Estudo aponta que carros elétricos poluem até 68% menos que os a combustão
O estudo analisou as emissões de carbono entre veículos eletrificados e de combustão, levando em consideração desde a produção até o descarte de componentes
Tudo indica que a eletrificação será o futuro dos veículos, mas ainda há quem discorde. Dentre os principais argumentos contrários está o de que o lado ecológico do carro elétrico é exposto sem considerar a carbono necessária para construir e reciclar os carros. Mas uma nova pesquisa faz esse argumento cair por terra.
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Publicado por Georg Bieker, no Conselho Internacional de Transporte Limpo, o documento apresenta que um veículo elétrico om bateria de tamanho médio emite, ao longo da sua vida útil, entre 60% e 68% menos carbono na comparação com um motor de combustão interna.
A tendência é que esse valor aumente à medida em que mais eletricidade renovável for usada nos processos de produção e descarte de componentes.
O estudo é abrangente e compara as emissões de carbono ao longo de todo o ciclo de vida de veículos dos EUA, China, Índia e Europa, tanto hoje como em 2030. As emissões dos processos de fabricação e reciclagem, ou descarte, de diversos componentes também foram consideradas.
O levantamento também compara as emissões de uma ampla gama de mecânicas eletrificadas: híbridos plug-in (PHEV), híbridos elétricos (HEV), elétricos com bateria (BEV) e os a hidrogênio, movidos a células de combustível (FCEV), e também as emissões de carbono de diversos tipos combustíveis (fósseis, biocombustíveis, hidrogênio, eletricidade e e-combustíveis).
Outros dois últimos fatores compõem o resultado final. O primeiro é o consumo de energia e combustível no mundo real que, de acordo com o relatório, é de extrema importância quando se trata dos PHEVs. Por fim, o estudo leva em consideração o fato de que a produção de energia deve se tornar mais limpa ao longo do tempo, baseando-se nos interesses mútuos dos governos.
Os resultados apontam que, levando em consideração todo o ciclo de vida, um elétrico usado na Europa emite entre 66% a 69% menos carbono que um veículo movido a gasolina. Nos EUA o intervalo é um pouco menor, entre 60% e 66%. Já na China (37% – 45%) e Índia (19% – 34%) a proporção parece pequena, mas, mesmo assim, prova que o veículo elétrico é menos poluente do que o movido a combustão interna.
O estudo ainda prevê números mais promissores. Se até 2030 as quatro regiões cumprirem seus programas de descarbonização, teremos uma diferença de mais de 70% para a Europa, e de 62% a 72% nos EUA. Na China, esse valor poderá chegar a 64%, enquanto na Índia o máximo aumentaria para 56%.
Já os veículos que usam células de combustível, como os movidos a hidrogênio, por exemplo, atualmente são de 26% a 40% menos ofensivos se comparados aos movidos a gasolina. Isso porque, o hidrogênio é extraído utilizando a reforma de gás natural a vapor. Caso esse método seja substituído por outro que utilize energia renovável a diferença saltaria para até 80%.
No caso dos híbridos, os resultados não são promissores. Segundo a análise de Bieker, os híbridos não chegam a 20% menos emissões se comparados aos que usam gasolina. Os híbridos plug-in não chegam a 30% na China e Europa. Nos EUA, ficam entre 42% e 46% (a Índia não possui um número expressivo de carros híbridos plug-in).
Se compararmos com os BEVs, os plug-in emitirão uma quantidade bem superior de carbono durante seu ciclo de vida em todas as três regiões. E com a descarbonização da rede de produção, essa lacuna entre eles tende a ficar cada vez maior.
O autor do estudo ainda diz que para atingir as metas do Acordo de Paris “o registro de novos veículos com motor de combustão deve ser eliminado no período de 2030-2035”. Nem mesmo a introdução de novos biocombustíveis conseguiria manter os motores a combustão vivos.
Além da Europa, que está ficando cada vez mais rigorosa em relação às emissões de carbono pelos carros, a Califórnia, por exemplo, também está tomando suas medidas. Em setembro, o governador do estado americano, Gavin Newsom, assinou uma ordem que, a partir de 2035, apenas veículos com zero emissões poderão ser vendidos.