, porque já existia a arquitetura do Polo, mas também porque a VW do Brasil se equipou com o que há de mais moderno em termos de desenvolvimento virtual.
Os computadores tornam possíveis ensaios e simulações que antes só aconteciam com protótipos físicos.
Para fazer o Nivus, a VW precisou não só dessas ferramentas, mas também de capacitação e isso a filial brasileira levou anos para adquirir.
A VW do Brasil tem uma longa história de desenvolvimento que começou com a criação de modelos feitos para o mercado nacional (que acabaram sendo exportados para diversos países), como o SP2 (1972-1976) e a Brasília (1973-1982), por exemplo.
Existiram também Voyage e Parati, sedã e perua derivados do Gol, que praticamente foram reconstruídos para serem vendidos nos mercados norte-americanos (Estados Unidos e Canadá), rebatizados de Fox e Fox SW, entre os anos de 1987 e 1993.
E finalmente o Fox (projeto Tupi), derivado do Polo PQ24, lançado em 2003, que foi fabricado também na Argentina, e vendido na Europa.
Do Nivus para esses ancestrais existe uma longa distância. Enquanto Fox e Cia., eram carros que competiam em mercados menos exigentes ou em segmentos de entrada, quando vendidos no primeiro mundo, o Nivus chega pela porta da frente e sem fazer concessões, com o mesmo nível de tecnologia, segurança e conectividade.
Outras filiais também se aventuraram lá fora
A VW do Brasil não é a única filial entre as marcas instaladas no Brasil a desenvolver projetos para o estrangeiro.
Considerando as quatro marcas que produziam no país, quando o mercado era fechado, Chevrolet e Ford têm pelo menos um modelo nascido aqui com visto permanente para o primeiro mundo.
No caso da Chevrolet, foi a minivan Meriva (2003-2012) criada no Brasil, em parceria com a Opel.
E no caso da Ford, o SUV EcoSport, desenvolvido somente pela Ford do Brasil, na primeira geração, e pela Ford do Brasil integrando do processo global da companhia, na segunda geração.
A Meriva era derivada da plataforma do Corsa e o Ecosport surgiu da base do Fiesta/Fusion (não confundir com o sedã) europeus.
A Fiat tem a picape Toro com características e planos globais, mas com uma carreira internacional que ainda não decolou.
E o hatch Palio que foi produzido e vendido em diversos mercados do mundo (junto com a picape Strada e a perua Weekend), mas que é um projeto italiano, em que os brasileiros tiveram participação discreta.