Bruto, rústico e sistemático. Essa é uma boa descrição para o Force Gurkha, talvez o jipão moderno mais “raiz” que você vai conhecer.
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Para nós do ocidente esse SUV é totalmente desconhecido, mas na Índia ele está entre os favoritos dos trabalhadores rurais, especialmente principalmente por suprir, de maneira simples e eficiente, todas as suas necessidades e cobrar pouco por isso.
Desde 2008 no mercado indiano, o Gurkha sempre dispensou luxos e a sua versão de 2021 mantém o legado de robustez, embora ele tenha se modernizado um pouco. Por exemplo, agora as janelas laterais traseiras são inteiriças, o volante tem regulagem de altura, as luzes são de LED e o acabamento interior é feito com materiais de melhor qualidade, se comparado ao seu antecessor. Mas ainda aparentar ter os plásticos duros de um carro criado nos anos 1970.
Na sua estrutura, ele mantém a fórmula que o tornou popular. O chassi é de longarinas, que proporciona ao Gurkha a durabilidade que precisa para ir a qualquer lugar. Os bloqueios dos diferenciais dianteiros e traseiro são operados por alavancas, já que botões são modernos demais para ele. Para completar, o SUV tem um snorkel de fábrica que o ajuda a atravessar áreas alagadas com até 70 cm de profundidade — eu disse que ele ia a qualquer lugar.
Por fora, ele parece um Mercedes Classe G, mas as comparações acabam por aí. O motor até tem origem Mercedes, mas em vez de entregar quase 600 cv, este 2.6 a diesel gera somente 91 cv e é extremamente barulhento. Já o câmbio manual de cinco marchas é tão impreciso, que nem com um mapa seria fácil encontrar as posições certas da alavanca de câmbio. Pelo menos é o que dizem os indianos.
A direção é lenta e desleixada e pode machucar os principiantes, por conta dos contragolpes que ela dá, tanto no off-road como na estrada. O mais esperto é deixar os polegares sempre soltos ao segurar o volante, só por garantia.
Mesmo com seus defeitos, o Gurkha entrega o que se espera de um carro como esse. Diferente dos SUVs “nutella” — ou de shopping — o jipão, que carrega o nome famosos guerreiros do Nepal e norte da Índia, não se afastou das suas origens e se mantém como um carro voltado para o serviço.
Porque, claro, ninguém teria coragem de fazer com um Classe G, que custa mais de U$ 300.000 (ou até R$ 2 milhões no Brasil), o que faz um Gurkha de U$ 17.700 (R$ 93.633 em conversão direta).