Exclusivo: vendas de carros para PcD disparam 760% no Brasil em 10 anos
Veículos com isenção a pessoas com deficiência passaram de 25.000 unidades em 2009 para 215.000 em 2019, ou 8% de todo o mercado nacional
Cada vez mais as fabricantes vêm dedicando espaço ao mercado de veículos para clientes PcD. Conforme QUATRO RODAS já levantou há alguns meses, atualmente há mais de 30 modelos com versões voltadas a esse público.
Outras novidades estão chegando em 2020, como o recém-lançado VW T-Cross Sense e uma versão do SUV cupê Nivus que também será voltada a esse público. E há uma razão muito clara para isso.
Levantamento exclusivo obtido por QUATRO RODAS junto à Anfavea (Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores), com dados da Receita Federal, aponta que as vendas de automóveis dedicadas a pessoas com deficiência cresceram 760% no Brasil entre 2009 e 2019.
Em 2009, segundo a Receita, 25.016 veículos foram emplacados no país na modalidade PcD. Em 2019, o número aumentou para 215.185 exemplares, um salto de exatos 760,18%.
Em relação ao total de vendas de automóveis no Brasil, o mercado de PcDs saiu de um patamar ínfimo 11 anos atrás, abaixo de 1%, para 8% de participação no fim do ano passado.
Há alguns meses, publicamos um especial explicando como as regras para se enquadrar nesse tipo de compra são demasiadamente abrangentes, englobando mais de 70 doenças.
Isso, em teoria, permitiria que mais da metade da população tenha direito ao benefício.
Por outro lado, o processo é lento e burocrático, o que leva um comprador a ter de esperar meses pela liberação das isenções de ICMS e IPI e, consequentemente, pela conclusão da compra de um carro novo.
Já mostramos que, entre os modelos com versões para PcD, o Jeep Renegade é o mais popular. Veja na tabela abaixo a evolução ano a ano de vendas de carros para esse público nos últimos dez anos:
Ano | Vendas de carro para PcD (unidades) |
2009 | 25.016 |
2010 | 34.025 |
2011 | 42.532 |
2012 | 50.658 |
2013 | 62.368 |
2014 | 80.036 |
2015 | 89.303 |
2016 | 106.975 |
2017 | 157.584 |
2018 | 210.898 |
2019 | 215.185 |
Errata: no texto original, o percentual de crescimento foi estimado em 860,18%. O dado correto é 760,18% ou 8,6018 vezes. A informação já foi corrigida.