Guia de usados: Kia Sportage (3° geração)
Bonito, confortável e bom de volante, ele consolidou a presença coreana no mercado brasileiro de SUVs
Apesar de ser um dos pilares do sucesso da Kia no Brasil, o Sportage passou muitos anos à sombra dos primos da Hyundai. Tudo mudou na linha 2011, quando a terceira geração ganhou personalidade com o estilo criado por Peter Schreyer (ex-chefe de design da Audi).
Usando a plataforma do ix35, ele chegou com preço menor que o do Hyundai, cativando pelo ótimo espaço interno, porta-malas de 740 litros, comportamento dinâmico notável e bom nível de equipamentos.
As versões LX e EX têm airbag duplo e ABS com EBD, mas só a segunda traz ESP. Quem valoriza segurança deve priorizar o pacote opcional com airbags laterais e de cortina, identificado pelo teto solar duplo panorâmico. Outro pacote oferece 4×4 e controle eletrônico para declives.
Toda EX tem frisos cromados, antena no teto, bancos em couro (o do motorista é elétrico), rodas aro 18, retrovisores escamoteáveis, chave presencial com partida por botão e piloto automático.
A básica LX dispõe de CD/MP3/USB com controle no volante, computador de bordo, faróis de neblina, rodas aro 16, sensor de farol e de ré e câmbio manual de cinco marchas. Seu único opcional é o câmbio sequencial de seis velocidades, que é de série na EX.
O motor é o Theta 2.0 com admissão variável e 166 cv. Apesar do bom rendimento, deu lugar na linha 2012 ao Nu Flex, com variação nos dois comandos e 178/169 cv – foi o primeiro flex do segmento.
Testado por QUATRO RODAS em março de 2012, o Sportage 2.0 Flex abastecido com etanol acelerou de 0 a 100 km/h em 12,1 s, com consumo de 7,4 km/l na cidade e 9,5 km/l na estrada.
A linha 2012 trouxe aro 18 e direção elétrica em todas as versões. A EX ganhou luzes diurnas de leds e a LX, câmbio manual de seis marchas. Em 2013, a EX recebeu central multimídia.
O modelo 2014 ganhou leve alteração de estilo em faróis de neblina, rodas, lanternas e grade, e o interior incorporou saídas de ar na traseira. A LX perdeu o câmbio manual e, em 2015, a EX perdeu o 4×4.
Atenção no livreto de manutenção: boa parte deles ainda está na garantia de cinco anos, desde que as revisões estejam em dia. Alvo de críticas, a rede autorizada peca pela falta de peças a pronta entrega, apesar dos bons preços frente ao mercado paralelo.
Onde o bicho pega
Ar-condicionado – Tema da seção Autodefesa, o Sportage sofre de um problema crônico no compressor. Cheque se o ar-condicionado opera corretamente: é possível pedir a troca na autorizada, se ainda estiver coberto pela garantia.
Rodas e pneus – Além de sacrificar o conforto, as enormes rodas aro 18 são facilmente danificadas em vias com pavimentação deficiente. Os pneus 235/55 também são vulneráveis ao piso ruim: veja se não há bolhas ou desgaste irregular.
Suspensão – As grandes rodas também contribuem para o desgaste prematuro de peças como batentes, buchas ou bieletas. Em muitos casos, uma análise técnica detecta problemas mais sérios, como vazamento nos amortecedores.
Teto solar – Confira se ele abre e fecha de maneira suave e sem ruídos. Trancos e estalos são indícios de lubrificação incorreta ou acúmulo de detritos no mecanismo dos trilhos. Procure também por sinais de oxidação, quase sempre causada pela infiltração de água.
Recall – Nos carros feitos em 2010 e 2011, nos chassis 042880 a 144957, a alavanca do câmbio automático pode travar ou o piloto automático manter-se ligado.
A voz do dono
- Nome: Paola Arruda
- Idade: 35 anos
- Profissão: empresária
- Cidade: Guarulhos (SP)
O que eu adoro – “Destaco o conforto e o espaço interno, realmente muito bons. A dirigibilidade é ótima, com comandos leves e boa agilidade na cidade. O consumo é adequado à proposta de um utilitário esportivo.”
O que eu odeio – “O compressor do ar-condicionado parou de funcionar e foi substituído em garantia, mas ele não funciona corretamente. O estepe é muito vulnerável a furtos e os custos de manutenção são elevados.”
Preço médio dos usados (FIPE)
Modelo | 2011 | 2012 | 2013 | 2014 | 2015 | 2016 |
---|---|---|---|---|---|---|
LX Manual | R$ 52.612 | R$ 56.200 | R$ 61.773 | R$ 71.418 | – | – |
LX Automática | R$ 56.260 | R$ 58.306 | R$ 63.525 | R$ 76.417 | R$ 78.810 | R$ 86.783 |
EX | R$ 57.502 | R$ 60.987 | R$ 72.834 | R$ 78.315 | R$ 86.781 | R$ 105.573 |
Preço das peças
Original | Paralelo | |
---|---|---|
Para-choque (dianteiro) | R$ 1.630 | R$ 1.660 |
Farol (cada um) | R$ 2.110 | R$ 2.300 |
Discos de freio (par) | R$ 1.394 | R$ 450 |
Pastilhas de freio (jogo) | R$ 490 | R$ 380 |
Amortecedores (quatro) | R$ 3.080 | R$ 2.300 |
Embreagem | R$ 1.845 | R$ 2.300 |