Fórum Mobilidade: trânsito precisa estar conectado para funcionar
Debate do Fórum Mobilidade defende a sincronização de semáforos, carros e vias para uma circulação mais eficiente
O trânsito é um grande sistema, que precisa estar conectado para funcionar com eficiência. Essa transformação já começou e vai revolucionar as cidades.
Essa foi a conclusão do debate promovido pelo Fórum Mobilidade, promovido por QUATRO RODAS.
“Em 2020 teremos 50 bilhões de objetos conectados a internet. Ou seja, sete vezes mais do que a população mundial de 8 bilhões de pessoas. Isso só mostra o quanto estamos mergulhados na tecnologia e dependemos dela”, diz Severiano Leão Macedo, Digital Transformation Advisor da Cisco.
VEJA A FALA DE SEVERINO LEO, DIGITAL TRANSFORMATION ADVISOR DA CISCO
Tal tecnologia, segundo Macedo, pode contribuir para uma maior adesão ao home-office, o que permitiria um desafogamento imediato das vias.
“A Cisco, por exemplo, tem mais 500 funcionários em São Paulo, mas o escritório só tem capacidade para 100 colaboradores. E todos saem ganhando com isso, inclusive o trânsito.”
Semáforos conectados
O presidente da CET, João Octaviano Machado Neto, discorreu sobre os semáforos inteligentes. “Ao todo são 6.500 cruzamentos, 1.200 monitorados, mas apenas 600 com atuação remota.”
Neto afirma que está preparando um modelo de projeto com iniciativas privadas (Parceria Público-Privada – PPP) para a reformulação de todo o sistema.
“Estamos trabalhando em uma camada de inteligência para os semáforos. Todos os pontos de semáforos terão Wi-Fi, o que permitiria a criação de um sistema internet das coisas (IoT), para poder estar preparado para conversar com os carros e as vias” diz.
Uma das vantagens possíveis seria a sincronização de semáforos de acordo com o fluxo. “Todas as unidades terão um no-break e uma alimentação secundária com energia solar. Teremos outro patamar (de equipamentos). Isso vai nos permitir fazer gestão adequada desses corredores”, destacou.
VEJA A FALA DE JOÃO OCTAVIANO MACHADO NETO, PRESIDENTE DA CET
Vandalismo
Neto avaliou também que a companhia busca soluções para problemas que são mal administrados há muito tempo. “Hoje temos tecnologias avançadas, como carros autônomos e IoT. Mas do outro lado enfrentamos uma realidade medieval.”
Segundo ele, 62 torres de controle de semáforos sofreram vandalismo neste ano, o que dificulta a manutenção dos equipamentos.
Só no cruzamento do semáforo na Avenida Rio Branco, na região central da cidade, foram oito vezes. A média de preço desses aparelhos é de R$ 30.000.