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Como a BMW levou um motor 2.0 a 620 cv e 50% de eficiência térmica

Três vezes mais potente e 66% mais eficiente que um 2.0 dos carros de passeio da marca, ele leva o M4 da DTM aos 100 km/h em 2,8 s

Por Henrique Rodriguez Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 9 Maio 2019, 07h00 - Publicado em 9 Maio 2019, 07h00
BMW M4 DTM Motor, Muenchen 27.03.2019©Martin Hangen/hangenfoto
Novo motor tem a metade dos cilindros do usado na temporada passada (BMW/Divulgação)

A nova temporada do Campeonato Alemão de Carros de Turismo – DTM – começa neste mês e marca o fim da era dos motores V8.

Se por um lado isso culminou no abandono da Mercedes-AMG, a BMW criou um motor 2.0 turbo três vezes mais potente que o usado nos BMW X1 e Mini Cooper S.

É um downsizing até mesmo para o BMW M4, que representará a fabricante bávara nesta temporada.

Os 431 cv gerados pelo seis cilindros biturbo da versão de rua parecem pouco perto dos mais de 620 cv (podendo chegar a 650 cv) gerados pelo novo 2.0 de quatro cilindros – cerca de 100 cv a mais que os antigos V8.

BMW M4 DTM Motor, Muenchen 27.03.2019©Martin Hangen/hangenfoto
Uma série de componentes, como motor de partida e alternador, estão alojado fora do motor (BMW/Divulgação)
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Na prática, são mais de 310 cv por litro de deslocamento. A eficiência térmica de 50% também impressiona: o normal, hoje, é ficar entre 25 e 32%.

O novo motor, batizado de P48, tem uma série de sistemas especiais para extrair o máximo desempenho possível.

Além de injeção direta de alta pressão, a lubrificação é do tipo cárter seco, onde o lubrificante é armazenado fora do motor (onde seu arrefecimento é mais fácil) e injetado por pressão.

Desta forma, também evita-se a perda de lubrificação causada por acelerações, frenagens e balanços extremos.

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BMW M4 DTM Motor, 2002 Motor, Muenchen 27.03.2019©Martin Hangen/hangenfoto
Tampa do cabeçote e coletor de admissão são de fibra de carbono (BMW/Divulgação)

Também há menos agregados. O motor de partida e o alternador foram deslocados para o câmbio, e partes como a tampa do cabeçote e o coletor de admissão são de termoplásticos reforçados com fibra de carbono em vez de alumínio.

Isso explica os meros 85 kg declarados para este 2.0.

BMW M4 DTM Motor, Muenchen 27.03.2019©Martin Hangen/hangenfoto
Pelas regras da DTM, o turbocompressor pode gerar até 3,5 bar (BMW/Divulgação)
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Mas nem tudo é tão fácil. Se no 330i o turbo precisa gerar até 1,5 bar para entregar 258 cv, no P48 a pressão máxima de trabalho é de 2,5 bar – chegando a 3,5 bar com overboost.

Seria pouco para um AP treiskilimei preparado, mas em um carro da DTM não é de bom tom largar bielas na pista.

Por isso, cárter e cabeçote são feitos em um processo especial de fundição de alumínio que dá mais resistência à pressão.

BMW M4 DTM Motor, Einzelteile, Muenchen 27.03.2019©Martin Hangen/hangenfoto
Cabeçote é feito em um processo especial de fundição (BMW/Divulgação)
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A BMW também trabalhou a resistência térmica dos componentes, o que aboliu a necessidade de injetar mais gasolina no motor apenas para refrigerar as peças – o que costuma acontecer em motores normais a partir dos 4.000 rpm.

Isso, junto do esforço para minimizar o atrito entre os componentes, ajudou a alcançar um consumo 10% melhor que o do antigo V8.

BMW M4 DTM Motor, Einzelteile, Muenchen 27.03.2019©Martin Hangen/hangenfoto
Bloco e peças móveis são especiais, com foco na redução de atrito e resistência térmica (BMW/Divulgação)

Os novos carros da DTM serão capazes de chegar aos 100 km/h em cerca de 2,8 s e passar dos 300 km/h. Se antes chegavam aos 100 km/h em 2,6 s, não passavam dos 280 km/h. E o pior: ainda usavam acelerador por cabo.

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Agora o acelerador é eletrônico, como nos carros lançados nos últimos 20 anos. São os carros de rua emprestando tecnologias para os de pista. Resta esperar uma retribuição.

Vale ressaltar que o motor será compartilhado entre duas categorias automobilísticas: a DTM e o Super GT, campeonato japonês de Gran Turismo.

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