DS homenageia SM de 1970 em conceito fiel com direito a telas nos faróis
O conceito também é uma comemoração aos dez anos de independência da DS e uma antecipação de modelos que virão até 2030
Antiga divisão de luxo da Citroën que tornou-se uma marca independente em 2014, a DS trabalha para lançar modelos inéditos até 2030. Para isso, tem buscado inspirações em seu passado, como no clássico SM, de 1970. Assim nasce o SM Tribute, um carro-conceito que adianta o que vem por aí, ao mesmo tempo em que homenageia o SM e celebra os dez anos da emancipação da DS – hoje parte do grupo Stellantis.
O modelo nasce a partir de esboços divulgados em 2020, quando a marca promoveu uma competição criativa entre seus designers internos sobre uma reinterpretação do SM. Segundo o diretor de design da DS Automobiles, Thierry Metroz, entre as repercussões estava o medo do público de que “o design original [do SM] fosse estragado”.
Porém, Metroz apontou que há um compromisso da marca com o design de vanguarda, já que clássicos como DS e SM sempre serão referência de design, e que há um histórico de conexão ao passado nas marcas DS e Citroën. No caso do SM Tribute, a intenção é que pareça que a produção do modelo da década de 70 nunca houvesse sido interrompida, e que ele teria evoluído ao longo de mais de 50 anos.
As referências do SM no SM Tribute são fortes, a começar pelo formato da carroceria, com um longo capô, cabine recuada e uma caída de teto angulosa na traseira, como um clássico cupê. Mesmo as proporções foram mantidas, com 4,94 metros de comprimento, 1,34 m de altura e 1,98 m de largura. Ou seja, apenas 3 cm maior, 2 cm mais alto e 14 cm mais largo. A distância para o solo diminuiu em 3,5 cm.
Ainda de lado, as rodas (de grandes 22 polegadas) cobertas ganham uma nova interpretação, com um vão inédito na parte superior. A dianteira replica o conjunto inteiriço que camufla os faróis. No modelo original, vidros cobriam a extensão que revelavam os faróis e a placa de licença. No novo, há uma tela 3D iluminada por leds. Nas extremidades, três linhas representam um diamante.
A traseira do modelo da década de 1970 era dominada por cromados, que promoviam o efeito de contraste. No conceito ela é toda preta, com leds que se estendem para as laterais e “recortam” os para-lamas traseiros.
A pintura em dois tons, segundo a DS Automobiles, foi uma intenção de “construir pontes entre diferentes eras”. Ela se inspira na década de 1930, quando marcas francesas apresentavam carrocerias em dois tons no Concours D’Elegance, na década de 1970, com a pintura como era interpretada no SM, e nos dias atuais, com toques de modernidade, como a traseira que deixa de ser cromada e vira preta.
O interior também olha para o passado, mas ao mesmo tempo para o presente e futuro. As linhas retilíneas, inclusive nos bancos, são herdadas do SM original, apesar de óbvias modernidades de um carro apresentado mais de 50 anos depois e, ainda por cima, como um carro-conceito.
O console central apresenta uma tela curva com uma central multimídia integrada, enquanto o quadro de instrumentos é representado por uma grande tela no topo do painel. Porém, mesmo na tela, os mostradores ovais originais do SM são replicados, assim como o formato mais quadrado do volante (cuja direção é por cabo), que se inspira no centro do volante original.
Não há qualquer informação sobre o que move o SM Tribute, mas é certo que trata-se de um conjunto elétrico – e não um V6 como era no modelo de 50 anos atrás. Vale dizer: um V6 fornecido pela Maserati, proprietária da Citroën quando o SM foi produzido.