A Honda tem um duplo aniversário para comemorar esse ano. Além do meio século do Civic, a sua versão esportiva, o Type R, está completando 25 anos de existência. A versão mais potente Honda Civic teve o lançamento no Brasil confirmado para 2023 em sua mais nova geração.
Mas vale conhecer melhor a história do “hot hatch” lançado em 1997. A ideia original era ser Type R mais acessível da época. De lá pra cá, já se foram seis gerações e aquele que era para ser um esportivo “popular”, acabou se transformando em um ícone e recordista de velocidade. Isso foi reforçado com a sexta geração, lançada este ano, que se tornou o veículo de tração dianteira mais rápido no circuito de Suzuka.
Geração EK9 (1997-2000)
Foi no mesmo ano em que o Honda Civic começou a ser fabricado no Brasil que o modelo estrou a versão Type R. Se os outros Honda Type R tiveram produção limitada, este nascia com proposta de ser produzido em escala. A Honda não deixou de caprichar e usou a mesma filosofia dos NSX e Integra, os primeiros a carregarem a alcunha Type R.
Baseado na sexta geração do Civic, o hot hatch tinha motor 1.6 DOHC de 116 cv – nos EUA, as versões convencionais já tinham 127 cv. Sua estrutura era muito leve, com apenas 1.050 kg no total, e seu diferencial de deslizamento limitado helicoidal, junto dos componentes de suspensão exclusivos, renderam ao modelo uma ótima dirigibilidade, de acordo com os especialistas.
O EK9 foi vendido exclusivamente para o Japão e sua produção durou até 2000, quando a Honda trouxe a sétima geração do Civic.
Geração EP3 (2001 – 2005)
Com o sucesso do Civic Type R, a Honda não podia deixá-lo apenas no Japão e, em sua segunda geração, o hatch também foi vendido na Europa, com produção era feita na Inglaterra. A principal mudança foi no motor: 1.6 deu lugar ao 2.0 DOHC i-VTEC ‘K’ de 200 cv, que fazia o Civic Type R chegar aos 227 km/h.
Também teve freios aprimorados, uma transmissão de seis marchas de relação encurtada e carroceria que fazia uso extensivo de aço de alta resistência para aumentar a rigidez estática de torção em 80% em relação ao EK9. Para melhorar as respostas, a segunda geração também trouxe direção hidráulica de relação variável. A suspensão também recebeu aprimoramentos.
Geração FN2/ FD2 (2007-2011)
Na terceira geração as coisas se divergem. Com o sucesso na Europa, a Honda fez uma versão exclusiva para o Velho Continente. A FN2 era mais conservadora, mantendo-se como um hatch de três portas e com o mesmo motor 2.0 da geração anterior. O chassi mudou e agora oferecia um pouco mais de espaço interno.
Para a versão japonesa a Honda ousou e criou o primeiro Civic Type R baseado no sedã de quatro portas. O FD2 também inovou tendo o novo motor K20A de 225 cv e novos freios Brembo. Para compensar o ganho de peso da carroceria três volumes, a montadora substituiu as soldas e o alumínio do painel e chassi por adesivos estruturais.
Geração FK2 (2015-2017)
Ao voltar a ter uma versão única, a quarta geração do Civic Type R teve que mudar de motor, mas dessa vez era para atender às novas exigências de emissão. Logo, a introdução do turbo era inevitável.
O resultado disso foram quase 100 cv a mais do que a geração anterior. O motor 2.0 turbo K20C1 oferecia 310 cv, que faziam o FK2 ir de 0 a 100 km/h em 5,7 s. Para compensar o ganho de potência e manter o veículo estável, a Honda equipou o hatch com diferencial de deslizamento limitado para amenizar o torque-steer — aquela puxada para o lado que o carro dá em alta velocidade — muito comum em carros de tração dianteira de alto rendimento.
Essa configuração fez com que o FK2 se tornasse base para carros de competição da Honda, ganhando diversos títulos ao redor do mundo.
Geração FK8 (2017-2022)
Baseado na décima geração do Civic, o FK8 ganhou uma série de aprimoramentos em relação ao antecessor e foi a primeira geração do Type R a chegar ao mercado americano. O motor não mudou, porém, ganhou ajustes para elevar sua potência para 320 cv.
Nessa geração, a Honda teve um cuidado especial com a aerodinâmica, trazendo um kit externo para elevar a downforce, que se aliaram aos novos amortecedores adaptativos para melhorar a condução.
Nos circuitos, o Civic Type R de quarta geração quebrou recordes importantes, se tornando o veículo de tração dianteira mais rápido nos circuitos de Nürburgring, na Alemanha, e Suzuka, no Japão.
FL5 (2022-)
Enfim chegamos na atual geração do Type R, lançada esse ano. Ela tem um valor a mais para nós brasileiros, já que essa será a primeira com venda confirmada aqui no Brasil.
O esportivo eleva ainda mais o conjunto aerodinâmico do anterior, porém traz um visual um pouco mais discreto. O motor segue o mesmo, mas a Honda prometeu que ele irá superar os 320 cv do antecessor.
Todo o calibramento do modelo foi feito em Nürburgring e atualmente ele é o modelo de tração dianteira mais rápido de Suzuka, assim como o FK8 foi um dia, quebrando o recorde ainda na sua fase de testes.
O Japão será o primeiro país a receber o Civic Type R FL5, com as primeiras unidades chegando já em setembro. Ou seja, logo teremos as informações completas de sua motorização. Por aqui, só devemos vê-lo em 2023.