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JAC T6

Usando a velha tática de oferecer mais por menos, a JAC espera que o utilitário T6 se torne seu modelo mais vendido no Brasil

Por Marcio Ishikawa
Atualizado em 9 nov 2016, 14h27 - Publicado em 13 abr 2015, 18h35
testes

Ao contrário dos demais integrantes da enxurrada de utilitários esportivos que está estreando no Brasil, o JAC T6 desembarca nas lojas de forma bem discreta, sem fazer alarde. Apresentado no último Salão do Automóvel de São Paulo, em outubro, seu lançamento chegou a ser anunciado para logo depois do evento, mas um adiamento dos planos fez o modelo estrear só em abril de 2015. Nós já havíamos antecipado a novidade no começo de 2014, quando avaliamos uma das unidades vindas da China para o trabalho de tropicalização. Agora finalmente pudemos levar para a pista a versão definitiva com todas as adaptações para o mercado brasileiro.

Assim como a Jeep e a Honda, a JAC Motors espera que o novo SUV se transforme em seu novo best-seller. Uma das apostas da marca para abocanhar parte do segmento que mais cresce é a relação custo-benefício. O T6 tem dimensões bem próximas de um Hyundai ix35, com 4,47 metros de comprimento e 1,84 de largura, e preço similar ao de um EcoSport 1.6 Freestyle, mas com uma lista de equipamentos bem maior.

Desenvolvido no centro de design da JAC na Itália, as formas atrativas e elegantes do novato chinês também devem ser um bom argumento de venda. Ele chamou muita atenção nas ruas e chegou a ser confundido com um SUV alemão.

“Eu achei que era aquele jipão da Audi”, disse o porteiro do prédio onde moro, referindo-se à traseira que lembra o Audi Q5 – principalmente pelo formato das lanternas e do corte horizontal da tampa. Já o repórter visual Eduardo Campilongo detectou várias semelhanças com modelos da Hyundai. “A frente lembra muito o Veracruz; a parte traseira das janelas laterais parece do ix35 e o painel é quase igual ao do Azera.”

O trabalho de tropicalização começou no motor. Sai o 2.0 turbo a gasolina de 177 cv e entra o 2.0 16V VVT Jet Flex (sem tanquinho) de 155/160 cv, com comando de válvulas variável. No geral, ele se mostrou suave e progressivo, levando o SUV de 0 a 100 km/h em 12,7 segundos. Uma marca que não surpreende, mas que é bem razoável para a proposta de veículo de uso urbano e familiar. Assim como o consumo: 9,3 km/l na cidade e 11,3 na estrada, com gasolina.

SEM AUTOMÁTICO

O câmbio manual de cinco marchas tem engates precisos, mas o acionamento é um pouco áspero. Por enquanto, não haverá transmissão automática no cardápio, o que vai eliminar o T6 da lista de compradores que privilegiam o conforto na cidade. Segundo a JAC, diante da limitação da sua cota de importação, é impossível ter escala para arcar com os custos de mais uma versão e manter o preço competitivo.

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A suspensão foi outro ponto que sofreu alterações. Na traseira, o sistema multilink foi substituído pelo

dual link (mais simples), além da recalibragem de molas e amortecedores. É um padrão para todos os carros que a marca importa, buscando deixá-lo ao gosto do brasileiro.

O carro é agradável de dirigir em piso liso, com pouca rolagem da carroceria e seguro nas freadas. O único porém fica por conta da pouca absorção em piso ruim, fazendo com que as irregularidaes sejam transmitidas para a cabine e para os ocupantes.

EVOLUÇÃO INTERNA

Apesar de não ser possível confundi-lo com o Q5 quando visto por dentro, o acabamento interno não decepciona e supera os modelos da marca vendidos por aqui até então. Não detectamos deslize nos encaixes dos acabamentos. Entre os itens ofertados, destaque para o ar-condicionado digital, o piloto automático, o sensor de estacionamento e o volante multifuncional com regulagem de altura. O porta-malas oferece ótimos 610 litros de capacidade, que ainda podem ser ampliados com o rebatimento do banco traseiro bipartido, e tem uma prática rede para prender pequenos objetos.

Oferecido por R$ 69 990, o T6 terá só dois pacotes de opcionais. O Pack 1 traz barras longitudinais no teto, espelhos retrovisores na cor da carroceria com rebatimento elétrico e maçanetas e frisos laterais cromados ao custo de R$ 2 mil. Se o dono quiser incluir câmera de ré e sistema multimídia com mirror link, o valor chega a R$ 75 670. A função é útil e prática, pois além de espelhar a tela do smartphone na central de 7 polegadas do carro, sensível ao toque, permite operar integralmente as funções do aparelho. A conexão é simples: basta conectar um cabo no telefone, instalar um aplicativo e fazer o

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pareamento por Bluetooth.

Inicialmente, a empresa trabalha com a expectativa de vender 300 unidades mensais do T6. Caso esse volume se confirme, o utilitário será responsável por mais da metade da cota de 4 800 unidades anuais de importação da marca.

AVALIAÇÃO DO EDITOR MOTOR E CÂMBIO

Novo fex oferece resposta compatível para um utilitário familiar. Engates pecam pela aspereza.

★★★

DIRIGIBILIDADE

Suspensão recalibrada agrada na estrada lisa, mas falha na absorção de irregularidades do piso.

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★★★

SEGURANÇA

Transmitiu segurança na avaliação. Pacote não tem controle de tração e estabilidade.

★★★☆

SEU BOLSO

O preço é bastante competitivo, resultando em uma boa relação custo-benefício.

★★★★

CONTEÚDO

Destaca-se pelos itens de conforto, oferecendo mais do que concorrentes de preço semelhante.

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★★★★

VIDA A BORDO

O espaço interno agrada, assim como o acesso aos comandos e a visualização das informações.

★★★★

QUALIDADE

Os revestimentos estão dentro da média do segmento e encaixes das peças são bem-feitos.

★★★

VEREDICTO

“O T6 agrada pelo pacote completo e design equilibrado. Se você é daqueles que não fazem questão do automático, vale fazer um test-drive.”

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★★★☆

FICHA TÉCNICA
Motor flex, diant. transversal, 4 cil., 16V
Cilindrada 1 997 cm³
Diâmetro x curso 85 x 88 mm
Taxa de compressão 10:1
Potência 155/160 cv a 6 000 rpm
Torque 20,6/20,4 mkgf a 4 000 rpm
Câmbio manual, 5 marchas, tr. dianteira
Dimensões comprimento, 447,5 cm; largura, 184 cm; altura, 167 cm; entre-eixos, 264,5 cm
Peso 1 505 kg
Peso/potência 9,7/9,4 kg/cv
Peso/torque 73/73,7 kg/mkgf
Porta-malas/caçamba 610 l
Tanque 60 l
Suspensão dianteira independente, McPherson
Suspensão traseira dual link
Freios disco vent. (diant.), sólido (tras.)
Direção elétrica
Pneus 225/60 R17
Consumo urbano 9,3 km/l
Consumo rodoviário 11,3 km/l
0 a 100 km/h 12,8 s
0 a 1000 m 34,4 s – 150,6 km/h
Retomada 40 a 80 em 3ª (ou D) 8,5 s
Retomada 60 a 100 em 4ª (ou D) 13,6 s
Retomada 80 a 120 em 5ª (ou D) 22,2 s
Frenagem 17,8 / 31,6 / 71,6 m
Ruído interno 1ª rpm máx 41,9/75,4 dB(A)
Ruído interno 80 / 120 km/h 62,7/67,8 dB(A)
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