Novo BYD Tan chega ao Brasil; veja como é a importação de um carro
Após desembarcarem no Brasil, os carros começam a passar por um processo de tropicalização que só será concluído na concessionária
Foi quase um unboxing. Quando os containers foram abertos, quem estava lá dentro era o novo BYD Tan, que será lançado no Brasil em abril e ninguém esperava ver por enquanto. Com visual renovado, bateria maior e novos equipamentos, conforme adiantamos, o maior SUV da BYD ajudou a mostrar um dos métodos de importação de carros do Brasil.
Existem navios especializados no transporte de carros, os chamados RoRo — em inglês, “Roll in, Roll Out”. A própria BYD tem o seu, o Explorer N°1 que, inclusive, está previsto para aportar no Brasil pela primeira vez em maio. Mas a demanda por importação de carros da China pra o Brasil é tamanha que é necessário usar outras estratégias de logística.
Os carros também podem ser transportados em pranchas empilháveis ou mesmo dentro de containers, como foi feito com os Tan 2024.
Acompanhamos essa operação no porto seco da BYD em Cariacica (ES). Cabem dois BYD Tan dentro de cada container. Eles são fixados em pranchas independentes, que são arrastadas para fora com uma pequena empilhadeira. Ajuda o fato de as pranchas terem pequenas rodas. Se fosse Dolphin, caberiam três carros. No caso do Dolphin Mini, cabem quatro carros montados em plataformas inclinadas, para otimizar o espaço.
Os carros, então, são liberados da plataforma e enfileirados no pátio para aguardar o processo de tropicalização. Até este processo, a traseira exibe o nome usado no resto do mundo: Tang.
A tropicalização é feita em outra área do pátio da GDL, parceira da BYD nesse processo logístico. É lá onde retiram o “G” do nome para virar “Tan”, inspecionam o carro, trocam todos os adesivos em inglês por outros em português, mudam a língua na central multimídia, montam os suportes de placas e colocam os manuais no porta-luvas. Esse processo é feito em uma espécie de linha de montagem e dura cerca de 16 minutos por carro.
Os carros aprovados seguem para o pátio para aguardar o embarque nos caminhões cegonha. Os com algum tipo de avaria podem ser reparados em uma oficina isolada no local ou aguardam outra destinação.
No caso do Dolphin Mini, o emblema com nome do carro (que se chama Seagull na China) é aplicado com gabarito já no pátio, para não atrasar o processo. Na verdade, o carro só ficará pronto na concessionária, onde os limpadores provisórios serão trocados pelos definitivos, os kits de reparo dos pneus receberão uma bolsa e os tapetes serão instalados. Uma curiosidade: o wallbox de 7 kW vem em uma caixa dentro do porta-malas do carro.
O processo de inspeção, de tirar e colocar adesivos e de preparar o carro pode parecer demorado, mas na prática é mais rápido do que o embarque dos carros em cegonha.
Como é o novo BYD Tan 2024?
A dianteira do BYD Tan estreia uma evolução do estilo “dragon face”, que troca a grade dianteira (agora restrita às versões híbridas do modelo) por uma frente fechada, com uma pequena tomada de ar definida por uma nova barra prateada que atravessa a frente de ponta a ponta. O para-choque traseiro muda e as rodas aro 21 têm novo desenho.
A cabine mantém o mesmo estilo, com cores de acabamento que variam de acordo com o mercado, e o volante tem nova parte central com o logotipo em relevo. Continua com quadro de instrumentos digital de 12,3 polegadas e tela de 15,6 polegadas giratória para a central de multimídia, mas com o sistema DiLink 4.0, com conectividade 5G, além dos sistemas autônomos DiPilot e dos 12 airbags.
O novo BYD Tan também pode estrear no Brasil a suspensão adaptativa DiSus-C, com ajuste eletrônico dos amortecedores de acordo com o modo de condução. É mais avançado do que os amortecedores convencionais que equipam o modelo antigo.
O que pode muda significativamente é a bateria. Sua capacidade aumentará dos autuais 86 kWh para 108 kWh, com potência de recarga em DC que passa dos 110 kW para os 140 kW. Assim a recarga de 30% a 80% é feita em 30 minutos. A autonomia aumenta dos 400 km para 530 km no ciclo WLTP.
Além disso, os motores elétricos passam a somar 517 cv e 71,3 kgfm (ou 700 nm, que definem o novo nome da versão: GS 700 EV), um aumento frente aos atuais 69,3 kgfm. Com isso, a BYD declara uma redução no tempo de 0 a 100 km/h de 4,6 para 4,4 segundos.