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Comparativo: Chevrolet Tracker e VW Nivus se enfrentam… no shopping

O tempo dos utilitários feitos para andar na terra passou. Levamos os SUVs do momento para fazer o que sabem: passear no shopping

Por Henrique Rodriguez Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 9 ago 2020, 11h36 - Publicado em 30 jul 2020, 16h00
Os dois têm dimensões parecidas e mecânica equivalente. Mas quem leva a melhor? (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Quem criou o termo “SUV de shopping” fez isso com alguma maldade. Mas pudemos comprovar: SUVs compactos realmente são ótimos para ir às compras.

Volkswagen Nivus e Chevrolet Tracker mostram com clareza como este tipo de veículo se moldou a um estilo de vida com necessidades completamente diferentes. Afinal, se os SUVs ainda fossem parrudos, tivessem chassi de longarinas e motores gastões não seriam os carros mais desejados atualmente.

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E provavelmente teríamos colocado em risco as vitrines do Shopping Botucatu, no interior de São Paulo, por conta do tamanho da carroceria, quebrado o belo granito do chão com o peso deles e abastecido na volta à Capital.

Os dois apelam para plásticos sem pintura para parecerem maiores (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O Tracker é baseado na plataforma do hatch Onix, mas tem carroceria e cabine próprios. Já o Nivus é um Polo com suspensão mais alta (graças a pneus maiores e novos amortecedores e molas) e traseira diferente, espichada para permitir caimento mais acentuado do teto ao estilo de um cupê.

Tracker LT tem drl em vez de faróis de neblina, mas faróis sempre têm projetores (Fernando Pires/Quatro Rodas)

São pequenos e leves. Mas não totalmente apertados, pois fazem o possível para aproveitar todo o espaço disponível. Principalmente no Chevrolet, que tem maior espaço para a cabeça dos ocupantes e os 2,57 m do entre-eixos melhor ocupados por conta da posição mais elevada das duas fileiras de bancos – para o motorista, mesmo a posição mais baixa é um pouco alta.

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Tracker tem quadro de instrumentos e comandos do ar-condicionado mais simples (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Atrás, um adulto com 1,82 m de altura viaja com conforto e alguma sobra de espaço para as pernas. No Volkswagen, ainda que o entre-eixos seja de 2,56 m, o espaço que se tem no banco traseiro é o mesmo do Polo – ou seja, sem muita sobra para a cabeça e o que resta para as pernas depende muito mais da estatura do motorista.

Por outro lado, a posição de dirigir mais baixa que a do Tracker é, de longe, mais empolgante.

Bancos do Tracker também são mais altos (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Mesmo assim, nenhum dos dois é tão alto quanto se espera de um SUV. O vão livre do Nivus é de 17,6 cm, enquanto no Tracker é de 15,7 cm – por conta dos defletores de ar no para-choque dianteiro. Estão ali para melhorar a aerodinâmica, mas acabam sendo os pontos mais baixos da carroceria.

Atrás, bancos com assento mais comprido e maior espaço para a cabeça (Fernando Pires/Quatro Rodas)

De todo modo, estão altos o suficiente para não raspar a frente na rampa do estacionamento do shopping. Ou na rampa de entrada para pedestres que usamos.

Porta-malas do Tracker tem dois níveis (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Quem gosta de sair das lojas carregado com bolsas gostará de saber que é possível regular a altura do compartimento de 393 litros do Tracker. A Volks ensaiou colocar um fundo móvel no Nivus mas, por enquanto, não oferece isso nele – apenas em versões de Polo, Virtus e T-Cross. Por outro lado, o VW moderninho tem porta-malas maior, de 415 l, e todo revestido de carpete, que não vai arranhar com o passar do tempo.

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1.0 TURBO É O NOVO 1.6

Para quem ainda não se acostumou com o downsizing, nada choca mais do que um SUV com motor 1.0. Mas, tenha calma: ambos têm turbo e tecnologias para entregar a força que antigos motores maiores aspirados não conseguiam. E gastam pouco, muito pouco.

Todas as luzes do Nivus são de leds, inclusive os neblinas (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Mais que o torque máximo, o que realmente faz diferença é a presença de força do motor em rotações mais baixas. Isso permite que o câmbio automático avance marchas mais cedo para reduzir a rotação do motor e, por tabela, o consumo sem que falte fôlego. Mas há diferenças na forma como cada um dos dois modelos faz isso.

Bancos de vinil e apliques em plástico preto brilhante dão outros ares ao interior do Nivus (Fernando Pires/Quatro Rodas)

No caso do Tracker LT, o três-cilindros 1.0 turbo tem injeção multiponto e start-stop, e entrega 116 cv a 5.500 rpm e até 16,8 kgfm a 2.000 rpm. Além de não ter trocas sequenciais nem na alavanca, seu câmbio automático de seis velocidades insiste em reduzir marchas à menor pressão extra no acelerador para buscar mais rotação – e força – do motor.

Os bancos do Nivus Highline são sempre forrados de vinil (Fernando Pires/Quatro Rodas)

É característica do Tracker, mas isso não parece ter prejudicado dos testes em nossa pista (sempre realizados com gasolina). Precisou de 11,8 segundos para chegar aos 100 km/h, enquanto o consumo ficou em 11,7 km/l em ciclo urbano e 14,5 km/l no rodoviário.

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No caso do Nivus, o três-cilindros 1.0 turbo ainda tem injeção direta, dentro do cilindro em vez de ser no coletor de admissão. É o que justifica seus 128 cv a 5.500 rpm e 20,4 kgfm a 2.000 rpm.

Nivus tem exatamente o mesmo espaço traseiro do Polo (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Repare que potência e torque máximos surgem nos mesmos regimes do 1.0 do Tracker, mas o automático de seis marchas do Volks tem programação que prefere reter a marcha alta em retomadas mais leves em vez de reduzir, aproveitando o torque extra que tem disponível.

Porta-malas do Nivus tem capacidade de 415 l (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Na prática, porém, os 12 cv e 3,6 kgfm de torque a mais não garantiram ao Nivus uma grande vantagem no desempenho. O zero a 100 km/h em 11,2 s (0,6 s mais rápido) vai de encontro com números de retomada muito próximos, exceto na passagem de 80 a 120 km/h, onde o Volks tem 0,7 s de vantagem – confira a ficha completa no fim da página. Ainda cravou 11,5 km/l no regime urbano (roda 200 m a menos com um litro de gasolina na comparação com o Tracker) e 15,2 km/l no rodoviário (vantagem de 700 m).

É um grande mérito do Tracker ter desempenho tão próximo do Nivus com motor mais simples e fraco. E tem outro detalhe: o Chevrolet pesa mais: 1.228 kg contra 1.199 kg do VW.

O visual do Nivus se destaca nas praças de pedágio e nas de alimentação (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Mas é na hora que a discussão começa a afetar o bolso que essa paridade acaba. O Chevrolet Tracker 1.0 Turbo LT passou dos R$ 89.990 aos R$ 95.890 do lançamento, em março, até agora. O Volkswagen Nivus Highline segue com R$ 98.290 na etiqueta, mas suas primeiras entregas só acontecem agora em agosto. Na atual conjuntura, aumento nos preços do VW pode ser uma questão de tempo.

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Em ambos, seis airbags, partida sem chave, volante multifuncional com ajuste de altura e profundidade, USB para o banco traseiro, sensores de estacionamento traseiros e câmera de ré estão presentes.
No que diz respeito a conectividade, só o Chevrolet tem rede Wi-Fi embarcada disponível para até sete passageiros e sua central multimídia de oito polegadas é compatível com Apple Carplay e Android Auto, mas só se o smartphone for conectado à porta USB.

O Tracker tem carroceria com estilo de um SUV mais tradicional (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A central multimídia com tela de 10 polegadas do Nivus tem Android Auto com fio, mas o Apple Carplay funciona sem fio. Além disso, é capaz de rodar aplicativos próprios, como Waze e Deezer sem depender do celular – ou quase. Isso porque o Nivus não tem internet própria e depende de rede Wi-Fi (roteada pelo smartphone do proprietário, por exemplo) para que os apps funcionem perfeitamente.

Tracker tem carroceria mais alta e leva vantagem por isso (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Mas o Nivus tem equipamentos que justificam os R$ 2.400 extras na fatura. É o caso do ar-condicionado é automático e digital, dos sensores de estacionamento dianteiros e dos importantes faróis full-led com luzes de conversão, lanternas também de leds, bancos de vinil, quadro de instrumentos digital, frenagem autônoma de emergência e o piloto automático adaptativo. São equipamentos de série que realmente fazem a diferença têm peso na hora da escolha.

Essa distância do pacote de equipamentos tem explicação. O Tracker LT nasceu alinhado em preços e equipamentos ao VW T-Cross 200 TSI automático (R$ 96.590), mas acaba que suas dimensões estão mais próximas das do Nivus, que entra na briga em sua versão mais completa.

Régua preta interligando as lanternas e caimento do teto são diferenciais do Nivus (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A vantagem de preços do Nivus também reaparece no pós-venda. Embora as revisões do Tracker tenham o mesmo valor das do Onix (R$ R$ 3.124 até os 60.000 km), o VW tem as três primeiras gratuitas, somando R$ 2.081 até 60.000 km. E a cesta de peças também é mais barata no Volks: R$ 4.812 contra R$ 7.953. Pelo visual, pelo pacote de equipamentos e pelos custos, o Nivus é a melhor opção para desfilar nas ruas. E no shopping.

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Veredicto

O Chevrolet Tracker tem mecânica competente e maior espaço interno, mas o Volkswagen Nivus vence a disputa por compensar a cabine menor com o pacote de equipamentos recheado e por cobrar pouco a mais por isso.

Teste – Volkswagen Nivus Highline 1.0T

Aceleração

  • 0 a 100 km/h: 11,2 s
  • 0 a 1.000 m: 32,6 s – 161,5 km/h
  • Velocidade máxima: 189 km/h

Retomadas

  • D 40 a 80 km/h: 4,8 s
  • D60 a 100 km/h: 6,2 s
  • D 80 a 120 km/h: 7,6 s

Frenagens

  • 60/80/120 km/h a 0: 13/19,4/50,7 m

Consumo

  • Urbano: 11,5 km/l
  • Rodoviário: 15,2 km/l

Ruído interno

  • Neutro/RPM máx.: 40/67,4 dBA
  • 80/120 km/h: 63,3/70,1 dBA

Aferição

  • Velocidade real a 100 km/h: 99 km/h
  • Rotação do motor a 100 km/h em 5a marcha: 1.900 rpm

Seu Bolso

  • Preço básico: R$ 98.290
  • Garantia: 3 anos
  • Revisões (até 60.000 km): R$ 2.080
  • Seguro: n/c

Ficha técnica – Volkswagen Nivus Highline

  • Motor: flex, diant., transv., 3 cil., 12V, injeção direta, 999 cm³, 74,5 x 76,4 mm, 128/116 cv a 5.500 rpm, 20,4 kgfm de 2.000 a 3.500 rpm
  • Câmbio: automático, 6 marchas, tração dianteira
  • Direção: elétrica, 10,2 m (diâmetro de giro)
  • Suspensão: McPherson (diant.), eixo de torção (tras.)
  • Freios: disco ventilado (diant.) e sólido (tras.)
  • Pneus: 205/55 R17 Peso: 1.199 kg
  • Peso/potência: 9,37/10,33 kg/cv
  • Peso/torque: 58,77 kg/kgfm
  • Dimensões: comprimento, 426,6 cm; largura, 175,7 cm; altura, 149,3 cm; entre-eixos, 256,5 cm; altura livre do solo, 17,6 cm; porta-malas, 415 l, tanque, 52 l
Pic By Fernando Pires / https://www.flpires.com.br (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Teste – Chevrolet Tracker LT 1.0 Turbo AT

Aceleração:

  • 0 a 100 km/h: 11,8 s
  • 0 a 1.000 m: 33,77 s – 155 km/h

Velocidade máxima:

  • 177 km/h*

Retomada

  • D 40 a 80 km/h: 4,9 s
  • D 60 a 100 km/h: 6,2 s
  • D 80 a 120 km/h: 7,6 s

Frenagens

  • 60/80/120 km/h – 0 m: 14,5/25,6/58,8 m

Consumo

  • Urbano: 11,7 km/l
  • Rodoviário: 14,5 km/l

Ruído interno

  • Neutro/RPM máx.: 39,9/63,5 dBA
  • 80/120 km/h: 64,8/70,3 dBA

Aferição

  • Velocidade real a 100 km/h: 96 km/h
  • Rotação do motor a 100 km/h em 5a marcha: 2.100 rpm

Seu Bolso

  • Preço básico: R$ 95.890
  • Garantia: 3 anos
  • Revisões (até 60.000 km): R$ 3.124
  • Seguro: n/c

Ficha técnica – Chevrolet Tracker 1.0 Turbo AT

  • Preço: R$ 95.890
  • Motor: flex, diant., transv., 3 cil., 12V, turbo, 999 cm³, 74 x 77,7 mm, 10,5:1, 116 cv a 5.500 rpm, 16,8/16,3 kgfm
    a 2.000 rpm
  • Câmbio: aut., 6 marchas, tração dianteira
  • Suspensão: McPherson (diant.), eixo-torção (tras.)
  • Freios: disco ventilado (diant.), tambor (tras.)
  • Direção: elétrica; diam. giro, 10,8 m
  • Rodas e pneus: liga leve, 215/60 R16
  • Dimensões: compr., 427 cm; larg., 179,1 cm; alt., 162,6 cm; entre-eixos, 257 cm; vão livre do solo, 15,7 cm; ang. de ataque, 17°; ang. de saída, 28°; peso, 1.228 kg; capac. carga, 410 kg; tanque, 44 l; porta-malas, 393

Agradecimentos ao Shopping Botucatu

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