A Ford, segunda maior fabricante de automóveis norte-americana, anunciou que até 2020 planeja tirar de linha na América do Norte modelos tradicionais como Fiesta, Fusion, Focus e Taurus. O motivo: são carros que trazem apenas prejuízo para a empresa.
Com isso, a linha (para EUA, Canadá e México) seria formada 90% por SUVs, picapes e crossovers, mantendo em produção apenas o esportivo Mustang e o crossover Focus Active, recém-apresentado na Europa.
O foco da linha que permancerá no mercado será a eletricidade. Haverá um esportivo elétrico de alto desempenho em 2020 e pelo menos 16 novos modelos EV até 2020.
No Brasil
No comunicado, a empresa não informou de que modo as mudanças podem afetar o mercado brasileiro. Procurada por QUATRO RODAS, a Ford do Brasil disse que não comenta sobre estratégias mercadológicas futuras.
Atualmente, o Fusion, importado do México, lidera o segmento de sedãs grandes. Com o fim da produção por lá, o sedã poderá ser importado de outro mercado ou deixar de ser vendido por aqui.
De acordo com dados da Fenabrave, em 2017, o modelo emplacou 4.401 unidades, superando (e muito) o segundo colocado VW Passat, com 545 unidades vendidas.
A permanência do Fiesta, fabricado em São Bernardo do Campo (SP), continua uma incógnita. O hatch não recebeu a nova geração vendida na Europa, passou apenas por reestlização em novembro do ano passado.
Além disso, ele tem participação reduzida no mercado – no acumulado de 2018, emplacou até agora pouco mais de 4 mil unidades, um terço das vendas do Fiat Argo e um quarto das do VW Polo.
A exemplo do Fusion, a versão sedã do Fiesta vendida no Brasil também é feita no México, mas tem importância ainda menor. Foram apenas 519 unidades emplacadas no acumulado do ano.