Teste de pista: Nissan Sentra 2.0 SL
Além das mudanças estéticas, o sedã ganhou mais equipamentos em todas as versões - o câmbio automático agora é de série
Vai longe o tempo em que as novidades de meio do ciclo de vida de um carro se resumiam à troca de faróis, grade e lanternas. Cada vez mais as fábricas estão aprofundando as alterações. Um exemplo disso é o novo Nissan Sentra. Visualmente, o sedã mudou mais do que o costume e, além disso, ganhou vários equipamentos novos e melhorias no sistema de direção e no isolamento acústico.
Com essas mudanças, a Nissan pretende manter o desempenho do Sentra em nosso mercado, onde é o terceiro sedã médio mais vendido. Na dianteira, o destaque é para a grade com o friso em forma de V, que está presente nos novos modelos da marca, entre eles o SUV Kicks. Mas os faróis agora têm contornos irregulares e leds de posição (na versão mais cara). O capô está com vincos mais pronunciados e os para-lamas ficaram mais encorpados.
As rodas de liga leve também são novas e deixaram o sedã com um aspecto mais esportivo. Por dentro, a esportividade ficou por conta do volante. Inspirado no cupê 370Z, ele tem três raios e área central reduzida. Além disso, a Nissan providenciou um visor (TFT), entre o velocímetro e o conta-giros, e caprichou nos materiais, com superfícies no padrão preto brilhante de alto a baixo do console central.
A maior ousadia, porém, fica por conta dos novos equipamentos. O Sentra é oferecido em três versões: S, SV e SL, da mais básica à mais completa. E desde a mais simples, a lista de série já inclui transmissão automática (a Nissan aposentou o câmbio manual), controle eletrônico de estabilidade, sensor de estacionamento, retrovisor eletrocrômico, faróis automáticos, sistema de som com tela touch de 5 polegadas e rodas aro 16.
A intermediária SV, que deve ser a mais vendida, segundo a fábrica, com cerca de 70% do volume, vem com ar-condicionado dual zone, bancos revestidos parcialmente em couro, piloto automático, sistema multimídia, câmera de ré e rodas aro 17.
E a SL (mostrada aqui) acrescenta teto solar, som Bose, seis airbags, banco do motorista com ajustes elétricos e pacote de segurança (Safety Shield) com sensores que monitoram o ambiente próximo do veículo e alertam para pontos cegos, risco de colisão frontal e movimentos de carros e pedestres na traseira do veículo (para a marcha ré).
Diante dos rivais
Os preços vão de R$ 81.900 (S) a R$ 102.900 (SL), passando por R$ 89.900 (SV). São valores substancialmente maiores que os praticados no modelo anterior, mas os concorrentes subiram ainda mais: apenas o Ford Focus Fastback e o Citroën C4 Lounge continuam na mesma faixa de preço. Nomes fortes como o Toyota Corolla e os novos Chevrolet Cruze e Honda Civic já estão num patamar entre R$ 5 e 15 mil acima.
Em relação aos rivais, o custo-benefício tem seu lado negativo na parte mecânica, onde não houve alterações. O Sentra continua com o motor 2.0 16V de 140 cv e o câmbio CVT.
Na pista, sempre com gasolina, ele acelerou de 0 a 100 km/h em 12 s e obteve as médias de consumo de 10,1 km/l, na cidade, e 14,5 km/l, na estrada. No último comparativo que fizemos com Civic, Corolla e Cruze, todos eles mostraram números de desempenho e consumo superiores aos do Nissan.
A direção (elétrica) foi recalibrada de modo a tornar-se mais rápida e precisa. E as melhorias na acústica ficaram por conta da introdução de materiais fonoabsorventes, nas portas e no painel, e de uma película isolante, nos vidros.
No dia a dia, o Sentra se mostrou um carro agradável ao apresentar rodar macio, facilidade nas manobras e seu bom e velho espaço interno generoso. Com o banco do motorista ajustado para mim, com 1,72 m de altura, experimentei me sentar no banco traseiro, e consegui esticar as pernas.
Sem dúvida, as mudanças fizeram bem ao Sentra, que, diante da chegada das novas gerações de Cruze e Civic, terá muito trabalho para continuar entre os mais vendidos.
VEREDICTO
A Nissan preparou o Sentra para enfrentar a concorrência, que não para de se renovar. O resultado agradou nesse primeiro contato. E o preço ainda é mais baixo que o dos rivais.
Aceleração de 0 a 100 km/h | 12 s |
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Aceleração de 0 a 1.000 m | 33,7 s – 155,6 km/h |
Retomada de 40 a 80 km/h (em D) | 5,3 s |
Retomada de 60 a 80 km/h (em D) | 6,9 s |
Retomada de 80 a 120 km/h (em D) | 9,3 s |
Frenagem de 60 / 80 / 120 km/h | 16 / 29,4 / 63,8 m |
Consumo urbano | 10,1 km/l |
Consumo rodoviário | 14,5 km/l |
Preço | R$ 102.900 |
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Motor | flex, diant., transv., 4 cil., 1.997 cm3, 16V, 140 cv a 5.100 rpm, 20 mkgf a 4.800 rpm |
Câmbio | automático CVT, tração dianteira |
Suspensão | McPherson (diant.) / eixo de torção (tras.) |
Freios | discos ventilados (diant.) / sólidos (tras.) |
Direção | elétrica, 10,6 m (diâmetro de giro) |
Rodas e pneus | liga leve, 205/50 R17 |
Dimensões | comprimento, 463,6 cm; altura, 150,4 cm; largura, 176,1 cm; entre-eixos, 270 cm; peso, 1.360 kg; tanque, 52 l |
Equipamentos de série | teto solar, som Bose, seis airbags e pacote de segurança Safety Shield |