Evoke 6061 é moto elétrica chinesa que roda 660 km e tem preço de Harley
Não confunda com Land Rover: essa moto elétrica promete ir de 0 a 100 km/h em 3,6 segundos e tem autonomia maior que a de muito carro elétrico
A Evoke é uma marca chinesa de motos elétricas, um fabricante que já vende uma moto no estilo street e outra clássica, mas que voltou a chamar atenção, dessa vez com uma estradeira: a 6061-GT. A sigla indica que se trata de motocicleta grand tourer, mas a brutalidade do visual e mecânica permite ao fabricante chamá-la de muscle bike.
Enquanto algumas marcas buscam toda a racionalidade do mundo na hora de projetar uma moto elétrica, a Evoke parece ter colocado o dedo na tomada. A 6061-GT tem 122 cv, potência que chama atenção, mas não tanto quanto os 22,5 kgfm de torque, força parecida com o 1.0 turbo do Renault Kardian – 125 cv e 22,4 kgfm. E com a vantagem de entregar tudo isso na hora em que o manete for “torcido”.
É neste momento que os 320 kg de massa (vazia) são ignorados, levando a moto de zero a 100 km/h em 3,6 segundos e à velocidade máxima de 230 km/h. O site do fabricante chinês fala também em 200 km/h, mas, de qualquer forma, é um belo desempenho para a proposta.
Modelos elétricos costumam ter a velocidade máxima controlada, afinal, as baterias são drenadas mais rapidamente em ritmos acelerados. Contudo, a 6061-GT tem a maior bateria de íon-lítio aplicada em uma moto elétrica, segundo a Evoke, com 29.7 kWh. Como parâmetro de comparação, o Renault Kwid E-Tech tem um pack de 26.8 kWh. Ela seria capaz de durar 1.500 ciclos de recarga, o que lhe daria 400 mil km de durabilidade. A refrigeração do conjunto é a ar.
Ainda de acordo com a marca, é possível rodar até 660 km na cidade ou 495 km em uso misto cidade/rodovia. Da mesma maneira que outros veículos elétricos, a 6061-GT também tem autonomia rodoviária menor, alcançando 331 km. Se usado um carregador DC ultra rápido, são necessários apenas 30 minutos para recarregar de 10% a 80%. Já um plugue doméstico levará 12 horas para completar o mesmo ciclo.
No demais, tudo lembra uma muscle bike. O farol de led tem uma pequena carenagem, toque que combina com a cobertura total da parte mecânica. Os garfos dianteiros têm 29,5 graus e são bem inclinados, enquanto as pedaleiras não são muito recuadas, o que permite ao motociclista sentar sobre a moto sem ficar muito debruçado sobre o que seria o tanque. Com apenas 74 centímetros, o assento é bem demarcado, uma garupa teria dificuldade de se espremer sobre aquela almofadinha, ainda mais sob acelerações brutais. A lanterna de led esconde o plugue de recarga.
A estrutura é de alumínio, ou seja, o peso total poderia ser bem maior sem o uso do material leve. Ainda no capítulo características técnicas, o pneu dianteiro tem 140/70 R17 de tamanho, medida larga para uma moto, mas que não chega perto do pneu traseiro 200/55 R17. Regenerativos, os freios à frente são de discos duplos e quatro pistões, já atrás é de disco simples e dois pistões.
Entre os itens de série, há painel digital de 7 polegadas de altíssima definição, bluetooth e wi-fi, fora controle de tração e monitoramento eletrônico de pressão dos pneus.
Da mesma maneira que a Evoke, o preço também é musculoso: 24.995 dólares, o equivalente a R$ 122 mil, valor superior aos 21.999 dólares pedidos por uma Harley-Davidson Street Glide – lembrando que estamos falando de valores nos Estados Unidos.